Bienal de São Paulo: 70 anos de história - parte 1 - ABRA Academia Brasileira de Arte -

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O ano de 2021 marcou os 70 anos da Bienal de São Paulo. Trata-se de um dos principais eventos de manifestação artística brasileiro, com fama internacional inclusive. Sua importância é tanta, que o colocam no circuito dos grandes eventos, juntamente com a Bienal de Veneza e da Documenta de Kassel. 

Agora traremos como ela foi idealizada e tornou-se o grande evento reconhecido internacionalmente que é hoje. 

Bienal de São Paulo, um projeto idealizado por Francisco Matarazzo 

Na década de 50, o Brasil e mais especificamente São Paulo, começavam a receber um estímulo às artes, patrocinados especialmente por dois grandes mecenas: Assis Chateaubriand e Francisco Matarazzo.  

Podemos destacar no período: Teatro Brasileiro de Comédia, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, Companhia Cinematográfica Vera Cruz e Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Este último, fundado pelo próprio Matarazzo, inspirado no MoMa, de Nova Iorque. 

Com o intuito de colocar o país como um centro cultural de destaque no exterior, ele e sua mulher Yolanda Penteado idealizam um audacioso projeto, o de uma Bienal de Artes, como a que acontecia em Veneza desde 1895. No entanto, o projeto enfrentou resistência do próprio diretor do Museu, Lourival Gomes Machado. 

Contudo, ele e sua mulher foram atrás de formas de viabilizar esse evento. Por um lado, ele foi atrás do apoio, que veio através da Cia Geral de Seguros Sul América, do Jockey Club, do Banco do Estado de São Paulo e do Governo do Estado.  

Enquanto isso, sua mulher Yolanda, pertencente da elite cafeeira da época, tratou das questões diplomáticas. Juntamente com Maria Martins, com trânsito no circuito diplomático e artístico internacional, elas trataram de garantir salvo conduto para artistas internacionais enviar seus trabalhos.

Apesar de contar com alguns improvisos, como o local (foi no Belvedere Trianon, onde atualmente está o MASP), na estrutura feita por Luís Saia e Eduardo Knesse de Mello com cerca de 5.000 m², a empreitada resultou em sucesso.

bienal de São Paulo

Cartaz da primeira edição. Autoria: Antonio Maluf

Isso porque a 1ª edição da Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo contou com 729 artistas e 1.854 obras, representando 25 países. O sucesso do evento, já adiantou as preparações para o segundo, que inclusive seria comemorativa ao IV centenário da capital paulista.  

A 2ª Bienal de São Paulo e a presença de Guernica 

Com um maior planejamento, ela foi organizada no Parque do Ibirapuera. O projeto do edifício foi de Oscar Niemeyer e os jardins de Burle Marx, também parte das comemorações do IV centenário. O complexo foi rapidamente erguido, pois também contou com apoio do governador da época, Lucas Nogueira Garcez e trouxe um aumento considerável no número de obras. 

Saltamos das 1.854 para um total de 3.374 obras. Entretanto o número de artistas diminuiu, para 712, mas o número de países representados aumentou, chegando a 33. O evento não foi grandioso apenas nos números, mas também na importância dos artistas e obras. Inclusive essa é até hoje uma das mais famosas edições, conhecida como “a Bienal da Guernica”. 

Isso porque o famoso painel de Picasso (que participou também da primeira edição em 1951) esteve presente no evento. Apesar de o MoMA (local onde estava antes) ter sido contra sua vinda para cá, pesou o desejo do próprio artista. 

A exposição ficou em dois pavilhões: o Palácio dos Estados (atual Pavilhão das Culturas Brasileiras) e o Palácio das Nações (atual Museu Afro Brasil), ambos projetados por Niemeyer.  

Além de Picasso, outros importantes nomes da arte receberam salas especiais na Bienal de São Paulo: Paul Klee, Oskar Kokoschka, Alexander Calder, James Ensor, Edvard Munch, Piet Mondrian, Brancusi, Alfredo Volpi, Mondrian, Manabu Mabe e Aldemir Martins são apenas alguns dos muitos que marcaram presença no evento.  

