O ano de 2022 marca o centenário da Semana de Arte de 22, que ocorreu em São Paulo. Foi um evento que, entre outras coisas, trouxe uma exposição de diversas obras modernistas. Agora, seguindo nesta linha, traremos algumas das principais exposições da história e como elas influenciaram a arte que conhecemos.
Quando tivemos a primeira exposição de arte pública da história?
Inicialmente, a ideia de expor suas obras desta forma, era algo muito malvisto pelos artistas, que achavam uma desvalorização de sua arte. Contudo, em 1673, patrocinado pela monarquia e organizada pela Academia Real de Pintura e Escultura, uma divisão da Academia de Belas Artes, tivemos a primeira exposição semi-pública da história.
Acredita-se que esta tenha sido a primeira vez que obras de arte de variados artistas estavam acessíveis aos olhos do público, mas não em geral, pois seu acesso era restrito. O local escolhido foi o “Salon Carré”. A partir dela, começaram a surgir outras com o mesmo conceito: o de que qualquer artista poderia submeter suas obras a serem expostas.
Posteriormente, entre as muitas exposições de arte que tivemos, algumas merecem destaque especial, confiram quais:
1 – Salão de Paris de 1725
Foi o primeiro com este nome, pois foi realizado no “Salon d’Apollon” no Museu do Louvre. A importância dele se deve as características posteriores do evento. Primeiramente sua intenção era a de expor obras do recém-formados na École des Beaux-Arts, mas com o tempo passou a ser requisito obrigatório para quem quisesse fazer sucesso na França.
Posteriormente, em 1737, as exposições passaram a ser abertas ao público. Inicialmente ele era um evento anual e passou a ser bienal (em anos ímpares). Já em 1748, ele passou a contar com um júri e premiação, razão pela qual tornou-se um dos eventos mais influentes da época.
2 - Royal Academy Summer Exhibition 1769
A “Exposição de verão da Academia Real” é uma das mais antigas exibições de artes públicas existentes, pois ela ocorre desde 1769, até hoje. O contexto de sua criação foi curioso: desde 1760 duas academias rivais, a “Society of Artists” e a “Free Society of Artists” organizavam exposições, sendo na primavera e início do verão respectivamente.
Em 1768, alguns membros da “Society Of Artists” saíram para fundar a Royal Academy, que teria sua primeira exposição de arte em 1769. Entretanto, o que foi marcante em uma época que já havia exposições, foram os conceitos explorados neste evento.
A razão é que muitos artistas se incomodavam com a forma como as obras eram exibidas: lado a lado e quase sem espaço entre elas, criando uma sensação de saturação no público. Sendo assim, muitos dos artistas buscaram formas de tornarem suas obras mais atraentes e chamativas.
Entre os destaques, podemos citar Francis Cotes, que chamou atenção com sua obra “Retrato de William e Penelope Welby Jogando Xadrez”. Entretanto, mais que a escolha dos modelos, a forma como ele os pintou é que chamou atenção do público.
Francis Cotes – Retrato de William e Penelope Welby Jogando Xadrez
Ambos olhavam em direção ao público, como se fizessem um convite a quem observasse a ser o terceiro elemento da obra. Tal ideia tornou-a uma das obras mais destacadas do evento. Vale dizer que ele foi um dos fundadores da Royal Academy, mas que morreu apenas um ano depois, em 1770.
3 – Bienal de Veneza de 1895
Pensando para nós, ela foi justamente a inspiração para a criação da nossa, pelo Conde Matarazzo, em 1951. A Bienal de Veneza começou a ser planejada ainda em 1893, quando a Câmara Municipal de Veneza, aprovou uma resolução para criar a Esposizione biennale artistica nazionale (ou Exposição Bienal de Arte Italiana).
O evento foi pensando para receber artistas estrangeiros e teve até mesmo um local construído para abrigá-lo, o Palazzo dell’Esposizione, que fica no Giardini di Castello. O projeto foi do arquiteto do Conselho, Enrico Trevisanato, e a fachada neoclássica do artista veneziano Marius De Maria.
A abertura foi no dia 30 de abril de 1895 e contou com a presença do Rei e da Rainha, Umberto I e Margherita di Savoia. A exposição foi um sucesso de público, contando com 224 mil visitantes. Posteriormente viria a se tornar um dos principais eventos do mundo artístico.
4- Exposição de arte Armory Show de 1913
Também conhecida como “Exposição Internacional de Arte Moderna”, trata-se da primeira grande exposição de arte moderna a acontecer nas Américas. Ela conta inclusive com uma origem similar a da Semana de Arte de 22: artistas estadunidenses que queriam desafiar os ideais estéticos da época, além de questionar a política excludente da National Academy Of Design.
Outras semelhanças foram o choque de muitos com o estilo trazido para a exposição, que vieram na forma de pesadas críticas. Os idealizadores trouxeram obras impressionistas fauvistas e cubistas para a mostra. A surpresa foi grande, pois até então o estilo dominante era o realista.
Trazer estilos experimentais fez com que muitos tirassem sarro e até o ex-presidente Roosevelt criticou, dizendo que aquilo “não era arte”. Entretanto, a mostra serviu como impulso para os artistas do país se tornarem mais livres e criarem sua própria identidade artística.
Este evento ocorreu apenas uma vez, mas seu legado inclusive moldou muitas exposições posteriores. Contudo, vale destacar que nenhuma chegou ao tamanho dela.
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