Todo segundo domingo de agosto no Brasil, temos a comemoração do dia dos pais. Como forma de lembrarmos esta data, traremos diversas pinturas de autores famosos, em que eles mostram seu lado mais “coruja”, retratando seus filhos nas mais diversas situações.  

Um fato curioso é que boa parte das obras mais famosas que temos, são de pintores entre o século XVII e XX. Por exemplo, não é comum vermos obras do período do Renascimento, especialmente por este não ser um tema comum a ser retratado na época. Vamos a eles: 

Pais retratando seus filhos 1 – Peter Paul Rubens 

Esta é uma pintura feita no ano de 1636 pelo pintor Peter Paul Rubens e tem o título de “Helena Fourment with her Children, Clara Johanna and Frans”. Nela, o artista retrata sua mulher Helena Fourment e seus dois filhos, sendo que o menino Frans (de 1633) está no colo da mãe e menina Clara Johanna (de 1632), que está em pé ao lado deles. 

Helena Fourment with her Children, Clara, Johanna and Frans, de 1636

Ele nasceu em Siegen, na região que hoje temos a Alemanha em 1577, mas seus pais eram da Antuérpia (atual Bélgica). Contudo, anos antes de ele nascer, eles fugiram da região por conta de perseguições aos protestantes. Posteriormente, aos 12 anos, ele voltou para o país, onde viveu até sua morte, em 1640. 

Seu estilo era o barroco e esta obra acabou indo parar na França em 1784, quando o rei Louis XVI a comprou. Ela permanece lá até hoje, estando exposta no museu do Louvre, em Lens. 

Pais sendo retratados com seus filhos 2 – Berthe Morisot 

Este é dos poucos casos em que o pai não foi quem faz a obra, mas sim está nela. Neste caso, a artista é Berthe Morisot e seu marido é Eugène Manet. Apesar de também ser pintor, o irmão mais novo de Edouard Manet nunca chegou a atingir a fama próxima a dele.  

Eugène Manet and His Daughter at Bougival, de 1881

Por outro lado, Berthe Morisot é vista como uma das grandes damas do impressionismo. Nascida em 1854, ela teve aulas particulares com Geoffroy-Alphonse Chocarne e Joseph Guichard e no começo pintava retratos de familiares, inclusive fez um de seu pai.  

Posteriormente ela fez amizade com Édouard Manet, que muitos consideravam ser seu mestre. No entanto, o que se via na comunicação entre os dois, era um respeito mútuo, mesmo com ele sendo muito crítico com suas obras. Ela também chegou a ser modelo dele.  

Ela casou-se com Eugène Manet em 1874, com sua filha Julie Manet nascendo em 1878. A obra mostrando os dois se chama “Eugène Manet and His Daughter at Bougival” de 1881. Inclusive a filha deles viria a ser musa de outros artistas impressionistas, entre eles Renoir. Atualmente a obra está exposta no Musée Marmottan Monet, em Paris, na França. 

Pais retratando seus filhos 3 – Pierre Auguste Renoir 

Temos aqui outra obra feita por um dos grandes mestres do impressionismo. Aqui, Renoir retrata a esposa Aline Victorine Charigot e seus dois primeiros filhos: Pierre Renoir, 1885-1952, que virou ator de palco e cinema e Jean Renoir, 1894-1979, que tornou-se um cineasta notável.  

The Artist’s Family, de 1896

Apesar de a mãe estar com uma “menina” pequena, na verdade é Jean, pois na época era costume vesti-los dessa forma, como menina. Além deles, temos também a prima de Aline, Gabrielle Renard e uma outra menina (que não foi dito o nome). A obra é de 1896, por isso não temos nela Claude Renoir, que nasceu em 1901 e foi um artista de cerâmica. 

Esta obra não está na Europa, mas sim nos EUA, na Barnes Foundation, em Merion, na Pennsylvania. 

Pais retratando os filhos 4 – Pablo Picasso 

Por fim, trazemos o pai do cubismo e que traz um fato interessante ao retratar seus quatro filhos, pois cada uma das obras traz ele em um momento artístico diferente. Vale lembrar que Pablo Picasso não começou já pintando obras cubistas e isso podemos ver na primeira pintura, chamada “Portrait of Paulo as Pierrot” (1929), em que vemos seu primeiro filho pintado na forma clássica. 

Portrait of Paulo as Pierrot, de 1929

Enquanto isso, a segunda obra, “Portrait of Maya with her Doll” (1938), já traz sua segunda filha retratada em uma forma mais cubista. Finalmente, na última, chamada “Claude and Paloma playing” (1950), temos seus outros dois filhos pintados ao estilo que ficou mais famoso por Picasso.  

Portrait of Maya with her Doll, de 1938

Um outro fato curioso é que cada uma das obras, traz filhos de relacionamentos diferentes do artista, sendo o primeiro com Olga Khokhlova, o segundo com Marie-Thérèse Walter e o terceiro com Françoise Gilot. Destes, apenas o primeiro filho faleceu, os outros três ainda estão vivos. 

Claude and Paloma playing, de 1950

Infelizmente, apenas a obra retratando Maya está disponível para o público, no Picasso Museum, em Paris. Já as outras duas obras são de coleções particulares.    

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