No último dia 7 de fevereiro comemorou-se o dia do gráfico. Porém aqui é importante não confundir com o designer gráfico, que tem seu dia em 5 de novembro. Vamos aqui falar um pouco sobre o que faz este profissional, assim como de Johannes Gutenberg, considerado o primeiro produtor gráfico da história.
O que faz um profissional gráfico?
Primeiramente, vamos explicar melhor o que faz um produtor gráfico nos dias de hoje. Vale destacar que o trabalho dele começa muito antes da finalização. Parte-se da criação das peças a serem impressas, pois é ele que vai avaliar a viabilidade de impressão, custos x benefícios, expectativas dos clientes, aproveitamento de papéis e insumos, formatos, tipos de impressão, tipos de acabamentos, tudo isso na forma de uma consultoria técnica.
Posteriormente, será também sua atribuição fazer o orçamento de materiais diversos, pesquisas de brindes, liberações de arquivos, acompanhamento de serviços com fornecedores, liberação de provas, assim como negociação de prazos e custos. Por fim, ele deve acompanhar também o processo de impressão e a pós-produção (instalação dos materiais).
Sendo assim, é competência do produtor gráfico lidar com o projeto desde sua concepção, até o momento em que os materiais serão instalados nos pontos de venda. Além de tudo, ele deve trabalhar diretamente com o designer gráfico de forma a verificar se a execução do projeto está de acordo com a versão inicial criada por ele.
Entre as principais áreas de conhecimento necessária ao profissional estão:
Sistemas de impressão seja digital, offset, serigrafia, etc;
Estar familiarizado com programas de edição de imagens para saber como finalizar e enviar arquivos. Normalmente o pacote Adobe e o CorelDraw (menos usado hoje em dia) são os mais exigidos;
Conhecimento de especificações técnicas dos materiais utilizados e qual tipo de acabamento gráfico favorece cada trabalho.
Ainda que hoje os conteúdos virtuais estejam em alta, o produtor gráfico segue bastante requisitado. As suas principais áreas de atuação são em gráficas, editoras, agências de comunicação, estúdios de design e estúdios de produção gráfica.
Origem do dia do gráfico
O dia do gráfico é uma comemoração nacional e sua origem vem do dia 7/2/1923, quando ocorreu uma greve dos gráficos em São Paulo, liderada por João da Costa Pimenta. Os gráficos estavam protestando por melhores salários e condições de trabalho.
Isso porque nesta época, a indústria gráfica estava tendo um grande crescimento, mas as condições de trabalho não acompanhavam esse avanço. O sucesso da greve dos gráficos foi tamanho que marcou também o nascimento do sindicato dos Gráficos.
Johannes Gutenberg: conheçam aquele que é considerado o primeiro produtor gráfico da história
A história de Johannes Gutenberg traz algumas peculiaridades. Para começar, não há consenso sobre seu ano de nascimento, pois apesar de sabermos que ele nasceu na Mogúncia, há locais que estimam a data ser 1400 e outros antes, por volta de 1397-98.
Outra curiosidade é que seu nome verdadeiro é Johannes Gensfleisch Zur Laden. O sobrenome com o qual ficou famoso mundialmente se deve à fazenda (Zurn Gutenberg) de sua família, que era uma das principais daquela cidade.
Mesmo a sua infância não conta com tantos detalhes. O que se sabe é que ele nasceu em uma família rica e que trabalhavam na Casa da moeda do arcebispo, posição que, segundo o historiador Heinrich Wallau, era hereditária, portanto, reivindicada pelos descendentes da família.
Ou seja, já era uma tradição da família o trabalho na ourivesaria. Com isso, desde muito novo ele teve contato e aprendeu a arte do trabalho de precisão no metal. Mas outra parte importante de sua criação, foi o fato de que como sua família era rica, ele teve contato com muitos livros quando criança.
Nesta época os livros eram escritos à mão, por monges, alunos e escribas e cada exemplar demorava meses a ser preparado, sendo o seu preço elevadíssimo e inacessível para a maioria das pessoas. Essa acabou sendo uma outra parte importante na criação de Johannes Gutenberg, pois desde então ele já tinha um conhecimento prévio sobre como era a sua produção.
A mudança para Estrasburgo e os primeiros trabalhos como joalheiro
Quando jovem, por volta dos anos de 1430, ele muda-se da Mogúncia para Estrasburgo e entra em uma agremiação de ourives. A partir daí, temos diversos trabalhos de Johannes Gutenbrerg com metais. Ele não apenas trabalha como joalheiro, mas também como estampador de lâminas, talhador de pedra, cortador e polidor de espelhos, ourives etc.
