Bauhaus: a escola que originou o minimalismo Academia Brasileira de Arte -

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Atualmente, sempre que pensamos em tendências de arquitetura e design de interiores, na sua grande maioria eles envolvem o minimalismo. E como falamos em artigos anteriores sobre ambas, elas contaram com influência direta da Bauhaus. Por isso, hoje explicaremos o que foi este movimento e o porquê suas ideias ainda seguem tão presentes e atuais. 

Bauhaus: um movimento que surgiu de uma escola 

Inicialmente, o que viria a ser conhecido como um movimento, na verdade era uma escola alemã de artes aplicadas. Seu surgimento foi em 1919 na cidade de Weimar, na Alemanha e veio da fusão de duas outras: a “Escolas de Artes e Ofício” e a “Belas Artes de Weimar”.  

O idealizador da “Staatliches Bauhaus” (ou casa estatal de construção, em português) foi o arquiteto e primeiro diretor dela, Walter Gropius. O conceito pensado para a escola pode ser considerado até hoje vanguardista, pois interligava as mais diversas disciplinas das artes.  

Além disso, dava importância aquelas que eram consideradas “menores” como escultura, artesanato, cerâmica, tecelagem, metalurgia, marcenaria. Estas eram vistas assim na época pela sua ligação mais direta com trabalhos manuais. Inclusive um trecho do Manifesto da Bauhaus no ano de seu lançamento, destaca a visão da escola sobre essa interligação: 

“Arquitetos, escultores, pintores, todos devemos retornar ao artesanato, pois não existe ‘arte profissional’. Não há nenhuma diferença essencial entre artista e artesão, o artista é uma elevação do artesão, a graça divina, em raros momentos de luz que estão além de sua vontade, faz florescer inconscientemente obras de arte, entretanto, a base do ‘saber fazer’ é indispensável para todo artista. Aí se encontra a fonte de criação artística”. 

O contexto pós-guerra e sua influência na Bauhaus 

Uma coisa que não pode ser desprezada, é que muito do que surgiu ali, veio em um cenário de destruição do país por conta da Primeira Guerra Mundial (1914-18). Por exemplo: a arquitetura Bauhaus propunha casas simples e modestas para trabalhadores que seriam eficientes, acessíveis e bem projetadas. 

Para que fosse possível a construção em larga escala de casas de forma rápida, mas com baixo custo, necessitava-se de componentes padronizados. Com isso, os arquitetos de lá trouxeram uma verdadeira revolução social para a sociedade e também uma mudança na própria categoria.  

Anteriormente eles focaram-se na construção de palácios para realeza, mansões opulentas para a alta sociedade ou então igrejas e monumentos para o estado e clero. No entanto, agora estavam criando para a sociedade “comum”.  

Sendo assim, esse estilo mais simples, minimalista e funcional, veio da necessidade de uma produção industrial da época. A ideia é que, ao padronizar as construções e seus materiais, tanto sua fabricação como a construção deles, seria mais rápida e eficiente. A escola de Bauhaus contou com três fases, cada uma trazendo uma evolução diferente ao movimento, como veremos adiante. 

Bauhaus Weimar (1919-1925) 

A escola surgiu no estado de Weimar, com um programa de ensino dividido em três fases, sendo elas as seguintes: 

  1. Esta era chamada de “Preliminar”. Nela, o objetivo principal era libertar os estudantes dos preconceitos adquiridos nas escolas primárias e nos ginásios. Estas se aplicavam no que diz respeito ao conceito de “belo” e do conservadorismo estético. Além disso, buscava-se desde já estimular seus dons pessoais. Estudavam-se nas oficinas, os problemas de forma combinada com o uso de diversos materiais, fazendo desde o início o ensino interdisciplinar; 
  2. Após passarem pela primeira fase, os alunos lidavam com problemas mais complexos. Para eles eram colocadas situações de projetos industriais, pintura, escultura, arte publicitária, teatro, etc; 
  3. Finalmente, ao passar pelas duas fases anteriores, o aluno ingressava no curso de arquitetura. 

Esta primeira fase sob a direção de Walter Gropius (que foi de 1919 até 27) foi vista como anárquica e expressionista, pois desafiava as tradições da época com esta proposta de ensino unificado. Desde o início, a escola contava com grandes nomes das mais diversas áreas da arte. Entre eles podemos destacar: 

  • Gerhard Marks (1889-1981) – Escultor alemão; 
  • Johannes Itten (1888-1967) – Pintor e escritor suíço; 
  • Josef Albers (1888-1976) – Designer alemão; 
  • Laszlo Moholy-Nagy (1895-1946) – Design e pintor húngaro; 
  • Marcel Breuer (1902-1981) – Designer e arquiteto húngaro; 
  • Oskar Schlemmer (1888-1943) – Pintor alemão; 
  • Paul Klee (1879-1940) – Pintor e poeta suíço; 
  • Wassily Kandinsky (1866-1944) – Artista plástico russo. 

Além deles, temos os próprios diretores que passaram pelo comando da Bauhaus durante sua existência: 

  • Walter Gropius (1883-1969) – arquiteto alemão e diretor entre 1919 e 27; 
  • Hannes Meyer (1889-1954) – arquiteto e urbanista suíço e diretor entre 1927 e 29; 
  • Ludwig Mies van der Rohe (1886-1969) – arquiteto alemão e diretor entre 1929 e 33. 

A relação complicada com o nazismo 

Toda a história da Bauhaus e suas três sedes tem relação direta com a ascensão do regime nazista na Alemanha. Além da presença de russos no corpo docente (com destaque para Kandinsky), também tínhamos judeus. Só que quando a escola foi fundada, tínhamos um governo que promovia os projetos de Gropius. 

Entretanto, tudo mudou quando o partido de direita Thüringer Ordnungsbund obteve a maioria na Assembleia Legislativa do Estado, a Landtag. Com outro governo, imediatamente (em 1925), o orçamento da escola foi cortado pela metade e os contratos de professores cancelados em 31 de março do mesmo ano. Como forma de protesto, o próprio Gropius e outros mestres renunciaram ao cargo. 

Só que mesmo nesse complexo cenário político do país, muitos estados desejavam a presença da Bauhaus, com Dessau sendo escolhida como seu novo destino. Antes disso, Walter Gropius doou cerca de 160 produtos feitos nas oficinas da Bauhaus para a coleção do Estado de Weimar. Hoje é o lugar com mais obras originais do movimento no mundo. 

Bauhaus Dessau (1925-32) 

Um fato curioso sobre essa mudança, é que ela fez com que a escola atingisse seu auge, mesmo sob fogo cruzado político na época. Por exemplo, um dos edifícios sede da Bauhaus, criado pelo próprio Gropius em 1925 e inaugurado em 1926 é até hoje um importante polo cultural da cidade e da Alemanha.

 Sede da Bauhaus em Dessau

Boa parte dos mestres seguiram para Dessau, exceção a Marcks, e passaram a morar nas Casas dos Mestres, projetadas por Gropius e que até hoje existem também. Em 1927, Gropius deixa a direção da escola para Hannes Meyer. Curiosamente, mesmo ele sendo um arquiteto, ele buscou dar enfoque ao design industrial em seu período (que foi o início da decoração minimalista). 

Nesse período, tivemos de forma mais intensa a instalação de ateliês de arquitetura, escultura, fotografia, tapeçaria, entre outros. O próprio enfoque no design industrial, fez com que as indústrias da região fizessem encomendas à escola.  

No entanto, os problemas com a política nazista voltaram a ser um problema na Bauhaus. Isso porque sob a gestão de Meyer (ele próprio um marxista), os estudantes se tornaram mais radicais e engajados no comunismo. Isso acabou fazendo com que ele fosse demitido pelos políticos da época e substituído por Ludwig Mies van der Rohe. 

Este era até então um fã do estilo neoclássico, converteu-se rapidamente a simplicidade da Bauhaus. Inclusive foi dele a frase que se tornou o lema do minimalismo, a “menos é mais”. 

As mudanças curriculares e a fase final em Berlim (1932-33) 

Van Der Rohe trouxe grandes mudanças no sistema de ensino da Bauhaus. Primeiramente ele aboliu o curso preliminar e reduziu o trabalho na oficina. Na sequência passou a priorizar arquitetura, lógica construtiva e liberdade espacial.  

Só que novamente o nazismo interferiu na escola, pois com a conquista dos nacional-socialistas na assembleia de Dessau, aprovaram uma resolução para fechar o local. Eles então mudaram-se para uma antiga fábrica de telefones em Berlin-Steglitz. Só que pouco se pôde fazer para evitar o fechamento em 1933, com a ascensão de Hitler ao poder. 

A presença de artistas russos como alunos ou docentes, assim como de judeus era vista como “doença disseminada por judeus e comunistas que contaminava o corpo político alemão”. Neste mesmo ano o próprio Van Der Rohe teve um encontro com Alfred Rosenberg, então Ministro da Cultura.  

Ele ofereceu a possibilidade de manter a escola aberta, mas para isso ela teria de abandonar o modernismo e tornar-se uma ferramenta de propaganda do Terceiro Reich. Porém, Var Der Rohe decidiu mantê-la fechada, decretando o fim da Bauhaus. 

O legado 

Apesar de seu fechamento, o legado acabou acelerando-se por conta da perseguição nazista. A explicação é que com a fuga de muitos mestres, as ideias presentes no movimento Bauhaus rapidamente ganharam o mundo.  

Muitos dos arquitetos lá eram judeus e foram para o recém-criado país de Israel. Por conta disso, Tel-Aviv conta com muitos dos ideais arquitetônicos do Bauhaus, sendo conhecido como “Cidade Branca” e tombada pela Unesco em 2003 como patrimônio mundial da humanidade. 

Exemplo de construção do movimento Bauhaus em Tel-Aviv

Já uma grande parte dos docentes foi para os EUA, com destaque para Josef e Anni Albers, Walter Gropius, Ludwig Mies van der Rohe, Marcel Breuer, Ludwig Hilberseimer, Walter Peterhans e Herbert Bayer. Inclusive os dois ex-diretores da Bauhaus tornaram-se dois dos principais arquitetos do país. Lá ainda tivemos a criação da escola New Bauhaus por Lászlo Moholy-Nagy em 1937.  

Até hoje o conceito de mobiliários simples, funcionais, assim como construções que privilegiam a simplicidade e a produção em larga escala são uma tendência e um legado já duradouro do movimento. 

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