Atualmente, um dos movimentos artísticos que influenciam mais os artistas contemporâneos, é a pop art. E dentro dele, sem dúvida o nome mais proeminente foi o de Andy Warhol, que criou obras icônicas e revolucionárias para a época.
Hoje destacaremos algumas de suas principais contribuições dentro do mundo da arte, pois afinal ela não limitou-se apenas a suas obras dentro da pop art.
Andy Warhol: infância complicada e como ela influenciou em sua carreira
Andrew Warhola nasceu em Pittsburgh, Pensilvânia em 1928 e tinha ascendência eslovaca. Sua infância foi bastante problemática, mas ao mesmo tempo importante no desenvolvimento da sua personalidade, do conjunto de suas habilidades e de suas preferências, segundo ele próprio.
Isso porque ele teve diversos problemas de saúde, que o fez ficar de cama em muitos momentos quando criança. Ele acabou por conta disso tornando-se hipocondríaco e esses longos períodos afastado da escola tornou-o excluído entre os colegas. Para passar o tempo desenhava, ouvia rádio e colecionava imagens de estrelas de cinema ao redor de sua cama.
Essas referências acabam por serem vistas eu toda sua vasta obra e até mesmo em seus muitos filmes. Contudo, sua formação não foi em artes, mas sim em design, no Instituto de Tecnologia de Carnegie, em Pittsburgh (hoje Universidade Carnegie Mellon) em 1945.
A consolidação da carreira em Nova York
Ele deixa a cidade de Pittsburgh rumo a Nova York, onde começa a trabalhar como como ilustrador de importantes revistas, como Vogue, Harper’s Bazaar e The New Yorker, além de fazer anúncios publicitários e displays para vitrines de lojas.
Neste momento ele é reconhecido como um artista gráfico de sucesso, ganhando diversos prêmios como diretor de arte do Art Director’s Club e do The American Institute of Graphic Arts. Com isso, em 1952 ele organiza sua primeira exposição, que consistia em quinze desenhos baseados na obra de Truman Capote.
Uma das obras baseadas em Truman Capote
Inicialmente expostos na Hugo Gallery, eles rodam diversos museus, incluindo o próprio MoMa, de Nova York. Ainda na década de 50, mas em 1956, ele passa a assinar suas obras como “Warhol”. Finalmente na década de 60, temos uma reviravolta em sua carreira, em que ele passa a usar de produtos e conceitos de publicidade em suas obras.
Pop art 1 – obras baseadas em produtos
Podemos destacar duas grandes fases das obras de Andy Warhol na pop art e falaremos primeiro da que ele se utiliza de produtos como tema de suas obras. Antes, vale lembrar que o movimento surgiu na Inglaterra e era um contraponto ao expressionismo abstrato.
Porém, com sua chegada aos EUA e com o contato de Warhol com esse movimento, ele não apenas ganhou características próprias, como foi também ressignificado. Ele tornou-se especialmente uma forma de crítica irônica as transformações da sociedade no período. Seu principal alvo era o bombardeamento e o incentivo ao consumismo exacerbado.
Dentro deste contexto, começamos a ter algumas das obras mais famosas do artista. Por exemplo: as reproduções das latas de sopas Campbell (que viraram uma série delas) e das garrafas de Coca-Cola. Ele então faz uma exposição na Ferus Gallery, em Los Angeles e lá vende todas as suas telas.
Pop Art 2 – obras de personalidades em serigrafias
Ainda neste mesmo ano, ele volta-se para a serigrafia, pois lhe interessava as possibilidades oferecidas por ela. Com isso, ele conseguia a partir de fotografias, reproduzi-las em série, com variação das cores.
Os temas escolhidos por ele, eram rostos de pessoas famosas como Marilyn Monroe, Liz Taylor, Michael Jackson, Elvis Presley, Pelé, Che Guevara, Mao Tsé-Tung, Brigitte Bardot e até mesmo símbolos icônicos da história da arte, como Mona Lisa.
Inclusive destes, um dos mais famosos mundo afora é o de Marilyn Monroe, de 1962. Este traz uma história por trás da escolha: Segundo ele, a ideia era trazer o contraste da Marilyn conhecida do público (à época uma das mulheres mais famosas do mundo), com a da vida privada. Quando ele a fez, a atriz havia morrido há pouco tempo, mas ele optou por uma imagem de 1953, presente no cartaz do filme “Niagara”.
Andy Warhol e o cinema conceitual
Não dá pra dizer que a produção filmográfica de Andy Warhol seja comercial, muito menos fácil de se compreender, pois os filmes trazem temáticas muito peculiares. Por exemplo, temos o filme “Empire” de 1964, que basicamente são oito horas de uma filmagem do Empire State Building em Nova York.
Cena do filme Empire
Só que é uma filmagem estática do prédio e nada mais. Segundo ele, o objetivo do filme era pura e simplesmente “ver o tempo passar”. E temos outras abordagens muito peculiares em seus filmes como em “Kiss”, que temos apenas duas pessoas se beijando ou em “Eat”, que temos uma pessoa comendo.
Entre as dezenas de filmes de sua carreira como diretor, também temos produções que trouxeram uma temática mais elaborada e com alguma narrativa. Dentre eles, merece destaque o “Chelsea Girls”, de 1966. Ele é visto como um marco no cinema experimental, pois entre outras coisas, apresenta uma tela dividida ao meio, sendo que um lado é preto e branco, e o outro, colorido. A trilha sonora para cada lado também é diferente.
O título se refere ao local onde acontece boa parte das filmagens, o Hotel Chelsea. Eles originalmente fizeram um filme de seis horas e meia, mas graças a justaposição das cenas filmadas, ele chegou às três horas e quinze finais. O enredo por si só é relativamente simples, pois acompanha a vida de várias jovens mulheres que ali vivem.
Contudo, há algumas curiosidades sobre, já que apenas uma das pessoas que aparece no filme, mora realmente lá, o poeta René Ricard. Além disso, parte das filmagens também foram feitas no “The Factory”, estúdio de Andy Warhol. Por fim, ele serviu também como inspiração para que a cantora Nico lançasse o seu primeiro álbum-solo, o “Chelsea Girl”, de 1967.
Andy Warhol como empresário musical
Ele chegou até mesmo a atuar como empresário e escolheu naturalmente uma banda com uma pegada bastante peculiar: a The Velvet Underground. Ela nunca chegou a ser reconhecida durante sua existência, mas hoje é vista como uma das bandas mais influentes do rock, underground, experimental e música alternativa.
A relação foi bem complexa, pois ele fez questão de incluir a cantora e modelo alemã Nico na formação da banda, o que desagradou os demais integrantes. Tanto que o álbum de estreia tem o título de “The Velvet Underground & Nico”, deixando claro que ela não era um elemento da banda, mas apenas uma agregada.
Este disco teve uma das artes mais famosas de Andy Warhol ao apresentar um adesivo amarelo de banana com “Peel slowly and see” (Descasque devagar e veja) impresso perto da ponta. Aqueles que removiam a casca da banana encontravam uma banana cor de carne descascada embaixo.
Ele empresariou o grupo, que tocava em locais não convencionais como museus e principalmente no estúdio de Andy, até 1968. Após o segundo disco “White Light/White Heat”, ele saiu e Nico acabou expulsa.
O legado de Andy Warhol
Ele morreu jovem, com apenas 58 anos em 1987, um dia após passar por uma operação na vesícula biliar. Citar o legado da produção artística de Andy Warhol é desnecessário, dada a relevância de suas obras até os dias de hoje. Entretanto, ele anteviu muitas coisas com as quais lidamos hoje.
Entre elas podemos destacar frases como “no futuro todo mundo terá 15 minutos de fama”, em que ele prevê a nossa cultura atual de celebridades instantâneas. Segundo ele, chegaria o dia em que as pessoas poderiam ser famosas simplesmente por serem quem elas são (ou fingem ser), sem necessariamente um talento especial.
Além disso, as obras com os objetos e as serigrafias, mostraram que tudo pode ser transformado em arte. Tanto que hoje, temos muitos artistas que se valem dessa premissa na criação de suas obras. Por fim, podemos destacar o que hoje conhecemos como “coworking”, teve início com ele e sua “The Factory”, que tinha o conceito de arte colaborativa e reunia artistas, possibilitando muitas criações conjuntas.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA