A fotografia, além de registrar momentos, desempenhou um papel crucial na mudança de diversos eventos históricos. Vamos explorar a importância do fotojornalismo e como ele impacta nossa compreensão do mundo.
Entendendo o conceito do fotojornalismo
Primeiramente, é importante não confundir com fotografias políticas, que são aquelas pensadas para serem usadas em campanhas, como forma de causar maior engajamento em relação a determinados candidatos.
No contexto que trazemos, ela tem uma importância totalmente diferente, pois visa justamente trazer para a opinião pública a realidade sobre eventos como guerras ou regimes autoritários. Ou seja, a ideia é informar da forma mais clara possível sobre estes e tantos outros eventos.
Isso porque, graças a elas, o grande público pode:
- Se conscientizar: Fotografias impactantes podem aumentar a conscientização sobre questões sociais e políticas. Dessa forma, podemos ter uma maior mobilização da opinião pública, assim como um maior incentivo a ações.
- Provar injustiças: Elas podem servir como provas de injustiças e abusos de poder. Com isso, pode-se pressionar governos e instituições a tomar medidas contra aquela situação.
- Simbolizar resistência: Imagens de protestos e movimentos sociais podem se tornar símbolos poderosos de resistência e mudança e até mesmo inspirar outros a se unirem à causa.
A importância do fotojornalismo para registrar momentos históricos
Além da própria importância para o momento em que estão acontecendo estes eventos, elas também trazem grande valor para a posteridade, como por exemplo:
- Documentação visual: As fotografias capturam eventos com precisão visual. Com isso, temos evidências concretas de acontecimentos históricos, o que nos auxilia a entendê-los.
- Memória coletiva: Elas ajudam a construir e preservar a memória coletiva de uma sociedade. Isso permite que futuras gerações compreendam e reflitam sobre o passado e, principalmente, evitem erros do passado.
- Humanização de eventos: Imagens de pessoas em situações históricas tornam os eventos mais humanos, evocando os mais diversos tipos de emoções. Isso ajuda a criar uma conexão mais profunda com o público.
Os primeiros registros fotográficos sobre conflitos
É difícil precisar quando tivemos os primeiros relatos de fotos que trouxeram esse impacto para o grande público sobre os mais diversos eventos. Entretanto, dois casos podem ter sido os primeiros a mostrar de fato as atrocidades do abuso de poder e da guerra. Confiram quais são:
- Roger Fenton e a Guerra da Crimeia: Esta guerra ocorreu entre os anos de 1853-56 e ele ficou por lá apenas seis meses, em 1855. Apesar de não trazer nenhuma foto de combatentes, as imagens que ele registrou puderam dar uma ideia do tamanho do conflito. Por exemplo, temos a fotografia “Valley of the Shadow of Death”. Ela mostra um caminho coberto de balas de canhão, simbolizando a destruição e o perigo da guerra.
- A Guerra Civil Americana: Trata-se de outro evento importante para este tipo de fotografia. Isso porque os fotógrafos Mathew Brady, Alexander Gardner e Timothy H. O’Sullivan, com o primeiro tendo financiado praticamente tudo do seu próprio bolso, retrataram os horrores do conflito. Inclusive, fica como destaque as muitas fotografias que retratavam soldados mortos no campo de batalha.
A importância da fotografia para o fim da ditadura no Brasil
Tivemos a fotografia como elemento importante para o combate a diversos regimes autoritários, mas destacaremos aqui como ela nos ajudou a acabar com os anos de chumbo.
A fotografia como ato político foi levada ao extremo do termo no Brasil, quando muitos fotógrafos arriscavam sua liberdade e até suas vidas para retratar os crimes cometidos no país.
Nesse contexto, o fotógrafo Evandro Teixeira se destacou ao trazer imagens que conseguiram capturar os abusos da ditadura. Por exemplo, ele registrou em fotos a brutalidade da polícia na manifestação dos 100 mil em 1968 no Rio de Janeiro.
Ele também traz uma foto icônica mostrando a tomada do forte de Copacabana, que foi o estopim para o início da ditadura. Ela traz uma forte carga dramática pelo seu jogo de luzes, mostrando os anos de escuridão pelos quais o país iria passar.
Outro nome de fundamental importância no período foi Orlando Brito. Ele tem diversos registros importantíssimos, como:
- A promulgação do AI-5: Ele fez uma foto bastante impactante, mostrando apenas o congresso e, em primeiro plano, o coturno de um soldado.
- O congresso vazio após o pacote de abril: Quando, num ato complementar ao AI-5, Geisel fechou o congresso, ele tirou uma foto mostrando a câmara completamente vazia.
Temos ainda o curioso caso da fotografia de Vladimir Herzog. Ela foi feita pela própria polícia, que manipulou a cena tentando fazer parecer que ele se suicidou. Entretanto, os relatos e as diversas evidências de manipulação fizeram com que ela tivesse o efeito oposto, sendo uma importante arma para mostrar os abusos do regime.
Como o fotojornalismo impacta até hoje importantes eventos históricos
Mesmo na era digital, o fotojornalismo não perdeu espaço; pelo contrário, ele se beneficia das tecnologias modernas para registrar fatos em locais de difícil acesso, preservando a integridade dos profissionais, que podem capturar momentos sem ter suas vidas ameaçadas.
No século XXI, tivemos grandes exemplos do impacto das imagens que mudaram a opinião pública sobre atrocidades. Em 2004, por exemplo, as fotos que mostraram o exército dos EUA torturando prisioneiros em Abu Ghraib alertaram o mundo sobre os crimes de guerra cometidos pelo país.
Outro exemplo é a foto de Aylan Kurdi, o menino sírio encontrado morto em uma praia. Apesar de o mundo já estar ciente do problema dos refugiados, aquela foto impactante serviu como um catalisador para a busca de mudanças.
Esses exemplos ilustram como o fotojornalismo e o registro de fatos, por mais duros que possam ser, continuam sendo essenciais na busca por uma sociedade melhor.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA