Chéri Samba e suas interessantes pinturas com legendas Academia Brasileira de Arte -

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Artistas africanos podem parecer algo distante para muitos, pois tradicionalmente o foco fica apenas naqueles oriundos da Europa e, em menor escala, da América e Ásia. No entanto, temos diversos deles já estabelecidos no cenário artístico contemporâneo e com características únicas em suas obras. È justamente nesta última parte que se encontra Chéri Samba.

Um dos principais nomes do continente há algumas décadas, o pintor traz uma peculiaridade em suas obras que pode parecer estranha para muitos: ele sempre coloca algum texto em cada uma de suas pinturas. Hoje, vamos mostrar um pouco mais da trajetória dele e como ele atingiu fama internacional.

Chéri Samba e a busca pelo sonho de trabalhar com arte

O artista nasceu em 1956, na cidade de Kinto M’Vuila, antigo Zaire e atual República Democrática do Congo. Seu nome originalmente era David Samba, mas no país havia uma proibição sobre dar e/ou manter nomes cristãos. Sendo assim, ele mudou seu nome para Samba wa Mbimba N’zingo Nuni Masi Ndo Mbasi. Posteriormente, ele veio a adotar o nome que usa até hoje em suas obras: Chéri Samba. 

Ele é o filho mais velho de uma família de 10 irmãos, em que o pai era ferreiro e a mãe agricultora. Apesar de desde os tempos da escola ele já mostrar inclinação para a arte, já que desenhava em seus cadernos escolares e imitava os quadrinhos humorísticos da revista “Jeunes pour Jeunes”, ele não contava com apoio paterno, pois este queria que ele seguisse sua profissão.

Decidido a seguir carreira na área, ele abandona a escola com 16 anos e se muda para Kinshasa em 1972. Porém, a vida lá não estava fácil e ele encontrava muitas dificuldades para arrumar um emprego (o tema até rendeu a pintura “L’espoir fait vivre”, de 1989). 

 L’Espoir fait vivre, de 1989

Algum tempo depois, conseguiu um emprego que iria influenciar definitivamente sua arte: a de pintor de letreiros publicitários com Mbuta-Masunda, que já exercia a profissão. Um fato curioso é que o teste para Chéri Samba ser aprovado consistia em reproduzir a lápis uma fotografia de um idoso e um trabalho caligráfico em letras “góticas”.

Contudo, ele nunca havia sequer ouvido falar sobre esse estilo de letra e fez outras de sua própria invenção. As suas criações agradaram a Mbuta e lhe garantiram o trabalho. 

A criação de seu estúdio e o início no exterior

Chéri Samba ao iniciar a carreira como pintor de letreiros em Kinshasa, conheceu diversos outros artistas da região. Faziam parte deste círculo de artistas Moke, Bodo e, mais tarde, o irmão mais novo de Samba, Cheik Ledy, entre muitos outros nomes. Esse grupo tornou-se uma das mais vibrantes escolas de pintura popular do país.

Em 1975, o artista monta seu próprio estúdio e junto ao seu trabalho como pintor de outdoors, também inicia carreira como desenhista de histórias em quadrinhos. Graças a isso, vem a inspiração para os “balões de palavras”, que se tornaram a marca registrada de suas pinturas.

Diferente do que muitos podem imaginar, ele não começou pintando em telas, mas sim em pano de saco. O motivo é que estas telas que conhecemos eram caríssimas, tornando-as inacessíveis para aquele momento em que ele era apenas um artista começando. 

Suas obras caíram no gosto popular, rendendo a ele considerável fama local. Inclusive isso possibilitou que já em 1979 ele tivesse a possibilidade de expor fora do país. Tratava-se da exposição coletiva “Moderne Kunst aus Afrika”, organizada em Berlim Ocidental. A mostra integrou a programação do primeiro festival “Horizonte – Festival der Weltkulturen”.

A temática crítica das obras de Chéri Samba

A década de 80 é um período que intensifica o tom mais crítico das obras do artista. Ele buscava registrar a realidade social, política, econômica e cultural do Zaire (atual República Democrática do Congo), ao expor todas as facetas da vida cotidiana em Kinshasa. 

Operation Coup De Ciseau, de 1983. Uma das muitas pinturas com temática crítica política

Entre os principais temas que encontramos em suas obras, temos costumes populares, sexualidade, AIDS e outras doenças, desigualdades sociais e corrupção. Sobre a opção por essas temáticas, ele traz uma interessante reflexão:

“Minha pintura se preocupa com a vida das pessoas. Não estou interessado em mitos ou crenças. Esse não é o meu objetivo. Quero mudar nossa mentalidade que nos mantém isolados do mundo. Apelo à consciência das pessoas. Os artistas devem fazer as pessoas pensarem”.

Já para o final da década, temos outra mudança nas obras de Chéri Samba, pois ele passa a ser o tema principal de suas obras (algo que fez pela primeira vez em 1975). Entretanto, essa escolha não foi por um motivo narcisista, mas sim para se colocar como um âncora nos noticiários da TV. Ou seja, estar presente dentro de seu próprio trabalho para relatar o que significa ser um artista africano de sucesso no cenário mundial.

Foi também neste período, em 1989, que ele atingiu de vez o reconhecimento internacional ao participar da exposição “Les Magiciens de la Terre”, no Centre Georges Pompidou em Paris.

Desde então, Chéri Samba passou por diversas galerias famosas ao redor do mundo como Fondation Cartier, Museu Guggenheim em Bilbao, Museu Kunst Palast em Dusseldorf, Museu Nacional de Arte Africana em Washington DC, Museu de Belas Artes de Houston, Museu Ludwig em Colônia, Museu Provincial Voor Moderne Kunst em Ostende e tantos outros mais.

O grande momento para o artista foi quando foi convidado para a Bienal Internacional de Veneza, em 2007. O convite veio através do curador Robert Storr e o tema dela era “Think with the Senses—Feel with the Mind. Art in the Present Tense”. Esta foi descrita pelo The Huffington Post como “certamente ‘a exposição’ deste novo século”.

 Seção de Chéri Samba na Bienal de Veneza de 2007

Estilo de Chéri Samba

Por fim, vale falar sobre as características das obras de Chéri Samba. Em resumo, temos em muitas de suas telas ele próprio representado e abordando diversos temas sociais, como os citados anteriormente. 

 After 9/11, 2001, de 2002. Obra que traz o lado mais chocante das críticas sociais de Chéri Samba

Sua principal marca é a presença de textos nas obras, algo incomum para muitos. Essa ideia foi uma solução engenhosa de Chéri Samba para que as pessoas prestassem mais atenção nas pinturas, como o próprio explicou:

“Eu notei que as pessoas na rua passavam perto das pinturas, olhavam para elas e seguiam em frente. Eu pensei que se eu adicionasse um pouco de texto, as pessoas teriam que parar e tirar um tempo para ler, para entrar mais na pintura e admirá-la. Isso é o que eu chamo de ‘assinatura do Samba’. A partir de então, coloco texto em todas as minhas pinturas.”

Algo interessante a se destacar é que mesmo sendo um artista com fama internacional, ele vive e trabalha até hoje em Kinshasa, na República Democrática do Congo. Inclusive a região segue sendo tema de destaque em suas obras, que segundo ele, buscam através de cores vibrantes e um pouco de humor, trazer a realidade, mesmo que chocante, para conscientizar as pessoas, assim como fortalecer a própria comunidade.

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