Desde sua criação, o automóvel passou por diversas mudanças no seu design. Partindo daquela que trazia uma adaptação de uma carruagem, até os modelos esporte, passamos por evoluções na concepção dos veículos.
Apesar de as proporções dos carros terem permanecido praticamente as mesmas nas últimas décadas, as mudanças feitas em seus designs foram consideráveis, trazendo especialmente um melhor desempenho para o veículo no que diz respeito a consumo de combustível, através de formas mais aerodinâmicas.
Traremos aqui um pouco mais dessa evolução e como chegamos aos modelos que conhecemos hoje.
Design dos automóveis dos anos 20 ao pré 2ª guerra: do Ford T ao Mercedes-Benz 320
Não dá para pensar em design de carros, sem pensar no primeiro carro de produção em série, o Ford T. Com pneus bem para fora da largura da cabine, a posição do motorista e passageiro eretos, além de um complemento na frente em que ficava o motor, que parecia acoplado a parte em que ficavam os usuários do veículo.
Ford T, 1920
A evolução dos modelos seguiu até chegarmos a este modelo da Mercedes-Benz de 1937, o 320. Ele já trazia muitas evoluções em relação àquele modelo da Ford, como pode ser visto na imagem. Apesar de termos ainda os faróis como elementos independentes entre o capô e o para-lama, já temos o compartimento do motor e a cabine como uma peça só.
Mecedes-Benz 320, 1937
Para-lamas e estribos ainda seguiam como elementos separados, mas já estavam mais “encaixados” à superfície principal do carro. Outra coisa que chama atenção é o design mais arredondado do carro, algo que se tornaria marca dos veículos europeus.
O pós-guerra: as diferenças dos designs dos carros dos EUA x europeus
A segunda guerra mundial teve muita influência na forma como eram pensados os automóveis na Europa. Isso porque, devido à escassez de materiais como o aço, além da necessidade da economia de combustível, eles precisavam maximizar a eficiência dos veículos.
Por conta disso, o design de automóveis europeus contava com formas mais aerodinâmicas, pensadas justamente para trazer uma menor resistência ao ar, pois assim o consumo de combustível seria menor. Juntamente com isso, tínhamos uma carroceria leve, feita com menos aço, pensando exatamente na relação peso-potência.
Um bom exemplo do design europeu da época é o BMW coupé de 1954. Nele você tem um carro mais “enxuto”, com formas arredondadas e que deixou de ter o estribo, passando a contar com um “rocker panel” ou painel para batida de pedras. Outro destaque são os para-lamas, já mais integrados ao corpo do automóvel, ao invés de estarem destacado, como no Mercedes.
BMW coupé, 1954
Por outro lado, os EUA contavam com modelos bem menos econômicos, até pela grande quantidade de aço que havia no país. Um exemplo é o Oldsmobile Fastback Rocket 88, que contava com uma chapa do metal de cerca de 3mm (ao passo que atualmente ele tem 0,7mm em média).
Oldsmobile Fastback Rocket 88
Apesar de um carro também de formas arredondadas, ele era bem mais pesado, consumindo muito mais combustível. Um fato curioso é que se passou a ter essas faixas brancas no pneu, com a intenção de melhorar a estética do veículo. Isso porque com uma carroceria muito grande, os pneus todo pretos pareciam pequenos demais em relação a ela.
Carros quadrados x carros arredondados
O design de automóveis entre ambas as indústrias foi se diferenciando cada vez mais, até que chegamos aos anos 70, em que os EUA passaram a ter nas ruas cada vez mais carros quadrados, enquanto a Europa seguia com seus estilos mais arredondados.
Tivemos a verdadeira era de ouro dos sedans, com diversas montadoras estadunidenses apostando em linhas retas e carros cada vez maiores. Tal movimento deu-se por um aumento de consumo desses modelos, em comparação aos compactos, que na época sofriam competição com modelos do exterior.
Só que esses modelos, além de muito pesados, tinham força de arrasto muito maior que os modelos europeus (e aqui entram também modelos asiáticos, que seguiam essa linha mais aerodinâmica), tornando-os pouco eficientes. Foi a era dos chamados “muscle cars”.
Enquanto isso na Europa, os destaques seguiam sendo os modelos mais arredondados, com as fabricantes de carros de luxo, apostando cada vez mais neste estilo. Inclusive o Porsche 911, ainda de 1963, traz bem a ideia que se seguia por lá.
Posteriormente, a crise do petróleo no oriente médio obrigou as montadoras dos EUA a buscar criar carros mais eficientes, que consumiam menos combustível. Por conta disso, passamos a ter uma inspiração muito maior dos designers de lá nos modelos europeus, muito mais aerodinâmicos.
Inclusive essa foi uma forma de atrair consumidores de carros de luxo nos EUA, pois estes modelos de formas arredondadas estavam em alta entre os mais abastados.
A tecnologia e o design de automóveis
Para além de toda questão já citada da eficiência, outro fator trouxe grande evolução no design automobilístico: a tecnologia. Antes, os modelos eram feitos em madeira, argila, entre outros materiais. Posteriormente com os computadores e com o avanço tecnológico, que possibilitava modelos em 3D digitais, a criação de carros com designs mais fluídos foi simplificada.
O avanço tecnológico também serviu para baratear a produção das chapas curvas de metal, o que pôde trazer esses modelos para o consumo popular. Atualmente até temos modelos com linhas mais retas, mas mesmo eles têm as quinas arredondadas para manter a eficiência e reduzir danos a pedestres em casos de acidentes.
Seja um Designer Automotivo na ABRA
A Academia Brasileira de Arte, em conjunto com o chefe de Design da Volkswagen (Região America do Sul), José Carlos Pavone, desenvolveu o primeiro e único curso online de Sketch Automotivo Manual totalmente focado na realidade da indústria automotiva.
Sabendo da grande dificuldade que as montadoras de automóveis possuem na hora de contratar novos estagiários para o departamento de design, Pavone nos procurou com intuito de criar um curso focado nas principais necessidades da indústria, onde você aprenderá, de forma dinâmica e objetiva, como funciona a fase inicial e criativa do processo do design automobilístico.
Neste curso, você estudará as diversas categorias de carros, começando com o Hatchback 4 portas (categoria mais fabricada pelas montadoras), passando para as categorias Sedan, Coupê, SUV e finalizando com Esportivos.
A ordem do aprendizado deste curso vai, totalmente, de encontro com o que a indústria automotiva necessita na área de design, ou seja, novos profissionais que iniciem suas carreiras conhecendo as principais bases do processo de criação de automóveis.
Conheça mais sobre o curso e faça sua matrícula agora mesmo nas modalidades Presencial, Ead ao Vivo ou Online.