O mês de janeiro marca o aniversário da Cidade de São Paulo, comemorado no dia 25. A capital do estado é lembrada na maioria das vezes por ser um polo cultural. Afinal, o que não faltam são shows, feiras, saraus, exposições, entre tantas outras opções que atendem a todos os gostos de quem é amante deste tipo de evento.
No entanto, muitas pessoas talvez não saibam ou não percebam, por circularem correndo pela cidade, que ela também é um local perfeito para turismo arquitetônico.
Principalmente na região central, temos diversos edifícios históricos, sendo muitos deles criações de grandes mestres da arquitetura brasileira, como, por exemplo, o Copan, projetado por Oscar Niemeyer.
Hoje, mostraremos algumas dessas incríveis construções para que você possa apreciá-las na próxima vez que estiver na cidade ou até mesmo visitá-las, já que algumas oferecem essa possibilidade. Vamos a elas:
1 – Edifício Martinelli
Localizado na Rua São Bento, 405, no Centro Histórico de São Paulo, o Edifício Martinelli ostentou e ostenta diversas marcas históricas:
- Foi o primeiro arranha-céu de São Paulo;
- Chegou a ser o maior arranha-céu do Brasil (entre 1934 e 1947);
- Foi também o maior da América Latina (entre 1934 e 1935).
O edifício tem 105 metros de altura e foi idealizado pelo italiano Giuseppe Martinelli e projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger.
Em 2024, ele completou 100 anos e possui uma história curiosa relacionada à sua construção. Isso porque ela começou em 1924 e durou até 1929, quando decidiram que o inaugurariam incompleto mesmo. Neste momento, ele contava com apenas 12 andares.
Depois disso, mudaram o projeto algumas vezes, principalmente para vencer a concorrência com o Edifício Joseph Gire, no Rio de Janeiro, e se tornar o maior arranha-céu da América Latina.
Graças a isso, ele foi finalmente concluído em 1934 com um total de 30 andares, superando o edifício fluminense. No entanto, seu impressionante tamanho causou polêmica, pois muitos discutiram a segurança de uma construção tão alta.
Para provar que ele era de fato seguro, Martinelli encomendou a execução de um palacete na cobertura do prédio, réplica de uma vila italiana, como moradia de sua própria família. Seu objetivo era mostrar para toda a população que o prédio não cairia.
Além de sua imponência, o Edifício Martinelli sempre chamou a atenção por seu aspecto luxuoso com elementos arquitetônicos clássicos, muito comuns em projetos dos Estados Unidos.
Um dos espaços de destaque que oferece um panorama incrível da cidade é o mirante no topo do prédio, que atualmente é aberto para a visitação do público de forma gratuita.
2 – FAU USP
O prédio da Faculdade de Arquitetura da Universidade de São Paulo é uma importantíssima obra da construção modernista da capital paulista.
Sua concepção se deu durante o projeto de expansão da USP, que tirou a FAU da Vila Penteado, onde estava instalada anteriormente, para o atual prédio, localizado na Rua do Lago, 876, no Butantã, na Cidade Universitária.
Seu projeto teve a assinatura de Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi. Já as obras se iniciaram em 1961 e foram finalizadas em 1969.
Um fato interessante é que Vilanova Artigas já era há algum tempo professor da FAU e seguiu sendo por muitos anos depois da conclusão do prédio. É tido como um dos principais representantes do modernismo arquitetônico no Brasil e reflete as influências brutalistas de seu autor.
Além disso, chama a atenção o exterior do prédio, cujos trapézios duplos trazem uma amplitude para o espaço. O objetivo principal de Artigas com a obra, e que caracteriza também o movimento modernista que ele defendia, é a integração dos ambientes para torná-los mais democráticos e acessíveis entre os alunos, buscando fazer um convite à troca de conhecimento entre eles.
3 – Palacete Teresa Toledo Lara
Voltamos para a região central da capital, pois este se localiza na Rua Quintino Bocaiúva, 22, na Sé. Este local foi construído antes da própria Catedral da Sé, feito sob encomenda do conde Antônio de Toledo Lara, um dos fundadores da marca Antarctica.
Quem assinou este projeto foi o arquiteto alemão Augusto Fried, que fez diversas obras na cidade de São Paulo. O Palacete Teresa Toledo Lara apresenta uma linguagem eclética, produzindo uma composição do encontro dos estilos renascentista, barroco, maneirista e neoclássico.
Durante sua primeira fase, ele abrigou apenas escritórios, principalmente de advocacia, médicos, dentistas e comércio. Pouco tempo depois, por iniciativa de Paulo Machado de Carvalho, o Palacete Teresa Toledo Lara passou a abrigar no andar superior a sede da Rádio Record, que ficou por muitos anos lá.
Um fato interessante é que ele abrigou várias lojas de instrumentos musicais, como a Casa Irmãos Vitale e a Casa Bevilacqua. Esta última foi a primeira loja do tipo na cidade.
A junção destes dois elementos, as lojas de instrumentos e a presença da Rádio Record, que recebia os mais diversos compositores e cantores brasileiros da época, fizeram com que o edifício ficasse conhecido como “a esquina musical de São Paulo” nos anos 1940.
Atualmente, a loja de instrumentos musicais Casa Bevilacqua recebe o nome de Amadeus e permanece no pavimento superior do palacete.
4 – Edifício Altino Arantes
Talvez o mais famoso para o grande público, mas que poucos conhecem por esse nome. Atualmente chamado também de “Farol Santander”, ele por muito tempo foi conhecido como “Prédio do Banespa”, inclusive ainda sendo chamado assim por muitos.
Ele fica na Rua João Brícola, 24, Centro Histórico de São Paulo, e foi projetado pelo arquiteto Plínio Botelho do Amaral para ser a sede do Banco do Estado de São Paulo (Banespa).
O edifício foi inspirado na arquitetura art déco do Empire State Building, em Nova Iorque. Com 35 andares e 161 metros de altura, ele chegou a ser considerado a maior construção de concreto armado do mundo.
Sua construção iniciou em 1939 e demorou oito anos para ser finalizada. Foi o então governador Adhemar de Barros, eleito em 27 de junho de 1947, quem celebrou sua inauguração.
Um dos grandes destaques dele é seu mirante. Com raio de visão de 360º e atingindo 40 km, de lá é possível ver a Serra do Mar, o Pico do Jaraguá, os prédios da Avenida Paulista e as principais construções do centro.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA