Os anos 90 foram particularmente importantes para o grafite e a arte urbana (um subgênero do primeiro) brasileiros. Isso porque praticamente todos os grandes nomes de destaque do estilo, começaram naquele período. Dentre eles, temos Nina Pandolfo, que hoje é uma artista reconhecida internacionalmente.
Vamos destacar tanto sua trajetória, como falar um pouco sobre seu estilo.
O início de Nina Pandolfo
Carina Aparecida Arsênio Pandolfo é Natural de Tupã, interior do estado de São Paulo. Contudo, ela é uma paulistana de criação, já que se mudou ainda bebê para a capital paulista. Desde pequena ela sempre mostrou vocação para o desenho e a pintura, inclusive já mostrando a origem dos desenhos que seriam sua marca registrada: as meninas com olhos grandes, como ela própria relatou.
Seu início também foi precoce, com ela dando os primeiros passos na carreira na adolescência, enquanto cursava Comunicação Visual no colegial técnico. Apesar de possuir pinturas em tela, o que de fato a fascinou foi o grafite e a rua, sendo este segundo uma espécie de galeria ao ar livre.
Inicialmente seu trabalho era mais próximo do que chamamos de “pichação”, pois eram registros do seu nome com letras estilizadas. Posteriormente ela passou a pintar na rua também as meninas de olhos grandes, que antes só estavam presentes em suas telas. No começo o traço era bem simples, mas foi ficando cada vez mais sofisticado.
Primeiro grafite de destaque e primeiras exposições
Interessante destacar que os primeiros trabalhos dela pela capital paulista eram feitos de forma irregular. Foi nesta época, em meados dos anos 90, que Nina Pandolfo pintou seu primeiro grafite de grande destaque. Sem dúvida o local ajudou, pois, era na Avenida Tiradentes, em frente à estação da Luz.
Seu nome já era bem famoso no mundo do grafite, mas ainda faltava expandir esse universo. Isso começou a mudar em 1999 quando ela participou com outros grafiteiros da exposição chamada “Um Minuto de Silêncio”. Era uma mostra coletiva que aconteceu na Funarte, em São Paulo.
Um dos muitos murais de Nina Pandolfo em São Paulo
Definitivamente no mundo das artes, ela um ano depois esteve à frente de dois projetos: “Um mundo, uma só voz”, Projeto com 5 murais para Colorgin e “Mural em museu” para o Museu de Arte Moderna, sendo ambos em São Paulo. Além disso, também participou da Bienal de 2000.
Não demorou muito para que sua carreira atravessasse as fronteiras do Brasil. Isso porque, em 2002 ela participou com algumas telas da coletiva “I Don t Know”, na galeria Die Farberie, em Munique, na Alemanha. Sua passagem por terras germânicas foi tão bem-sucedida que ela pintou o Schlachthof, mural, em Wiesbaden. Além disso, também teve sua primeira exposição individual: Jujuba & Lollipop, na ICBRA Gallery, em Berlim.
Outras aparições de destaque de Nina Pandolfo
A partir da consolidação de sua carreira, ela passou a alternar trabalhos em telas e murais, mostrando que seguia tendo ligações com suas origens. Para se ter uma ideia, temos murais delas nos EUA, Grécia e Cuba, além da já citada Alemanha. Em relação a exposições, Nina Pandolfo também tem um respeitável currículo, passando por França, Índia, EUA, Espanha, entra outros.
Entre seus muitos trabalhos e projetos, um que merece destaque é o que ela fez junto com OsGemeos e o artista Nunca. Foi a fachada do Castelo Kelburn, em Glasgow, na Escócia que era prevista para ser uma intervenção temporária. Contudo, a obra fez tanto sucesso que acabou se tornando cartão postal da região.
Projeto Nina e OsGemeos
Ela também possui dois livros lançados: de 2011 a obra intitulada “Nina” traz uma seleção de imagens que retratam sua trajetória, iniciada em 1993. O segundo se chama “Por Trás das Cores” e aborda seu processo criativo e documenta suas criações entre os períodos de 2011 a 2016.
O estilo de Nina Pandolfo
Sem dúvida, seus desenhos são sua marca registrada. Ela ganhou fama ao criar um universo lúdico e bem particular, pintando delicadas meninas de olhos grandes e expressivos, que misturam uma dose de ingenuidade com a delicadeza feminina e um toque de sensualidade.
Mural Nina em Miami
E segundo a própria Nina Pandolfo contou em uma entrevista para o site Antix, todas personagens mulheres carregam uma pouco dela própria, como uma espécie de Autorretrato. Inicialmente as obras contavam apenas com garotas, mas com o tempo as obras também foram ganhando novos personagens, como gatos, abelhas, peixes e outros pequenos animais, mas sempre mantendo seu estilo característico.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA