O século XX contou com alguns movimentos artísticos importantes e dentre eles, temos o futurismo. Ele trouxe como grande diferencial o fato de engrandecer a vida moderna, ou seja, automóvel, a eletricidade, a velocidade, a máquina, etc. Contudo, também foi controverso por conta de alguns dos membros aderirem ao fascismo, inclusive em manifestos.
Dentre os criadores do movimento, Giacomo Balla é um dos mais lembrados, especialmente por ter se mantido longe do movimento fascista, se focando apenas na arte.
Hoje falaremos um pouco mais deste grande artista do século XX, um dos criadores do movimento que influenciou Oswald de Andrade aqui no Brasil.
Giacomo Balla: Desde o começo, um artista versátil
Ele nasceu em 1871, na cidade de Turim. Seu pai era fotógrafo e teve grande importância na carreira do filho, sendo influência para sua arte. Com apenas 15 anos, Giacomo Balla ingressou na Academia Albertina e lá mostrou grande versatilidade, tendo estudado música (sua paixão de infância), pintura e outras formas de arte.
Já em 1890, ele viajou para Paris, onde teve seu primeiro contato com o impressionismo e neo-impressionismo. Esse contato com uma nova forma de arte o motivou a um ano depois, frequentar a Academia Albertina e o Liceu de Artes de Turim, onde estudou perspectiva, anatomia e composição geométrica, além de exibir seu trabalho pela primeira vez.
Ele seguiu em sua cidade natal até 1895, quando foi para Roma, decisão que impactou diretamente sua carreira. Durante um período, ele trabalhou como ilustrador e retratista. Foi profundamente influenciado pelo estilo divisionista, o qual enfatiza a divisão das cores em pontos ou manchas individuais que interagiam opticamente para máxima luminosidade.
A exposição na Bienal e o manifesto futurista
Estabelecido na capital italiana, ele consegue em 1899 ter seu trabalho aceito na Bienal de Veneza e na exposição internacional na Sociedade dos Amantes da Cultura das Belas Artes em Roma, onde ele exibiu regularmente durante dez ano.
Durante este período ele se tornou referência na técnica pontilhista (de criar imagens a partir de inúmeros pontos) e contava com um bom número de alunos.
Giacomo Balla também era um nome importante na técnica divisionista, tendo como alunos Umberto Boccioni e Gino Severini. Juntos, com Carlo Carrà, Fortunato Depero, Luigi Russolo e sob a liderança de Filippo Tommaso Marinetti, deram início ao movimento futurista.
Marinetti inclusive foi o responsável pela virada artística de Giacomo Balla, que passa a adotar o estilo futurista em suas pinturas. Tornou-se comum ver em suas obras representações pictóricas de luz, movimento e velocidade.
Uma das principais obras dele nesta fase foi a pintura “Dinamismo de um cachorro na coleira”, de 1912. Ela é uma representação icônica desses princípios futuristas, capturando o movimento frenético e a energia de um cão Dachshund trotando.
O afastamento dos membros do futurismo e a experimentação de Giacomo Balla em outras áreas
Como dissemos anteriormente, um dos grandes problemas do futurismo foi a inclinação de diversos membros, especialmente Marinetti, ao fascismo. Isso tirou o caráter artístico do movimento, deixando com viés muito mais político. No entanto, Giacomo Balla não seguiu este caminho, focando-se essencialmente nas bases originais futuristas.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Balla esteve alheio ao conflito e seguiu com suas experimentações. Ele passou a esculpir, tendo como obra de destaque a escultura conhecida como “Punho de Boccioni”, de 1915. Neste mesmo ano ele escreveu o manifesto Reconstrução Futurista do Universo, junto de Fortunato Depero. Ele seguiu neste movimento até a década de 30.
Ainda na década de 10, ele passou a desenhar cenários para balé de Igor Stravinsky, encenada no Teatro Costanzi, em Roma. Giacomo Balla criou móveis e acessórios e até mesmo participou das sequências da filmagem junto com Marinetti.
Este período também teve uma contribuição importante de Balla para o cenário artístico italiano, pois seu estúdio se tornou ponto de encontro para jovens artistas.
A fase final da vida de Balla
Giacomo Balla seguiu fazendo experimentações, fez trabalhos importante como o “Manifesto da Cor”, onde analisou o papel da cor na pintura de vanguarda. Ele também retornou as origens, pintando retratos e paisagens, além das temáticas futuristas.
Pudemos ver nas décadas de 20 e 30 uma evolução em seu estilo, quando ele muitas vezes criava obras abstratas que brincavam com luz e cor. Suas pinturas e esculturas tornaram-se semi-abstratas e mais geométricas, muitas vezes incorporando elementos de Art déco.
Ele teve o reconhecimento pela sua importante contribuição em 1935, quando foi nomeado para ser membro da Academia de San Luca, em Roma. Um dos últimos grandes eventos que participou foi o Documenta em Kassel, Alemanha. Giacomo Balla faleceu em 01 de março de 1958 na cidade de Roma.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA