A arquitetura é algo que está presente na humanidade há pelo menos 10 mil anos e que começou a partir da necessidade das pessoas de construírem abrigos para se protegerem de condições climáticas adversas, assim como de animais selvagens.
E por ter uma história tão longa, é normal que tenhamos fatos inusitados, curiosos e até mesmo um pouco mórbidos. Quer conhecer alguns deles? Então, continue a leitura e confira alguns dos mais interessantes que separamos para você!
1 – O tempo milenar da construção da muralha da China e a lenda sobre ser vista do espaço
Para começar, vamos fazer um 2 em 1 sobre uma das maiores obras arquitetônicas da história da humanidade, a muralha da China.
O primeiro fato diz respeito ao tempo levado para ela ser construída (ou, na verdade, para atingir o tamanho atual). Tudo começou quando Qin Shi Huang, o primeiro imperador da China (221-206 A.C.) teve a ideia de um único muro para proteger a China de possíveis invasores.
Para isso, durante seu império, conectaram várias fortificações que foram construídas entre os séculos VIII e III A.C. Só que a expansão dela não parou após a saída do imperador, ela continuou até 1878. Ou seja, incluindo as fortificações originais, a muralha esteve em construção por mais de 2.600 anos.
A segunda curiosidade diz respeito a uma história que certamente muitos já ouviram: a de que a Muralha da China é a única obra criada pelo homem que pode ser vista do espaço.
Contudo, essa é, na verdade, uma lenda, pois astronautas confirmaram que é possível vê-la apenas com a ajuda de instrumentos ópticos, como câmeras e telescópios.
2 – Arquitetura como prova olímpica
Sabia que arquitetura chegou a ser uma modalidade presente nos jogos olímpicos?
Isso se deve ao Barão Pierre de Coubertin, que reviveu os jogos olímpicos, além de fundar o comitê olímpico internacional (COI).
Só que no início ele deixou essa ideia de lado, esperando até 1906 para revelá-la para o comitê de que os Jogos Olímpicos deveriam incluir medalhas de ouro, prata e bronze em cinco categorias das artes: arquitetura, literatura, música, pintura e escultura.
E, assim como os competidores esportivos, os artistas participantes do novo “Pentatlo das Musas” deveriam ser amadores. Apesar de a primeira vista parecer estranho, não era algo inédito nos jogos, pois naqueles realizados na antiguidade havia prêmios para música, canto e arauto.
Segundo ele:
“Nos altos tempos de Olímpia, as artes plásticas foram combinadas harmoniosamente com os Jogos Olímpicos para criar a sua glória. Isso vai se tornar realidade mais uma vez.”
Só que havia uma única regra: que fossem criações relacionadas ou inspiradas no esporte. Por conta disso, temos fatos muito curiosos como na olimpíada de 1928 em Amsterdã, em que o designer da De Stijl, Jan Wils, conquistou o primeiro lugar na categoria de arquitetura ao projetar o Estádio Olímpico de Amsterdã, que sediou a própria competição.
Outro fato curioso proporcionado por isso foi o do atleta estadunidense Walter Winans, que ganhou a medalha de ouro no tiro em 1908 e na escultura em 1912
3 – O prédio que lucra mais com pontos de observação do que com aluguel de escritórios
Um dos edifícios mais famosos do mundo, o Empire State Building tem um fato muito inusitado sobre sua fonte de renda.
Isso pôde ser avaliado porque em 2013, a proprietária do edifício, a Empire State Realty Trust, tornou-se uma empresa de capital aberto. Ou seja, seus relatórios de ganhos trimestrais e anuais são uma questão de registro público.
Então, no ano seguinte, constatou-se que enquanto as duas plataformas de observação do edifício de 102 andares geraram US $ 111 milhões (40% da receita total), os aluguéis no espaço de escritórios compensaram apenas US $ 104 milhões (37% da receita total).
4 – The Sims era originalmente um simulador de arquitetura
Certamente quem viveu nos anos 2000 deve lembrar a febre que o jogo de relações pessoais “The Sims” foi. Entretanto, sabia que originalmente ele não deveria ter essa finalidade?
Tanto que quem o joga pode perceber que o jogo tem um sistema de arquitetura bem avançado. Isso porque a ideia original do criador, Will Wright, era que o jogo fosse apenas um simulador de arquitetura, com os Sims (personagens do jogo) presentes ali apenas para julgar as casas.
No entanto, durante o processo de criação, considerou-se que os Sims eram mais interessantes que as casas. Com isso, o conceito do jogo mudou totalmente e, considerando o sucesso que The Sims alcançou, essa se mostrou uma decisão acertada.
5 – O Palácio Ideal
Talvez uma das construções mais fantásticas feitas por um autodidata na história da arquitetura seja o “Palácio Ideal” (Palais Idéal) de Ferdinand Cheval, um carteiro que o fez a partir de pedras que pegava pela rua durante seu trabalho.
A história é incrível por todo seu desenvolvimento. Ele estudou só até os 13 anos, parou para se tornar aprendiz de pedreiro, mas também abandonou quando arrumou um trabalho de carteiro.
E durante o seu trabalho ele relata em sua autobiografia:
“Havia tropeçado numa pedra que quase me fez cair. Foi um tropeço tão incomum que coloquei a pedra no bolso para admirá-la quando estivesse em casa”
A partir daquele momento, ele passou a coletar todas as pedras que lhe chamavam atenção. Primeiro o fez guardando no bolso, depois em uma cesta e, por fim, até em um carrinho de mão.
Contudo, ele não sabia o que fazer com aquela coleção que se acumulava nos fundos de sua casa. Até que um dia em um sonho, ele conta que sonhou com um lindo castelo e viu que sua missão era construí-lo com aquelas pedras.
E durante 33 anos, entre 1879 e 1912, ele passou a trabalhar na construção todo dia depois de seu expediente. Apesar de não ter nenhuma experiência ou conhecimento formal em arquitetura, ele subiu o castelo juntando todas as pedras que coletava com cal, argamassa e cimento.
Palácio ideal: um exemplo de arte naif
A construção do Palácio Ideal por Ferdinand Cheval nos trouxe uma verdadeira obra-prima da arte naïf. Para quem desconhece, trata-se de um estilo caracterizado pela espontaneidade, simplicidade e cores vibrantes. Ela é frequentemente criada por artistas autodidatas que não possuem formação formal e que visam dar uma expressão autêntica e direta em suas criações.
Esses artistas expressam sua visão de mundo de maneira pura e poética. Isso pode ser visto nesta construção, em que diversos estilos arquitetônicos podem ser encontrados. Além disso, as estátuas trazem desde animais da natureza até deuses e criaturas mitológicas, refletindo toda a liberdade criativa que Cheval teve em sua construção, bem como sua vasta imaginação e inspirações que incluem personagens históricos e sentenças filosóficas.
Um fato interessante é que ele obteve muitas destas referências a partir de cartões postais e de ilustrações de jornais da época. O Palácio tem 12 metros de altura e 36 metros de comprimento e sua importância foi reconhecida pelo governo francês em 1969, quando ele se tornou patrimônio cultural da França.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA