A temporada final de Dr. Stone está prevista para estrear em janeiro de 2025. Com isso, teremos o encerramento de um dos shonens mais interessantes lançados nos últimos tempos (a versão para TV, já que o mangá se encerrou em 2022).
Vamos falar um pouco mais sobre ele e como destacou um tema pouco usual em animes deste gênero: a ciência.
Dr. Stone: um mangá onde o poder vem da ciência
O mangá de Dr. Stone começou a ser publicado em março de 2017 e nasceu da parceria entre dois autores famosos: o roteirista Riichiro Inagaki (criador de Eyeshield 21) e o desenhista sul-coreano Boichi (criador de Sun-Ken Rock e Origin).
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Capa mangá Dr. Stone
A obra foi publicada na Shonen Jump, uma das revistas de mangá mais famosas, que já abrigou obras de grande sucesso do gênero como Cavaleiros do Zodíaco, Yuyu Hakusho, Dragon Ball, One Piece, Bleach, Naruto, e mais recentemente Jujutsu Kaisen, Demon Slayer, entre outras.
Essas obras têm muitas similaridades, especialmente no desenvolvimento dos poderes de seus personagens, que normalmente alcançam patamares inimagináveis.
Contudo, Dr. Stone seguiu uma linha diferente que chamou atenção: a ciência foi apresentada como uma força central neste mangá. Apesar de alguns feitos sobre-humanos, não há nada que se aproxime das obras citadas anteriormente.
Foi uma aposta ousada, considerando o público que normalmente consome esse tipo de publicação e que poderia não achar tão atrativo. No entanto, a obra alcançou grande sucesso, seguindo o caminho natural de adaptações do gênero e se transformando em anime.
Dr. Stone e seu curioso enredo
Falamos sobre o destaque dado à ciência, mas o enredo da história mistura diversos elementos interessantes como futuro distópico, apocalipse e até elementos pré-históricos. Curiosamente, seu início é bastante clichê, com o personagem Taiju falando para Senku que gostaria de se declarar para sua amiga de infância Yuzuriha.
O clichê acaba aqui, pois o que era para ser só mais um dia comum de escola muda totalmente com um raio verde que surge de repente e petrifica todos os seres vivos da Terra, tanto humanos quanto animais.
Esse período de petrificação dura 3700 anos, quando Senku consegue se livrar da petrificação e descobre uma “água milagrosa” que pode despetrificar as pessoas. Ele faz isso com seu amigo Taiju e eles começam a buscar formas de sobreviver e trazer as pessoas novamente à vida.
Em um momento, eles precisam despetrificar um companheiro de escola chamado Tsukasa. Apesar de serem inicialmente aliados, suas visões de mundo divergem: Senku quer reviver a todos, enquanto Tsukasa deseja um mundo ideal apenas com pessoas que ele julga boas, iniciando o esperado conflito shonen.
A inteligência acima da força
O habitual em histórias como essas seria uma escalada de aumento de poder para batalhas cada vez mais grandiosas. Porém, não é isso que vemos em Dr. Stone, pois Senku é mostrado claramente como alguém fisicamente fraco, que não teria condições de batalhar com Tsukasa na força.
É justamente aqui que começa a parte interessante, pois para combater Tsukasa e seu império, Senku busca uma evolução da humanidade de volta ao que era antes da petrificação.
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Imagem Stone Wars
A série apresenta uma saga evolutiva científica fascinante, onde o “reino da ciência” busca criar objetos úteis para combater o “Império Tsukasa”.
Ao invés de armas, falamos de invenções como telefone e até remédios. A observação mais interessante é que, mesmo com algumas licenças poéticas, todos os processos são reais, podendo ser uma ótima forma de atrair os jovens para a ciência.
As invenções mais impressionantes em Dr. Stone
Vamos trazer agora alguns exemplos das invenções que vimos no anime. Escolher algumas é difícil, pois praticamente todas as criações de Senku têm sua funcionalidade. Ainda assim, é interessante destacar algumas pela importância dentro do contexto da história ou pela complexidade.
1 – Solução para despetrificar
Começamos com uma invenção crucial para o desenvolvimento da história: o fluido desenvolvido por Senku e Taiju para despetrificar pessoas e animais. Apesar de petrificadas, essas formas não poderiam ser quebradas simplesmente com martelo e cinzel, mas sim através de uma reação química envolvendo ácido nítrico e outros ingredientes.
2 – Sulfa
As sulfonamidas, mais comumente chamadas de sulfas, são usadas para tratar muitas condições, como inflamações, infecções e várias doenças. Atualmente, temos acesso fácil a medicamentos como este, mas sem eles, as taxas de mortalidade seriam muito altas.
Em Dr. Stone, a sacerdotisa Ruri sofre de pneumonia e, para tratá-la (e conseguir a confiança da aldeia), Senku desenvolve o remédio, que também foi responsável por diversas outras criações na obra, como máscara de gás (para pegar ácido sulfúrico), vidro e até luz elétrica.
3 – Telefone
Durante a “Stone Wars”, a “arma definitiva” para ganhar a guerra não foi exatamente uma arma, mas sim o telefone, que permitiu a comunicação rápida entre os membros da aldeia.
Esse é um momento interessante da trama, pois mostra claramente a diferença entre os dois grupos: enquanto o Império de Tsukasa se recusa a avançar na tecnologia, criando uma civilização apenas com o que os mais fortes da humanidade têm a oferecer, o Reino da Ciência de Senku supera seus inimigos criando o telefone celular.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA