Dentro do Vaticano, nós temos diversos museus, que talvez sejam uma das maiores e mais valiosas concentrações de artes do mundo. Entre os muitos prédios que compõe o conglomerado, temos a Capela Sistina, onde está uma das obras mais famosas de um dos grandes gênios da arte: Michelangelo. Vamos aqui trazer um pouco mais sobre a pintura que ele fez no teto do local e suas curiosidades.
Museus do Vaticano: um conglomerado de pura arte
A quantidade de obras que compõe o local é absolutamente impressionante. São nada menos que 70 mil obras e 54 galerias. Compõe o local: o Museu Pio-Clementino, o Museu Chiramonti, o Museu Gregoriano Etrusco, o Museu Gregoriano Egípcio, a Pinacoteca Vaticana, o Museu Missionário-Etnológico, o Museu Gregoriano Profano e o Museu Pio-Cristão.
Além disso, temos também uma infinidade de salas batizadas com nomes de artistas famosos. Juntamente com tudo isso, temos a Capela Sistina, onde além da icônica obra de Michelangelo, temos vários outros nomes importantes da história da arte. Rafael, Sandro Botticelli, Domenico Ghirlandaio, Pietro Perugino, Signorelli e Cosimo Rosselli também marcam presença no local, com pinturas em outros locais, como paredes por exemplo.
Capela Sistina: um museu de arte sacra
A incrível concentração de nomes importantes da história da arte retratara diversas passagens do velho e novo testamento. São Afrescos, paredes, colunas e claro, o teto em que temos a obra de Michelangelo. O curioso é que, esta não possui um nome específico, mas apenas chamada de “Teto da Capela Sistina”. No entanto, cada pintura é conhecida pela passagem bíblica retratada.
Apesar de normalmente vermos a pintura “A Criação de Adão” retratada quando falamos do Teto da Capela Sistina, ela não é a única do local. Temos na verdade diversas passagens do Gênesis pintadas no local. As escolhas de Michelangelo foram as seguintes:
- Nos triângulos menores – primeiramente, temos os antepassados de Cristo. Aqui temos 24 representações, que vão até Abraão;
- Triângulos maiores – em seguida, temos as histórias de Israel. São quatro no total, mas todas relacionadas ao velho testamento. Temos aqui: Judite e Holofernes, Davi e Golias, A serpente de bronze e O suplício de Aman;
- Entre os triângulos – temos aqui os 12 profetas e sibilas. São eles: Zacarias, sibila Délfica, Isaías, sibila cumana, Daniel, sibila líbica, Jonas, Jeremias, sibila pérsica, Ezequiel, sibila eritreia e Joel. Aqui o ponto curioso é a justaposição entre paganismo e cristianismo, em que metade das pinturas são de oráculos (ou videntes), inclusive com um dos mais famosos, o de Delfos;
- Entre cinco dos nove painéis centrais – temos as figuras dos Ignudi (nome dado pelo próprio Michelangelo. São um total de 20 homens nus, que ficam em torno de cinco dos nove painéis centrais.
Por fim, temos os nove painéis centrais, que falaremos a seguir.
Painéis centrais da Capela Sistina: quais são e análise
Estas são as principais pinturas da Capela Sistina, ocupando posição de destaque em sua abóbada. Elas trazem nove passagens do Gênesis e estão dispostas nesta ordem:
- Luz sendo separada das trevas;
- Criação do sol, lua e planetas;
- Terra sendo separada do mar;
- A criação de Adão;
- A criação de Eva;
- Expulsão do paraíso de Adão e Eva;
- O sacrifício de Noé;
- Dilúvio universal;
- Embriaguez de Noé.
Como todos conhecem a pintura da “A Criação de Adão”, para mostrarmos algumas características da obra, traremos outra: “A Expulsão de Adão e Eva do Paraíso”.
Primeiramente é interessante observar a influência da estética das esculturas da época nas obras. Isso deve-se não apenas ao fato de Michelangelo ser também um escultor, mas de seus profundos conhecimentos em anatomia humana. Com isso, vamos a próxima questão, que é a forma como são retratadas as figuras nas obras.
Mesmo as figuras mais velhas, são retratadas de forma vigorosa, com músculos bem definidos e/ou proeminentes. Além disso, mostram-se poderosas, enérgicas, mas também elegantes. Isso não é apenas acaso, pois temos um retrato do momento que a sociedade da época vivia, com a renascença, a redescoberta da filosofia grega e também do humanismo romano.
Muitos artistas da época buscavam essa perfeição estética da representação do ser humano, efeito de um momento onde o homem era o “centro de tudo”. Sendo assim, temos diversos artistas renascentistas que se tornaram profundos conhecedores de anatomia, alguns até mesmo adquirindo isso através de estudos em corpos.
Curiosidades
- Inicialmente Michelangelo não queria pintar a Capela Sistina, pois considerava-se um escultor e não pintor;
- Anteriormente ali havia pintado um céu azul com estrelas douradas, obra de Pier Matteo D’Amelia;
- O papa Julio II pediu a Michelangelo que pintasse os 12 apóstolos, mas ele sugeriu que ao invés disse, se retratasse o Gênesis. Como vimos, a ideia foi aceita;
- Apesar de muitas pessoas imaginarem que ele pintou deitado, na verdade ele pintou em pé, sobre o andaime que ele mesmo construiu;
- A Capela Sistina leva esse nome por conta de seu idealizador, o Papa Sisto IV. Ela foi inspirada no Templo de Salomão, destruído pelo Império Romano durante a repressão da revolta de 66. Além disso, possui também as mesmas medidas: 40,93 de comprimento, 13,41m de largura e quase 21m de altura;
- Ele levou quatro anos para terminar todo o teto: 1508 até 1512, mas não a fez sozinho: contou com a ajuda de diversos assistentes durante esse período;
- Na imagem da Criação de Adão, o tecido que envolve Deus e os demais lembra um cérebro humano. Isso foi observado pela primeira vez por um cirurgião americano, em 1990. Até pelo conhecimento anatômico de Michelangelo, acredita-se que tenha sido uma sutil crítica a igreja. Segundo estudiosos, a ideia ali é representar o racionalismo renascentista, valorizando suas descobertas científicas e filosóficas;
- Você pode ir ver, mas não se anime em trazer imagens do local, pois fotos e filmagens são proibidas.
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