As premiações e o evento tornando-se independente 

Já estabelecida no calendário cultural da cidade, a Bienal passou a premiar os artistas por quatro categorias: pintura, desenho, escultura e gravura, pois antes não havia essa divisão. Juntamente com essa mudança, passou a dividir as premiações entre obras nacionais e estrangeiras.  

A quarta edição trouxe uma mudança que viria a ser definitiva, pois a Bienal de São Paulo mudou-se para o antigo pavilhão das indústrias, ocorrendo lá até os dias de hoje. Já a quinta teve a presença de obras de Van Gogh, além de salas representando a arte de Alemanha, França e Japão, respectivamente “Expressionismo“, “Quatro Séculos de Gravuras“ e a exposição “Ujiko – E“. 

A edição de 1961 foi um marco na Bienal, pois ela se desvinculou do MAM e tornou-se uma fundação independente. A razão foi o fato de, por ser um evento de grande porte, precisa de uma dedicação especial. Juntamente com essa mudança, as obras premiadas durante as primeiras Bienais, foram doadas para o Museu de Arte Contemporânea da USP. 

A chegada de Mario Pedrosa e o aumento de países no evento

Uma novidade importante, foi a chegada de Mario Pedrosa para ser o curador desta edição. Tratava-se do crítico brasileiro de mais renome internacional e que traria um novo conceito para os eventos.  

Esta edição contou com obras de Clemente Orozco, Paul Devaux, René Magritte, Marc Chagall, além de trazer realismo socialista do italiano Renato Guttuso. Também trouxe uma retrospectiva do alemão Kurt Schwitters, que revolucionou as assemblagens e influenciou Robert Rauschenberg.  

No entanto, muitos se decepcionaram com a ausência do suprematismo, movimento russo revolucionário criado por Malevich em 1915. Acabou por razões burocráticas não conseguindo, mas trazendo no lugar artistas jovens, só que sem o mesmo impacto. 

A Bienal de São Paulo começa a se destacar pela quantidade de países que integram o evento. Na sétima chegamos a 51, com a presença de obras da Síria, do Irã, do Taiti e do Senegal. Posteriormente na oitava, até mesmo Nova Zelândia e Filipinas marcaram presença. 

A ditadura e o esvaziamento da Bienal de São Paulo 

No entanto, esta edição de 1965, um ano após o golpe de 64, passou a trazer momentos mais tensos de protestos contra o regime. Como por exemplo Maria Bonomi, que ao receber seu troféu de melhor gravadora, também entrega para o presidente Castelo Branco uma carta assinada por intelectuais e artistas, pedindo a soltura de presos políticos. 

A nona edição tem como marca a presença da pop art, com destaque para obras de Andy Warhol, Roy Lichtenstein, Jasper Johns, Robert Rauschenberg e Robert Indiana. No entanto, a ditadura interdita a obra do brasileiro Quissak Júnior por conta da presença da bandeira nacional. Além disso, o setor em que ficavam as obras dos EUA foi pichado e obras danificadas. 

Só que o grande problema veio na Bienal de 1969, que sofreu por conta de um boicote internacional, em que diversos artistas, curadores e representações de países, recusaram-se a participar do evento. O motivo foi uma intervenção militar na exposição do Museu de Arte Moderna do Rio, pois obras foram censuradas por as considerarem ofensivas ao regime.  

Mario Pedrosa foi exilado em 1971, motivando carta de repúdio por artistas como Octávio Paz e Pablo Picasso. Todos esses problemas fizeram com que as edições dos anos 70 sofressem um esvaziamento. Isso só viria a melhorar em 1981 na 16ª edição, com o fim do boicote e a maior abertura política do país. 

Entraria uma nova era na Bienal de São Paulo, com a figura da curadoria geral de Walter Zanini (o primeiro na função). Ele aboliu a divisão de obras por país, pois agora eles as agruparam por “analogia de linguagem” (técnicas e temas).

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