Essa experiência como joalheiro foi importante, pois ali que ele dominou a arte da construção de moldes e da fundição de ouro e prata; por essa experiência os seus tipos eram excelentes, inclusive artisticamente. Inclusive neste período ele tinha uma oficina, onde ensinava muitos de seus ofícios.
Johannes Gutenberg inventou a imprensa?
A resposta é não. Apesar de muito o tratarem como o pai da imprensa (não a profissão, mas sim o equipamento), ela já existia há muitos séculos. Temos os primeiros relatos de que na Suméria, já se usavam discos ou cilindros sobre os quais era lavrado o negativo do texto a imprimir.
Além deste relato, o primeiro a utilizar uma prensa com tipos móveis no mundo, foi o chinês Bi Sheng, que era feito de porcelana chinesa e foi inventado entre 1041 e 1048 durante a dinastia Sung medieval.
A real invenção de Johannes Gutenberg na verdade foi a invenção de um processo de produção em massa de tipo móvel. Ou seja, ele conseguiu criar um sistema que possibilitou o barateamento da impressão e o consequente possibilitou uma confecção em massa de livros impressos, que eram economicamente rentáveis para gráficas e leitores.
A criação da prensa móvel de Gutenberg
Havia diversos problemas que Gutenberg precisava resolver para tornar viável a criação de sua prensa. Primeiramente, havia a necessidade de criar tipos resistentes, que possibilitassem seu uso por muito mais tempo (o que não ocorria com os feitos de madeira). Para resolver isso, ele os fez com chumbo e estanho.
O segundo problema estava no papel, pois este precisava absorver a tinta sem escorrer. Para solucionar isso, ele se valeu do papel de trapo de origem chinesa introduzido na Europa em sua época. Por fim havia a questão da tinta, que precisava secar rapidamente, não borrasse e que sua impressão fosse permanente. Neste caso, ele modificou a consistência da tinta, sendo a composição final feita de óleo de linhaça e negro-de-fumo.
Já o equipamento foi uma adaptação de uma prensa de madeira, daquelas utilizadas para moer uvas e preparar vinho. A partir da criação do primeiro equipamento que ele foi testando não apenas os materiais citados acima, como a forma de utilização dos tipos.
Os muitos problemas jurídicos de Johannes Gutenberg
Parte da necessidade de criar novas prensas, deu-se por problemas com seus sócios na invenção. Primeiro ele teve uma sociedade com Andreas Dritzehene, mas ele acabou por falecer pouco tempo depois da criação do equipamento.
Então, os irmãos do falecido entraram com uma ação para rever parte do dinheiro investido, ou então aceitá-los como sócios. Porém neste caso, a justiça deu ganho de causa a Gutenberg, só que a empresa foi desfeita.
De volta a Mogúncia, ele se associou com Johann Fust, um rico joalheiro, que lhe financiou o projeto de uma nova oficina. Só que alguns anos depois a sociedade foi desfeita e Fust entrou com uma ação, exigindo a devolução do capital e juros. Como Gutemberg não podia devolver prontamente a alta soma devida, em 1455, Fust apoderou-se de todo o equipamento da oficina.
Os últimos anos de vida de Gutenberg também contam com muitas passagens desconhecidas. Sabe-se apenas que em 1465 ele foi nomeado como membro vitalício da corte de Adolfo de Nassau, onde recebia uma pensão para seu sustento e aproveitou ela por apenas três anos, já que faleceu em 1468.
A bíblia de Gutenberg
Durante o período em que esteve associado com Fust, temos a maior criação de Gutenberg, que foi a impressão da bíblia. Este foi seu primeiro livro e teve seu início em 1450. Após imprimir as primeiras páginas surgem as dificuldades, pois era necessário reduzir os custos de produção.
Bíblia de Gutenberg
Com a necessidade de economizar papel, ele passa a usar por página duas colunas de 42 linhas ao invés de 40, como no começo. Cada letra era feita à mão, e cada página era montada juntando-se as letras.
Depois de prensada e seca, era feita a impressão no verso da página. Acredita-se que Gutenberg teria imprimido trezentas folhas por dia, utilizando seis impressoras. No total, esta bíblia tem 1282 páginas, sendo a maioria em dois volumes de 641 páginas cada, frente e verso. Estima-se que um total de 300 foram feitas na época. Contudo, nem todas são iguais, pois algumas tinham letras pintadas à mão no início de novos capítulos.
Foram necessárias dez sessões para a impressão da bíblia. Sendo assim, acredita-se que Johannes Gutenberg possuía tipos suficientes para imprimir 130 páginas de cada vez. Atualmente existem 40 destes exemplares pelo mundo, sendo um deles no Brasil, na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA