Certamente em algum momento quem cresceu jogando games, já pensou em trabalhar na área, mas acabou desistindo ou pondo este sonho de lado, por não ter grandes habilidades de programação. Entretanto, se você tem habilidades e/ou aptidão para desenho, sabia que esta área pode sim ser para você?
Pois para além da importância dos programadores para pôr o jogo para funcionar, de nada adiantará se ele não tiver cenários, personagens, assim como uma arte em geral bem trabalhada. É aí que entra a função do artista 2D.
O que faz um artista 2D?
Primeiramente é preciso entender que falamos de uma profissão voltada para a arte. Ou seja, aqui a habilidade com a programação não é essencial, pois a implementação disso ficará a cargo de outra área da produção. Contudo, é importante que você domine softwares de ilustração digital para isso. Por exemplo, o Photoshop da Adobe.
Então o artista 2D ele lida com a arte de jogos que são 100% bidimensionais. Neste caso pouco importa a perspectiva, se é isométrica, lateral ou superior. Esses modelos de games estão em alta especialmente nos títulos indie, com os visuais em pixel art, pintura digital e vetorziados.
Nestes casos, fica-se responsável pela criação de personagens, cenários, objetos, entre outros. Por fim, vale dizer que caso o interesse seja em migrar para o 3D, entrarão outras habilidades. Isso porque será necessária a modelagem dos personagens e cenários das mais variadas perspectivas, o que exigirá conhecimento de computação gráfica para poder dar vida a ideia.
Quais são as habilidades necessárias para o artista 2D?
Ao pensarmos no artista 2D de games, podemos assemelhar a necessidade de conhecimentos de arte de um ilustrador. Ou seja, aquele que faz desde peças publicitárias, até desenhos para animações ou histórias em quadrinhos.
É preciso ter profundo conhecimento nos fundamentos do desenho 2D, com destaque para:
- Anatomia;
- Perspectiva;
- Composição;
- Perspectiva;
- Teoria das cores;
- Luz e sombra.
Juntamente com isso é preciso o conhecimento de softwares de ilustração digital. Afinal, todo processo será digitalizado, então há a necessidade de se transferir (ou mesmo já fazer a partir do digital com uma mesa digitalizadora) tudo para o computador.
Atualmente programas como o já citado Photoshop ou então o Ilustrator para fazer a vetorização de imagens 2D, costumam ser exigências necessárias para a área. Outras ferramentas gráficas bastante usadas são ZBrush, Maya, 3ds Max, Modo.
Áreas de atuação e versatilidade da profissão
Apesar de hoje as grandes produtoras focarem-se em jogos extremamente realistas (usando técnicas 3D), o mercado de 2D nunca esteve tão em alta. Isso porque os jogos indie ocupam já uma parcela considerável dos títulos presentes por exemplos em serviços de assinaturas dos consoles.
Além disso, existe uma demanda por jogos no estilo “retrô”, que remetem aos clássicos dos anos 90, especialmente de Mega Drive e Super Nintendo. Inclusive alguns jogos do período estão ganhando novas versões (remakes) ou continuações.
Nestes casos, a maior procura pelo artista 2D se dá nos estúdios indie (ou independentes), pois são eles que mais tem investido nos jogos neste estilo, especialmente pelo seu custo mais baixo. As plataformas são as mais variadas, pois temos jogos em 2D para iOS e Android, para PC e consoles como Playstation, XBox e Switch.
E pensando no mercado brasileiro, que ainda é mais tímido quando falamos no desenvolvimento de game, a alternativa de estúdios indie passa a ser uma opção para o artista 2D. Atualmente até temos artistas brasileiros trabalhando em grandes jogos, mas isso se dá somente em estúdios no exterior.
Pensando ainda na própria necessidade criativa que o artista 2D para jogos precisa ter, faz com que ele tenha um mercado ainda mais amplo. Por exemplo, é muito comum que tenhamos profissionais dessa área transitando também na parte de quadrinhos ou mesmo de animações.
Exemplos de jogos 2D
Por fim, vamos trazer exemplos dos 3 modelos mais populares de jogos em 2D para que vocês possam ver.
1 – Celeste: este jogo é considerado um “indie brasileiro”, pois apesar de ser da desenvolvedora canadense Matt Makes Games, toda arte foi feita pelo estúdio nacional MiniBoss. Este inclusive fez grande sucesso lá fora, pois não apenas ganhou o prêmio de melhor jogo independente, como também de jogo mais impactante no The Game Awards de 2018.
Celeste e sua pixel art
2 – Ori and the Will Of the Wisps: apesar deste ser um jogo indie, conta com a parceria com a Microsoft por trás. Ele e seu antecessor, o “Ori and The Blind Forest” contam com os cenários de fundo todos pintados à mão.
Ori and the Will of the Wisps
3 – Cuphead: o estilo cartunesco da primeira metade do século XX nos traz um excelente exemplo de arte vetorizada. Este é outro exemplo de indie premiado, pois venceu os prêmios de “Melhor jogo independente” e “melhor direção de arte”. Além dos prêmios para o jogo, o Studio MDHR venceu também como melhor estreia de um game indie.
Cuphead
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