Apesar de não ser um tema novo, já que esse conceito surgiu nos anos 50, a Psicologia do Espaço, ou psicologia ambiental, é um tema que ganha força entre arquitetos, urbanistas e designers de interiores.
Pensando nisso, hoje explicaremos melhor sobre ele, a forma de aplicá-lo e os possíveis desafios envolvidos.
Psicologia do Espaço: Entendendo a Conexão entre o Ambiente e a Saúde Mental
Este conceito trata de como as pessoas lidam com edifícios, parques, praças e outros espaços urbanos, que não são apenas estruturas inertes, mas influenciam como nos sentimos.
Essa análise ganha importância quando consideramos que as pessoas passam grande parte de suas vidas em ambientes fechados ou modificados pelo homem. Sendo assim, podemos dizer que a psicologia do espaço estuda o comportamento humano em suas interrelações com os espaços onde a vida humana transcorre.
Neste caso, todos os aspectos inerentes ao ambiente têm importância. Por exemplo, condições de iluminação, de escala e proporção, assim como os materiais e suas texturas, são características espaciais que emitem informações para nossos sentidos, afetando a maneira como nos relacionamos com o espaço e produzindo inúmeras sensações e reações.
Como as Características do Ambiente Impactam a Pessoa?
Este é um dos grandes desafios de arquitetos, urbanistas e designers de interiores, pois envolve a responsabilidade de criar espaços que vão além da funcionalidade e estética, oferecendo conforto emocional, segurança e oportunidades para interações sociais saudáveis.
Para se ter uma ideia, ambientes bem projetados podem reduzir os níveis de estresse, melhorar o humor e até mesmo aumentar a produtividade. Um bom exemplo é a presença ou acesso a espaços verdes, que reduzem os níveis de ansiedade das pessoas.
Um conceito próximo ao da psicologia do espaço é a “arquitetura terapêutica”, que tem muito valor, pois pode trazer impactos positivos para pessoas em tratamento em clínicas ou hospitais.
Além disso, temos a questão de escolas, centros comunitários e até mesmo espaços públicos. O principal objetivo desses locais é incentivar a convivência e a interação social.
Nos dias de hoje, o isolamento é um dos fatores que afetam negativamente a saúde mental nas cidades. Sendo assim, espaços como praças e parques que promovem encontros, atividades ao ar livre e convivência em comunidade podem ser uma resposta eficaz ao desafio da solidão urbana. Neste cenário, um espaço acolhedor pode ter um impacto positivo e incentivar essas relações.
Elementos do Ambiente que Impactam Psicologicamente as Pessoas
Sempre que se está construindo ou projetando um espaço, é preciso estar atento a alguns fatores elementares que merecem atenção especial, como:
- Segurança dos usuários;
- Sociabilidade;
- Facilidade de orientação.
Além desses, temos outros estímulos sensoriais que abrangem condições de iluminação, ventilação, cores, texturas, etc.
Dessa forma, projetos que incorporam noções de equilíbrio, proporção e simetria têm o poder de provocar uma sensação de tranquilidade e harmonia.
Sobre a psicologia das cores, precisamos lembrar como elas impactam a percepção do ambiente para uma pessoa. Por exemplo, quanto mais quente a cor, mais compacto o espaço se revela aos nossos olhos; quanto mais fria, maior a sensação de amplitude.
Além disso, as cores também são capazes de provocar sensações de conforto ou estimular a comunicação entre as pessoas. Uma luz suave sugere um espaço mais introspectivo, enquanto uma luz mais intensa caracteriza um espaço mais extrovertido.
Por fim, a iluminação natural abundante é um excelente estímulo à produtividade e ao bem-estar físico e mental das pessoas.
As Peculiaridades que Podem Dificultar a Maior Assertividade da Psicologia do Espaço
Ainda que tenhamos alguns aspectos básicos a serem analisados para conseguir estimular positivamente quem frequenta determinados ambientes, há uma coisa que dificulta a assertividade da escolha por parte de arquitetos, urbanistas e designers de interiores: a vivência de cada um.
O que isso significa? Primeiramente, precisamos entender que o ambiente por si só não possui o poder total de influenciar o comportamento da pessoa, mas sim que se trata de uma via de mão dupla.
Ou seja, o que vai definir de fato a essência daquele local ou ambiente é o seu uso, assim como as histórias vividas nele por cada pessoa. A partir disso, podemos potencializar as sensações que ele transmite através da psicologia do espaço.
Como falamos de algo muito particular a cada pessoa, é preciso ter a sensibilidade de buscar entender, a partir de conversas, as peculiaridades de cada indivíduo para assim poder entregar um ambiente que de fato “faça sentido” para a história do indivíduo.
Um aspecto interessante é observar que, independentemente do sentimento que se deseja evocar em quem frequenta o local, ele nunca será algo que a pessoa nunca experimentou. Em resumo: você apenas pode ativar sensações que aquela pessoa já vivenciou.
A Psicologia do Espaço em Espaços Públicos
Diferente do espaço privado, em que é possível buscar elementos que façam sentido para aquela pessoa ou família, quando falamos de um local público, a coisa não é tão simples. Afinal, falamos de centenas ou milhares de pessoas que frequentarão aquele local e é inviável fazer algo que consiga agradar a todos.
Neste caso, deve-se levar em conta aspectos básicos como: este é um local que pode evocar bons sentimentos? Aqui é um espaço onde as pessoas gostariam de frequentar e permanecer?
Além disso, outra coisa que pode ajudar é entender a questão social, ou seja, onde este ambiente estará inserido. Pode-se considerar aspectos referentes ao objetivo do local, assim como a própria cultura da região ou mesmo do país. Isso significa buscar elementos que façam sentido para aquele grupo de pessoas.
Dessa forma, a chance de criar ambientes que possam trazer elementos positivos a todos que o frequentam aumenta de forma considerável.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA