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Já ouviu falar sobre a “pintura metafísica”? Ela foi importantíssima no começo do século XX, como precursora do surrealismo, influenciando diversos nomes deste movimento. Giorgio de Chirico se destaca como o primeiro pintor a desenvolver o estilo.

Vamos entender como este movimento, que foi relativamente curto, se desenvolveu e seus impactos na arte da época.

Pintura metafísica: o que é e principais características

O termo surgiu em 1915, a partir do encontro entre Giorgio de Chirico e Carlo Carrà em Ferrara. Nesse momento, os pintores cunharam o termo “pintura metafísica”, que se refere à criação de uma natureza visionária do mundo para além da realidade das coisas.

Em outras palavras, eles buscavam uma visão onírica (referente a sonhos e fantasias) para criar suas obras. Importante dizer que, apesar de o termo surgir em 1915, De Chirico já trabalhava no estilo desde 1910.

Ele começou a desenvolvê-lo como uma recusa decidida ao futurismo, tanto em relação às suas soluções formais quanto à ideologia política e nacionalista que amparava o movimento.

Inclusive, quando observamos as obras do artista, podemos ver diversos elementos que antagonizam o futurismo, como, por exemplo:

  • Colocar-se como exterior à temporalidade;
  • Fazer a negação do presente, da realidade natural e social.

Isso porque o futurismo busca justamente a aceleração do tempo e a transformação da sociedade.

Características

A pintura metafísica tem algumas características marcantes, como a utilização de imagens que conduzem a um ambiente misterioso, enigmático, onírico, com iluminação irreal e perspectivas impossíveis.

Ela recorre a uma iconografia simbólica estranha pela associação pouco comum de objetos, como legumes, frutas, manequins e estátuas. Apesar de se tratarem de elementos reais, eles são retratados para criar uma impressão de mistério.

Podemos também observar algumas inspirações na pintura metafísica, como a estrutura arquitetônica, que nos lembra a imobilidade da arte do Renascimento, assim como influências do movimento simbolista.

O desenvolvimento da pintura metafísica por Giorgio de Chirico

Para entendermos melhor o desenvolvimento deste estilo, podemos olhar a formação de Giorgio de Chirico. Apesar de ser um dos grandes nomes da pintura italiana, ele nasceu em Volo, na Grécia.

Ele estudou na Politécnica de Atenas, na Academia de Belas Artes de Florença e na Academia de Belas Artes de Munique. Porém, muito da sua formação e de suas inspirações vieram dos estudos com grandes mestres.

Por exemplo, ainda na Grécia, ele estudou com Mavrudis e, segundo ele, quando estava na companhia do mestre, “vagava por um mundo quimérico de coisas fantásticas”. Após quatro anos estudando em Atenas, sua família se mudou para Munique após a morte do pai.

The Red Tower: De Chirico 1913

Contudo, eles ficaram por um tempo em Florença, período importantíssimo para De Chirico, que visitou diversos museus e galerias de arte. Já na Alemanha, ele revezava entre as aulas da Academia e o estudo de pintura antiga na Pinacoteca.

Além da arquitetura local, que influenciou muito seu estado de ânimo, conhecer Nietzsche e Schopenhauer abriu um novo universo a ser explorado por ele, com base em diversos conceitos filosóficos estudados por De Chirico.

As primeiras criações

A obra “O enigma de uma tarde de outono”, de 1910, é considerada seu primeiro trabalho metafísico.

O Enigma de uma Tarde de Outono

Segundo ele, foi inspirada por uma “revelação” que ele experimentou na Piazza Santa Croce, em Florença. Posteriormente, suas criações traziam uma imagem inquietante de quadrados desertos, muitas vezes delimitados por arcadas inclinadas abruptamente, mostradas em uma luz raspada.

Além disso, era comum a presença de figuras minúsculas à distância com sombras longas, ou no lugar das figuras existiam manequins sem costura. Todo esse efeito era pensado para produzir uma sensação de deslocamento no tempo e no espaço.

Neste cenário, destacam-se as figuras humanas, pois, quando presentes, traziam uma mistura entre pessoas, estátuas e manequins. Além disso, a maioria não tinha rostos, era vista de costas ou muito distante, sempre transmitindo um sentimento de solidão e silêncio.

O surgimento oficial do estilo

A Primeira Guerra Mundial influenciou diretamente a carreira de Giorgio de Chirico. Ele estava em Paris, mas ao retornar para Florença, foi destinado ao 27º regimento de infantaria de Ferrara.

Entretanto, seu frágil estado de saúde causou sua transferência para um convento, espécie de hospital militar para convalescentes. Lá, conheceu Carlo Carrà, que também tinha a saúde debilitada. Isso permitiu que eles pudessem seguir pintando normalmente.

Carrà abandonara o futurismo e buscava por uma arte mais estável e monumental, voltada à tradição italiana. Seu encontro com De Chirico e com sua pintura metafísica foi a resposta para sua busca, sendo o mesmo momento em que cunharam oficialmente o termo “pintura metafísica”.

Hector e Andrômaca: De Chirico, 1917

A briga entre Carrà e De Chirico, o fim do estilo e seu legado

A amizade e parceria entre os dois durou pouco, pois De Chirico acusava Carrà de querer assumir a criação do estilo, algo que ele já trabalhava desde 1910.

Essa cisão fez com que o estilo de cada um seguisse um caminho diferente. Enquanto De Chirico estava fascinado pelo presságio do desconhecido, Carrà tendia a uma espécie de reflexão passiva.

La musa metafisica: Carlo Carrà, 1917

Dessa forma, podíamos ver Carrà exaltando a perfeição impessoal das formas ordenadas, em oposição às criações de De Chirico, que retratavam sempre obsessões enigmáticas.

Ainda tivemos outros nomes que seguiram essa busca pelo que está “além do que se vê”, como Giorgio Morandi, Atanásio Soldati, Filippo de Pisis, Gino Severini, entre outros.

De Chirico abandonou esse estilo nos anos 1920, optando por uma abordagem classicista, distante do metafísico. Embora tenha participado da exposição surrealista de Paris em 1925, ele se afastou cada vez mais do movimento.

Já em 1940, regressou à Itália e adotou um estilo decididamente acadêmico, baseado em temas mitológicos e clássicos, nos quais trabalhou até sua morte, em 1978.

Por outro lado, Carrà também abandonou a pintura metafísica no mesmo período. A partir de 1924, o artista afastou-se da pintura metafísica e passou para a pintura realista, inspirado pelos mestres italianos da Renascença. Por fim, ele se concentrou principalmente na pintura de paisagens, desenvolvendo um estilo mais atmosférico.

O movimento durou poucos anos, mas serviu como base para o surgimento do surrealismo. Tanto que podemos ver essa influência direta nas obras de Salvador Dalí e René Magritte.

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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA

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