Atualmente, dois dos modelos de quadrinhos mais vendidos no mundo são as comics e mangás. Apesar de ambos entrarem na definição de “HQs” (histórias em quadrinhos), existem muitas diferenças entre eles. Conheçam hoje as principais entre os dois tipos.
Comics e mangás: a diferença na leitura
Talvez a mais destacada e que muitos ainda estranham, seja o modelo de leitura. As comics seguem o modelo que estamos mais acostumados, ou seja da esquerda para a direita, tanto no virar das páginas, como na leitura dos quadrinhos.
Por outro lado, os mangás você lê de forma espelhada. Em outras palavras, da direita para a esquerda, tanto no virar das páginas, como na leitura dos quadrinhos. Alguns mangás até trazem uma indicação de que o leitor está começando pelo lado errado.
Formato das edições
Ao observarmos os formatos das comics e mangás, duas coisas chamam mais atenção: o tamanho e a quantidade de páginas. No caso das comics, temos o “formato americano”, que é o de 17 x 26cm, mas no Brasil anteriormente elas tinham o chamado “formatinho”, que nada mais é que o tamanho dos nossos gibis. Elas contam em média com 30 a 40 páginas, a depender da edição.
Enquanto isso, os mangás possuem um grande número de formatos (por volta de 10 diferentes), mas falaremos dos mais populares hoje no Brasil:
- Tankoubon – é um dos mais conhecido e atualmente o que mais vemos nas publicações em terras brasileiras. Com formato de 13 x 18cm é normalmente utilizado para os gêneros shoujo e shonen (histórias infanto-juvenis). Tem uma média de 180 a 220 páginas;
- Bunkouban – o modelo mais econômico, é o menor (10,5 x 14,8cm) entre eles e costuma trazer mais páginas que o tanko, sendo visto como uma “edição de bolso”;
- Wideban – Por fim, temos o maior dentre os três modelos. Contando com um formato de 14,8 x 21cm, usa-se em geral para os genêros seinen e josei (temas adultos), mas os publicados em tanko, às vezes recebem este tipo, normalmente em republicações.
A diferença do traço dos desenhos de comics e mangás
Apesar de nem todos serem assim, os traços dos mangás contam com peculiaridades como os olhos grandes, que são uma forma de facilitar a expressão de emoções. Além disso, quanto mais infantis, menor riqueza de detalhes nós teremos, sendo desenhos muito mais cartunescos.
Por outro lado, mangás mais adultos, podem contar com traços muito mais sóbrios, detalhados e menos cartunescos. Por exemplo, Berserk, do falecido Kentaro Miura. Este último se aplica majoritariamente nas comics, pois na sua grande maioria, são histórias para um público mais adulto (mesmo que a faixa infanto-juvenil, também seja uma consumidora assídua).
Mangás preto e branco x comics coloridas
Uma das principais marcas dos mangás é o fato de ser majoritariamente em preto e branco. Apesar de algumas edições contarem com páginas coloridas e até mesmo alguns especiais com todas desta forma, prevalece o estilo nanquim sobre papel.
Enquanto isso, as comics são majoritariamente coloridas e com uma paleta de cores bem rica. Existem algumas publicações também em preto e branco, mas neste caso são a exceção à regra.
Modelo de histórias de comics e mangás
Este é um dos fatores que ajudaram muito a popularização do mangá no ocidente, que é a questão de todos os mangás serem histórias fechadas. Ou seja, ao começar a ler um mangá, teremos seu começo, meio e fim.
O que pode ocorrer em alguns casos, é a história receber spinoffs (histórias paralelas que podem ou não ser canônicas), ou algum original, mas sem relação com a principal. Recentemente tivemos exemplos de continuações como o Dragon Ball Super, após longo hiato, mas são as exceções à regra.
Por outro lado, as comics apresentam um modelo bem mais confuso para um leitor que está começando neste mundo. Isso porque, enquanto no mangá você tem um começo claro, nos quadrinhos estadunidenses o mesmo não ocorre.
A situação é fácil de explicar, pois os personagens das comics em muitos casos tem décadas de sua criação, sendo impossível que ele seguisse apenas com continuações com os mesmos personagens. A solução nestes casos foi criar o conceito do multiverso, que permite diversas histórias paralelas, sem necessariamente interferir no conceito base e os reboots.
Este último serve como uma espécie de reinício da linha editorial, pois a partir dele as edições dos heróis em questão voltam para o número 1. As mudanças aqui são das mais variadas, desde reviver personagens mortos, mudar sua origem ou até mesmo quem usa o manto em questão.
Entretanto para alguns esse é um formato saturado, o que levou algumas editoras a criarem histórias fechadas envolvendo determinados personagens. Essas histórias, conhecidas como graphic novels, podem ser vistas independente do universo original, apesar de ainda exigirem muitas vezes uma noção básica do personagem por parte do leitor.
Periodicidade
Por fim, vale destacar como é o mercado de publicação das histórias. Algumas das principais editoras no Japão, possuem magazines em que elas publicam os capítulos de determinados mangás. Normalmente servem como “termômetro”, pois as mais populares ganham edições próprias.
Estas abordam variados gêneros e costuma ser semanais, quinzenais ou mensais. Os mangás propriamente ditos são os encadernados destes capítulos e sua periodicidade é variável. Isso porque nem todos os autores publicam semanalmente nestes magazines.
Já as comics lançam quadrinhos independentes para cada herói e a sua periodicidade costuma ser mensal. Ainda assim, pode variar, com algumas histórias especiais tendo intervalos mais longos.
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