Provavelmente você já deve ter visto em algum lugar a obra “O Grito”, seja ela própria ou alguma referência à mesma. Pintada pelo norueguês Edvard Munch, ela é considerada como a obra que deu início ao expressionismo. Apesar de hoje ser tratada como uma das principais obras deste movimento, no início ela não recebeu tal reconhecimento.
O grito e a relação com a saúde mental de Edvard Munch
As críticas foram muito duras com o artista na época. Essa obra fazia parte de uma série de seis outras obras, chamado “Amor”. Ela era a última do conjunto e, de acordo com o próprio Munch, o desespero seria “o resultado final do amor”. Duas declarações merecem destaque aqui:
- Primeiramente Johan Scharffenberg, estudante de medicina, afirmou que o pintor “não estava bem do juízo” e que tal obra poderia ser um indício que o pintor era propenso a alucinações. Sendo assim, ele deveria ser internado e proibido de pintar;
- Depois o crítico de arte Henrik Grosch disse que o quadro era prova que não deveriam considerar Edvard Munch “um homem sério com um cérebro normal”.
Tais críticas abalaram o artista, pois ele tinha parentes próximos com problemas mentais, inclusive o próprio pai. Ele chegou inclusive a ser internado em 1908 em uma clínica após um colapso nervoso (a exposição em questão, foi em 1903).
As diferentes versões da mesma obra: O Grito e suas quatro artes
Uma peculiaridade dessa obra é que ela possui quatro versões: a de 1893 (mais famosa), outra de 1893, uma de 1895 e a última de 1910. Agora falaremos da obra principal e depois traremos as diferenças das demais.
Primeira versão de “O Grito” – 1893
Esta foi pintada em óleo e pastel sobre cartão. Para começar, a figura de destaque é uma pessoa andrógina (não se sabe se é homem ou mulher), de formas distorcidas, mostrando claro sinal de desespero.
O contraste dela com as duas outras pessoas presentes na ponte é nítido, pois ambas foram pintadas sem distorções. Destaque para o fato de ambas estarem de costas, como se ignorassem o desespero da primeira.
Vemos dois barcos ao fundo, no que parece ser um lago. A curiosidade fica para a forma como ele misturou a paisagem: água e natureza parecem se juntar e formar uma grande onda. Por fim o céu, que com cores fortes em vermelho laranja e amarelo, buscam trazer um sentimento sufocante (ou aterrorizante).
Segunda versão – também de 1893
Esta foi pintada com lápis de cor, mas para muitos é considerada a menos acabada dentre todas. Ela mostra inclusive sinais de desbotamento. Aqui os homens da ponte estão de lado, olhando algo na paisagem. Não vemos os barcos, mas é a primeira que temos os olhos da pessoa em destaque aparecendo de forma mais clara.
Terceira versão – 1895
Aqui temos Pastel sobre cartão e que traz algumas diferenças, como os olhos nítidos da pessoa em destaque. Temos uma mudança de cenário, pois um dos homens se apoia na ponte, como se estivesse pensativo ou lamentando. Enquanto isso, o outro olha na diagonal, para apenas um barco presente na obra.
Quarta versão – 1910
Esta é a mais parecida com a original, mas produzida em têmpera sobre cartão. Alguns ainda citam que a imagem em destaque parece mais fantasmagórica, pois mostra os globos oculares sem a exata marcação dos olhos.
Curiosidades
Por Fim, a obra traz alguns fatos curiosos, confiram:
- Como muitas obras do modernismo, ela aparece muito na cultura pop, em filmes ou desenhos. Entretanto no caso dela, o rosto gritando serviu como inspiração para a máscara da série de filmes “Pânico”;
- Das quatro obras, três estão na Galeria Nacional de Oslo. Apenas a de 1895 encontra-se com um colecionador particular;
- A obra de 1910 conta com a seguinte frase: “Só poderia ter sido pintada por um louco!” Havia o mistério se tal texto era de fato de Edvar Munch ou se alguma outra pessoa o teria escrito. Mais de um século depois (em fevereiro de 2021), através de diversos estudos de especialistas, confirmou-se que de fato foi o pintor que a escreveu. Segundo os mesmos estudiosos, pode ser uma ironia dele aos que desmereceram “O Grito” em sua primeira exposição.
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