Por muito tempo, o graffiti teve uma imagem marginalizada, sendo até tratado de forma errônea como uma simples pichação. Contudo, cada vez mais esta manifestação artística recebe o seu devido valor, tanto que uma tendência que tem ganhado força é o seu uso em decorações de ambientes.

Seja na parte externa ou até mesmo nos cômodos da casa, muitas pessoas veem o graffiti como a expressão artística ideal para dar um toque diferente e inovador no ambiente.

Grafitti em ambiente externo. Local: Selina Palermo Soho, em Buenos Aires

De obras apenas para “marcar território” a elementos decorativos: a mudança na imagem do grafitti 

Ao acompanhar a história do graffiti, podemos ver como sua imagem mudou ao longo dos anos. No início, era comum as obras serem feitas como forma dos artistas “marcarem território” em espaços públicos.

Só que não era apenas isso, pois muitas vezes também acompanhavam algum tipo de crítica social, sendo uma forma de dar “voz” a periferia. E mesmo com resistência por parte da sociedade, essas obras passaram a ser vistas por muitos como uma importante manifestação artística contemporânea.

Além dessa alteração gradual de percepção, as pessoas passaram a ver o graffiti como uma forma de trazer maior personalização ao ambiente, seja interno ou externo de uma residência, comércio, entre outros. Ou seja, além de manter a essência crítica, ele também se tornou uma opção atrativa de decoração.

Esta mudança foi importantíssima para os grafiteiros, que ganharam uma nova fonte de renda, além de ter seu trabalho devidamente valorizado.

Como utilizar o grafitti na decoração? 

Primeiramente, devemos ter em mente que ele deve ser pensado desde a concepção do projeto. Isso porque será justamente ele que norteará a paleta de cores a ser utilizada no ambiente. Além disso, servirá para definir de forma mais assertiva a decoração daquele cômodo, até para evitar excessos ou mesmo saturação.

Exemplo de grafitti dentro do ambiente. Artista: Daniel Medeiros, o Boleta

Pensando no design de interiores, é preciso haver um alinhamento entre o estilo do grafiteiro e aquilo que o morador espera. Posteriormente, chega o momento de definir qual será o tema da obra.

Em muitos casos, a escolha é feita a partir de algo diretamente relacionado ao cliente (como profissão, momento histórico, até mesmo algo do qual ele seja fã). No entanto, muitos não têm uma ideia definida, dando maior liberdade ao designer para escolher entre algo mais realista ou então desenhos abstratos, geométricos, etc.

Locais e cores ideais 

Naturalmente, as paredes são os principais locais a serem utilizados para a criação do graffiti. Porém, espaços menos convencionais como portas, portões e até armários também podem ser uma boa pedida, cabendo aí analisar se encaixa com o projeto e identificar os melhores espaços para as obras.

Exemplo de grafitti em que a janela e a cama se integram a obra da parede

Já sobre a cor da parede para a pintura, normalmente o artista prefere que ela esteja em branco, até pela liberdade que terá para aplicar as cores que desejar.

Entretanto, também há a possibilidade de que ela seja de outra cor, como em casos que o desenho já tem uma paleta de cores definida.

Por fim, há uma questão bastante recorrente nestes casos, que é a possibilidade do morador simplesmente enjoar do grafite. Ainda que não seja muito comum, em casos como esses a pessoa pode apostar em deixar a parede com uma cor neutra, colocar um papel de parede ou mesmo trocar o graffiti.

Só que neste último caso, pode ser necessário novamente a presença do designer para fazer possíveis ajustes na decoração do ambiente

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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA