Josei: mangás feitos para mulheres adultas Academia Brasileira de Arte -

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Dentre as muitas categorizações de mangás no Japão, talvez uma das menos conhecidas no ocidente, seja a Josei. Ao longo dos últimos meses já passamos pelo Kodomo, pelo Seinen e pelo Shonen neste espaço e hoje falaremos desta, que tem como público-alvo mulheres adultas.  

Josei: o que é e principais características

Primeiramente, Josei significa literalmente “mulher” e trata-se de um amadurecimento do gênero shoujo (que é voltado para meninas adolescentes). É sempre importante lembrar que aqui, mais que um gênero, ele tem a ver principalmente com demografia e a faixa etária para quais as obras são feitas. Se faz isso como forma de ter uma maior liberdade de abordar determinados temas nestas histórias. 

Especificamente no caso do Josei, temos um foco base no público de mulheres na faixa de idade entre 18 e 45 anos. Contudo, naturalmente que não quer dizer que estas sejam as únicas consumidoras delas. As protagonistas normalmente são mulheres já adultas, que ou estão na universidade ou em empregos regulares. 

Sobre os temas, eles são normalmente ligados ao cotidiano feminino, retratado de forma mais realista, tendo romances e cenas sensuais no enredo. A própria forma como abordam-se os temas são diferentes, pois temos relacionamentos maduros e ligados a sexualidade, diferente do shoujo, em que se aborda o tema de forma mais idealizada. 

Só que não falamos apenas de romances e relacionamentos, mas temos outros temas corriqueiros no universo feminino. Por exemplo: em muitos se abordam também violência e depressão. Assim como no seinen, seu traço é bem mais maduro e não tão estilizado ou cartunesco. Especificamente falando do josei, é comum vermos outras características muito específicas, como: 

  • Presença de temas como a violência, depressão, traição ou então abuso; 
  • Situações reais que fazem parte do cotidiano feminino, como a maternidade; 
  • Enredo complexo, críticas sociais e liberdade de expressão feminina; 
  • Maior preocupação com personagens bem estruturados. 

Origem do josei 

O estilo surgiu entre os anos 70 e 80, sendo uma vertente do mangás e animes shoujo dos anos 50 e 60. Uma das primeiras publicações era chamada “Lady Comics”, mas este era considerado pornográfico e sem grande qualidade artística. Até como forma de evitar que houvesse uma rotulação negativa para o gênero, adotou-se o termo josei. 

Sua origem também remete a uma época em que tivemos muitos movimentos feministas, que buscavam mais direitos às mulheres, assim como liberdade de escolhas. Dessa forma, muitas autoras japonesas aproveitaram os mangás para desconstruírem diversas narrativas referentes ao sexo, procriação e ideias de vida da mulher. 

Além disso, essas histórias visavam abordar e focar o prazer das mulheres, pois até então, as histórias tinham foco exclusivo no prazer masculino. Por conta disso, as histórias buscavam explorar o erotismo feminino de forma muito mais livre. Vale dizer que com o tempo, eles passaram a ser mais sexualmente explícitos também. 

Obras de destaque

Um fato curioso sobre as obras, também explica o porquê elas são menos conhecidas do público fã de anime em geral. O motivo é que pela temática delas e pelas personagens muito mais realistas, ao invés de animes, normalmente temos adaptações para live-action, seriados, j-drama, etc. 

Atualmente também, o gênero das webcomics vêm trazendo uma grande variedade de conteúdo josei. Só que neste caso, temos um maior número de obras originárias da Coreia do Sul (manhwa) e da China (manhua). Inclusive muitas séries orientais recentes vêm se baseando nesse tipo de quadrinhos.  

Um exemplo desta é a série “What’s Wrong with Secretary Kim”, de 2018. A sinopse mostra justamente uma temática de obras josei: 

“Kim Mi-so trabalhou por nove anos como secretária de Lee Young-joon, vice-presidente de uma grande empresa que é tão egocêntrico que nunca prestou muita atenção ao que Kim lhe dizia. Cansada desse tratamento, ela decide largar o emprego, deixando Young-joon verdadeiramente perdido”. 

Capa do manhwa What’s wrong with Secretary Kim

Ainda assim, temos alguns mangás japoneses do gênero que também ganharam fama como animes, que vocês podem conferir abaixo. 

1 – Nana

Talvez o mais famoso de todos e muito lembrando pelos fãs de animes brasileiros. De autoria de Ai Yazawa, ele foi feito entre 2000 e 2009, mas depois entrou em hiato por conta de problemas de saúde da autora. Desde 2010 quando ela deixou o hospital, que o mangá está em pausa. Recentemente, em 2022 ela disse que pretende voltar para finalizar a história, mas acredita-se que ainda teremos alguns anos até novos capítulos de Nana. 

A história é sobre duas garotas chamadas Nana, que se encontram em um trem rumo a Tóquio por acaso. Depois de uma série de coincidências, elas acabam indo morar juntas em um apartamento de número 707 (“nana” significa “sete” em japonês). Apesar de terem personalidades e ideais diferentes, as duas acabam se tornando amigas “por obra do destino”. 

Ele conta com dois filmes live action de 2005 e 2006, além de um anime de 47 episódios, exibido entre 2006-07. 

2 – A Voz do Silêncio (Koe no Katachi)

Inicialmente lançado em 2011 como um “one-shot” (história única) por Yoshitoki Ōima, ele acabou ganhando uma serialização de sete volumes feitos entre 2013-14. Por aqui, talvez a maioria conheça o longa animado de 2016 chamado “A Voz do Silêncio”. Ele aborda temas complexos no Japão, como o bullying e os reflexos disso na vida adulta, tendo a seguinte sinopse: 

“A história gira em torno de Shōko Nishimiya, uma estudante do primário que sofre de surdez. Ela se transfere para uma nova escola, mas acaba sofrendo de bullying e intimidação por seus colegas de classe. Shouya Ishida, um dos valentões responsáveis acaba forçando-a para mudar de escola.  

Como resultado dos atos contra Shōko, as autoridades escolares tomam medidas sobre o assunto, mas apesar de todo um grupo fazer isso, apenas Shouya é condenado. E acaba relegado ao ostracismo como punição, sem amigos para falar e sem ter planos para o futuro. Anos depois, Ishida tenta reparar seus erros, para redimir-se com Nishimiya”

3 – Pet Shop Of Horrors

De autoria de Matsuri Akino, ela conta com uma publicação bastante irregular. Primeiramente tivemos 10 volumes escritos entre 1995-99, sendo esta primeira que rendeu a adaptação para anime em uma minissérie de apenas quatro episódios.  

Posteriormente, entre 2005-13 tivemos a continuação, chamada “Shin Pet Shop Of Horrors”, que teve 12 volumes. Nesse mesmo ano, veio um spinoff chamado “Pet Shop of Horrors: Passage-Hen”, que segue o avô do protagonista original em Fin de siècle Paris. Por fim, desde 2018 temos “Pet Shop of Horrors: Ark Adrift”, que é outro spinoff, mas desta vez com foco no pai do protagonista. 

A história sai um pouco dos josei tradicionais, tendo mistério, terror e fantasia presentes no enredo, como podem ver na sinopse: 

“Conde D é o misterioso zelador de uma loja de animais em Chinatown de Los Angeles. Cada um dos animais de estimação raros de D, todos com aparências estranhamente humanóides, vem com um contrato com três pontos principais.  

Esses pontos diferem para cada animal vendido (embora o contrato de cada animal inclua uma cláusula em comum: não mostrá-lo a ninguém), e quebrar esse contrato geralmente resulta em consequências terríveis (e às vezes perturbadoras, sendo normalmente a morte) para o comprador, pelas quais a loja de animais não se responsabiliza”. 

 

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