Julho é o mês das férias escolares e para muitas crianças, nos dias de hoje, apenas um tempo maior para ficar em frente a uma tela jogando. Essa é uma preocupação para os pais, que sabem que se trata de algo prejudicial ao desenvolvimento dos filhos. Ler, desenhar, pintar ou mesmo brincar na rua, surgem como boas alternativas de lazer. E dentro de todas elas, a Turma da Mônica costuma ser um elemento presente há décadas.
Seja através dos gibis (que ajudaram muitas crianças a ler e até inspiraram outras a serem desenhistas), também temos livros de colorir e o próprio fato que as histórias ensinam muitas brincadeiras. No entanto, no começo deste século, Maurício de Sousa resolveu unir seus personagens a outra de suas grandes paixões: a pintura. Nasceu assim o projeto “História em Quadrões”.
História em Quadrões: como surgiu a ideia?
Para quem desconhece, trata-se de uma série de pinturas feitas pelo próprio Maurício de Sousa e que coloca a Turma da Mônica como protagonista de algumas das obras mais famosas do Brasil e do mundo.
Maurício de Sousa pintuando a versão do quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo com personagens da Turma da Mônica
A ideia, segundo o próprio Maurício, surgiu ao acaso, em uma visita ao Museu de Arte de São Paulo:
“A minha história com os Quadrões começou como por brincadeira. Em uma visita que fiz ao Museu de Artes de São Paulo (Masp), no final dos anos 80, parei para observar jovens visitantes que copiavam a obra Rosa Azul, de Renoir, em seus bloquinhos de desenho”.
Ele viu a mesma cena no Louvre, mas desta vez com a Monalisa e que o fez pensar nas crianças brasileiras fazendo o mesmo. Além disso, o fez pensar como seria colocar a turma da Mônica nas obras de grandes artistas para ensinar e divulgar arte para crianças de uma maneira diferente.
A releitura “Monicalisa” de Maurício de Sousa
A partir daí foram 14 anos de muitas pesquisas, quando a simples brincadeira virou um grande projeto, como ele explica:
“Procurei verificar detalhes das pinturas, como a utilização das tintas, o jeito das pinceladas, a iluminação, tudo com muito cuidado”.
O lançamento e as exposições
Depois de um longo tempo desenvolvendo e ele próprio pintando todas as releituras, em 2001 veio a primeira exposição, na Pinacoteca do Estado. Foram 37 obras, todas com a versão estrelando personagens da Turma da Mônica e ao lado uma imagem da obra original, com seu autor, ano, entre outras informações.
Posteriormente a exposição rodou o Brasil algumas vezes, ganhou novas releituras e sempre esteve disponível para o público de maneira gratuita. Porém, a ideia de mostrar a arte para as crianças não se limitava apenas a exposição, pois crianças e jovens puderam participaram de oficinas e cursos de desenho, pintura, música e confecção de bonecos.
Por fim, ainda puderam ouvir um pouco sobre este projeto do próprio Mauricio de Sousa, mostrando sua preocupação com a formação das crianças. Um fato interessante é que em paralelo a primeira exposição do Histórias em Quadrões, também tínhamos a do Rodin. Ela o inspirou a ir além das telas e também fazer esculturas, como a do “Pensador de Planos Infalíveis”, fazendo alusão a principal obra do artista francês, “O Pensador”.
A versão “O Pensador de Planos Infalíveis”, inspirada na obra de Rodin
Os critérios de Maurício para escolher as obras que a Turma da Mônica protagonizaria
As pinturas que ele escolheu não foram ao acaso ou apenas pelo seu gosto pessoal, mas levaram em conta critérios como popularidade da obra original e relevância do artista para a história da pintura. Ou seja, não é então uma surpresa que tenhamos releituras de Leonardo da Vinci, Monet, Botticelli, Van Gogh, Degas, Michelangelo, Toulouse-Lautrec, Renoir, Portinari, Almeida Júnior, Anita Malfatti, entre outros.
Artistas brasileiros também marcaram presença no projeto
Ainda assim, dentre todos, Maurício de Sousa tem um favorito: Vincent Van Gogh. Prova disso é que ele é quem mais tem obras com versões protagonizadas pela Turma da Mônica, com O Escolar (1853); Primeiros Passos (1853); A Sesta (1890); De Manhã: Casal de Camponeses a Caminho do Trabalho (1890) e Corvos sobre o Campo de Trigo (1890) receberam esta versão da turminha.
Uma das muitas releituras das obras de Van Gogh
Como ele explica, “é o pintor com quem mais me identifico. São dele os quadros que eu tive mais facilidade de reproduzir, devido à forma livre como ele pinta”. Maurício confirmou inclusive que nas pinturas de suas próprias telas, haveria uma forte referência ao pintor holandês.
Atualmente, a exposição está em Campinas e ficará na cidade até 30 de julho. Além disso, já está confirmada em agosto para São José do Rio Preto e em outubro para Itapetiniga.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA