Neste dia 12 de outubro comemoramos o dia das crianças e como conteúdo especial para esta data, iremos falar do gênero de mangá pensado especialmente para elas. O “Kodomo”, como é chamado, já contou com algumas obras bem populares aqui no Brasil. Conheçam um pouco mais sobre o gênero e seus títulos mais famosos.
Uma rápida explicação sobre os gêneros de mangá
Para os ocidentais, o gênero dos quadrinhos nunca teve exatamente uma delimitação clara do seu público-alvo. Apesar de termos obras claramente feitas pensando no público infantil como Turma da Mônica ou da Disney (os poucos títulos que sobraram para as crianças), não há uma separação que vá além do aviso de faixa etária que vemos nas capas.
Um bom exemplo disso são os desenhos que víamos em programas infantis. Ao mesmo tempo que tínhamos desenhos voltados para crianças em idade pré-escolar, junto com eles também tínhamos títulos voltados para o público adolescente e que normalmente eram vistos também por essas crianças.
Isso e a própria forma como os animes e mangás chegaram ao Brasil, fez com que muitos achassem que todos os títulos fossem para todos os públicos. No entanto, como se viu ao longo dos anos, há uma divisão muito mais clara nas produções orientais. Para além das denominações diferentes, há revistas (os “magazines”) voltadas exatamente para esses públicos-alvo.
Por exemplo: a mais famosa é a Shonen Jump e nela temos apenas títulos do gênero “shonen”, que é para o público adolescente masculino. Inclusive foi deste o maior número de produções que desembarcaram no Brasil, como Naruto, Cavaleiros do Zodíaco, One Piece, Dragon Ball, etc.
Da mesma forma temos essas mesmas revistas para outros gêneros como shoujo (adolescente feminino), seinen (adulto masculino), josei (adulto feminino), entre outros. Óbvio que essas definições são apenas referências e que qualquer um pode consumir qualquer coisa, mas neste caso elas existem especialmente como forma de facilitar o leitor a encontrar o que ele procura.
O que é o kodomo?
Pois é justamente aí que entra o kodomo, que significa literalmente “criança”. O gênero tem como público-alvo as crianças e tem uma temática direcionada a elas. Por exemplo: é comum trazerem histórias cômicas com diversas lições de moral e ensinamentos. As suas tramas são mais simples, assim como sua arte é bem infantilizada para manter a atenção do público.
Mas não é apenas isso, esses mangás também são interativos, pois contam com páginas para colorir e joguinhos (uma referência para a gente pode ser aquelas páginas comuns em gibis infantis com liga-ponto, cruzadinha, labirinto, etc).
Uma outra diferença importante é na forma como se conta a história. Diferente das que vemos por exemplo em shonens, com arcos longos com diversas edições e/ou episódios, os mangás kodomo são com histórias fechadas ou arcos curtos, de forma a facilitar o acompanhamento das histórias pelas crianças.
Sua origem data por volta do final do século XIX com a publicação de mangás muito curtos, com aproximadamente quinze páginas. Estes mangás, criados na era Meiji, tinham como objetivo incentivar a alfabetização dos jovens japoneses.
No Japão eles também são conhecidos como kodomomuke manga (mangá(s) para crianças). Já os animes são chamados de kodomomuke anime (anime(s) para crianças).
Histórias kodomo famosas
Agora, vamos trazer alguns dos kodomo mais populares e famosos no Brasil. Entretanto é sempre bom destacar que boa parte deles foi através do anime e não do mangá. Inclusive alguns desembarcaram no Brasil anos depois (e outros sequer chegaram aqui). Vamos a eles:
1 – Hamtaro
Primeiramente, temos um dos exemplos de sucesso aqui no Brasil que se deu por conta do anime. Este foi exibido aqui no começo dos anos 2000 na TV Globinho e conta as aventuras de pequenos hamsters que saem de suas gaiolas para se reunir com seus amigos ou ajudar os seus donos.
Quem criou o mangá de Hamtaro foi Ritsuko Kawai e este foi serializado na revista “Second Grade” de Shogakukan em abril de 1997. Como podem imaginar, o protagonista é um hamster chamado Hamtaro, e temos também os “Ham-Hams”, que são os outros hamsters que participam das histórias junto com o personagem principal.
Um fato curioso é que tanto no Japão como aqui no Brasil, a comercialização de hamsters cresceu muito por conta da popularidade da obra.
2 – Doraemon
Este talvez muitos não lembrem, pois sua exibição foi durante os anos 90 na extinta Rede Manchete. O mangá é de autoria da dupla “Fujiko Fujio” (Hiroshi Fujimoto e Motoo Abiko) e conta a história de um gato robótico chamado Doraemon que voltou dois séculos no passado para ajudar um estudante desastrado: Nobita Nobi.
Este foi um kodomo bem longevo, sendo publicado de 1969 até 1996 e que rendeu diversas adaptações para as telinhas. Aqui no Brasil, ele ficou conhecido como Doraemon: O Super Gato (na versão de 1979), Doraemon: O Gato do Futuro (na versão de 2005).
Ao longo de incríveis 1344 histórias diferentes, Doraemon através de narrativas bem-humoradas, trazia diversos exemplos dos assuntos comuns ao mangá kodomo. Por exemplo, temos lições morais a respeito de valores como a honestidade, a perseverança, a coragem, a família e o respeito. Além deles, temas relacionados ao meio ambiente como espécies em extinção, o desmatamento e poluição também marcam presença.
3 – Pokémon
Essa dispensa apresentações, pois até hoje conta com imensa popularidade ao redor do mundo. Contudo, jogos, anime e mangá se misturam ao longo da história da franquia. Para entender, o mangá foi lançado em 1996 por Satoshi Tajiri, que foi o criador da Game Freak e do próprio jogo de Pokémon na mesma época (e anterior ao mangá, vale ressaltar).
O anime é de 1997 e baseia-se nos jogos já lançados, como uma forma de aumentar sua popularidade. Pois foi justamente através do anime que Pokémon tornou-se febre mundial. Inclusive faz com que ele seja uma das animações mais longevas da história do Japão, com mais de 1000 episódios já feitos.
Inclusive nos últimos anos, houve uma mudança nas feições do protagonista Ash Ketchun (Satoshi no Japão), pois o fizeram com um rosto mais infantilizado, justamente para atrair este público-alvo do kodomo. Um dos motivos é que também a audiência de Pokémon hoje não é apenas de crianças, mas de muitos adultos que cresceram tanto vendo as animações, como jogando os games.
Aprenda mangá na ABRA
Gostou destas curiosidades? Já pensou se o seu filho (a) pudesse fazer um curso acadêmico completo, trabalhando os fundamentos pedagógicos, explorando sua criatividade, com acompanhamento individualizado e infraestrutura de ponta em nossa sede? O curso presencial Quadrinhos e Mangá Júnior da ABRA é o mais completo no mercado.
Conheça agora mesmo os benefícios e metodologia do curso clicando aqui e faça a matrícula dele (a) agora mesmo!
Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA