Exatamente às 18:23 do dia 20 de março, tivemos o início do outono no Brasil em 2023. Assim como as outras três estações do ano, ela é um tema recorrente dos mais variados artistas. Por isso iremos hoje aqui celebrar a época mostrando algumas das mais famosas pinturas que a retratam.
Claude Monet – Efeito do Outono em Argenteuil, de 1873
Um dos grandes mestres do impressionismo, Monet tem diversas pinturas retratando a passagem das estações e as diferentes cores que elas nos proporcionam. Contudo, talvez uma das mais importantes delas seja a do “Efeito do Outono em Argentuil”, que ele pintou durante o período que viveu no local, umas das pequenas cidades no rio Sena, perto de Paris.
Logo de cara, é fácil identificar de qual estação falamos apenas pela paleta de cores escolhida pelo artista, além de estar bem claro a incidência do sol pelo lado direito.
Para sugerir as folhas de outono, Monet usou tons claros dourados, com detalhes em vermelho. À direita, os tons de amarelo e rosa têm seu contraponto na folhagem verde. Um dos efeitos interessantes da obra é a moldura formada pelas duas massas de árvores que ajudam a atrair os olhos para os elementos ao fundo. Ele se completa pela vastidão da lagoa, que leva nosso olho ao contraste da natureza com a ação do homem.
Podemos ver uma chaminé de fábrica, mas que Monet apenas manteve pelo fato de não afetar a atmosfera tranquila do cenário. Inclusive era comum ele cortar elementos como edifícios, que ele achasse que pudessem estragar o efeito que ele desejava passar.
Vincent Van Gogh – Les Alychamps, Folhas Caindo, de 1888
Trazemos agora uma abordagem completamente diferente do outono feita por Vincent Van Gogh, durante o período em que ele viveu no sul da França. Este lugar tinha um cemitério que era mais afastado do centro da cidade e temos uma visão bastante diferente da cena, já que a vemos de cima.
Em “Les Alychamps, Folhas Caindo“, ele busca mostrar os efeitos do outono nos fortes tons alaranjados que usa. Por exemplo: o chão dá a entender que está forrado com as folhas que caíram das árvores. Enquanto isso, podemos ver pinceladas representando estas mesmas folhas caindo por toda a obra e presentes em poucas quantidades nos troncos.
Um efeito curioso são o dos troncos, que se assemelham a grades, como se fizessem um corte no impacto que as cores vibrantes da obra nos causam. Contudo, vale ressaltar o perfeito contraste que ele faz com o laranja, pois eles são cores complementares dentro do círculo cromático.
Sir John Everett Millais – Folhas de Outono (Autumn Leaves), de 1855-1856
Desta vez temos uma cena que era bastante comum na época, a de juntar as folhas caídas no outono e queimá-las. Millais retrata quatro garotinhas fazendo isso, sendo que duas delas eram conhecidas do artista, pois as duas da esquerda foram baseadas em suas cunhadas Alice e Sophy Gray. Já as outras, com roupas mais simples, acredita-se serem filhas de trabalhadores de onde viviam.
Temos na cena as folhas já em um monte e o fogo começando a pegar (podendo ser visto pela fumaça à esquerda). No entanto, Millais não tinha por hábito apenas retratar a cena que via, já que ele gostava de deixar uma mensagem e/ou reflexão na sua pintura.
Para muitos, sua pintura é vista como uma representação da transitoriedade da juventude e da beleza, que é um tema comum na arte de Millais. Inclusive o próprio artista disse que tinha a intenção de fazer com que a solenidade da imagem despertasse as pessoas para a mais profunda reflexão religiosa, escolhendo o tema de folhas queimando como o mais calculado para produzir este sentimento.
Um dos grandes símbolos disso é a maçã que uma das meninas segura. Segundo esta análise, ela pode representar a perda da inocência da infância, mas que está implícita, ao fazer referência ao pecado original e à expulsão do Jardim do Éden.
Giuseppe Arcimboldo – Outono, de 1569
Esta obra faz parte do conjunto “As quatro estações” que ele deu a Maximiliano II como presente de Ano Novo, Junto com o conjunto Quatro Elementos. Ele é composto por quatro telas, em que Arcimboldo faz representações humanas utilizando elementos da natureza como frutas, legumes, madeira, etc.
Em Outono temos um homem com barba sendo representado. Seu tronco foi feito com diversas ripas de madeira, terminando em um pescoço com peras e algumas outras frutas e legumes. Ele possui o cabelo todo formado por cachos de uvas verdes, roxas e rubis, além de uma orelha feita de cogumelo e com um brinco de figo.
Seu rosto é composto por peras, maçãs, além da romã em seu queixo. Arcimboldo utilizou trigo para fazer o cavanhaque, além de castanhas que formam seus lábios. Vale dizer que a obra original se perdeu, sobrando apenas a cópia que o próprio fez em 1573.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA