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Durante o mês de abril comemora-se a semana dos povos indígenas. Os povos originários por muito tempo foram retratados por pessoas que tinham pouca ou nenhuma relação com eles, o que trazia representações incorretas de sua cultura. Entretanto, nos últimos anos temos cada vez mais índios ou seus descendentes inseridos no mundo das artes buscando mostrar a realidade do seu povo vista de dentro.

Além dessa manifestação artística, eles também se engajam como ativistas. É uma forma de aproveitar o espaço conquistado dentro da arte como forma de protestar contra o tratamento péssimo que os povos indígenas recebem das autoridades. Entre os nomes mais proeminentes deste movimento, temos Daiara Tukano, que ganhou fama internacional como artista plástica e muralista.

Daiara Tukano: a origem em uma família ativista

Daiara Hori Figueroa Sampaio (seu nome de batismo) nasceu em 1982, em São Paulo. Apesar de não ter nascido em território indígena, ela nasceu em uma família de lideranças indígenas militantes. Seus pais participavam de movimentos relacionados aos povos originários num momento social e político conturbado, pois vivíamos o início de transição política, com os anos finais da ditadura.

Esse cenário trazia muitas lideranças que lutavam por melhores condições dos povos indígenas, especialmente com a redemocratização e a elaboração de uma nova constituição. Isso fez com que eles se mudassem para Brasília, onde Daiara cresceu e formou-se em Artes Plásticas pela Universidade de Brasília (UnB). Já em 2011, ela torna-se mestra em Direitos Humanos e Cidadania na mesma instituição.

Seu mestrado contou com a pesquisa “Questão indígena no ensino brasileiro: análise e crítica dos materiais pedagógicos criados em função da lei 11.645/2008”. Nele, ela defende o direito à memória e à verdade dos povos indígenas e analisa suas relações com a educação. 

As referências para as obras de Daiara Tukano

Daiara passa a utilizar o nome artístico “Tukano” por conta de sua origem, clã Uremiri Hãusiro Parameri do povo Yepá Mahsã, mais conhecido como Tukano. Para criar suas obras, ela passa a estudar sobre a cultura, história e ancestralidade de seu povo. A partir daí, elabora desenhos que remetem ao tradicional e aos objetos sagrados do cotidiano.

Entre os temas que ela pinta, um dos que merece destaque são aqueles feitos a partir do “Hori”. Esta é uma palavra que na linguagem Tukano significa “miração” e refere-se às visões causada pelo “Kahpi” (mais conhecido do grande público como ayahuasca), originária de história, ritos, desenhos, cantos e conhecimento de seu povo.

Graças a essa experiência que, desde 2013, ela produz a série Kahpi Hori. Nestas pinturas, Daiara Tukano se vale de diferentes técnicas em desenhos que trazem a abstração e diversos experimentos de cor e luz.

Hori, de 2017. Uma das muitas pinturas da série Kahpi Hori

A carreira artística em conjunto com o ativismo de Daiara Tukano

O ativismo de Daiara pelas causas indígenas a levou a participar de um projeto de outro artista que já foi tema de nossos artigos: Denilson Baniwa. Isso porque ela passa a trabalhar como coordenadora da Rádio Yandé, a 1ª rádio indígena do Brasil. Ela permanece no cargo de 2015 até 2021.

Já em 2016 a convidam para participar da exposição coletiva “Armadilhas Indígenas”, que ocorreu no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília. Ela retorna ao mesmo local em 2018, agora para participar da Transmakunaima: o buraco é mais embaixo, a convite de Jaider Esbell.

Um ano depois, ela se volta novamente para o ativismo, quando vai para Lisboa para participar, ao lado do líder indígena, ambientalista, filósofo, poeta e escritor brasileiro Ailton Krenak, da mostra “Ameríndia: Percursos no Cinema Indígena no Brasil”. A exposição ocorreu no Museu Calouste Gulbenkian e contou também com a exibição de filmes e debates.

Ainda na Europa, ela participa de outra exposição coletiva, a “Lettre au Vieux Monde”, que ocorre na Galeria Mottattom, Genebra, Suíça. De volta ao Brasil, novamente em uma exposição coletiva, ela marca presença na “Reantropofagia”, que ocorre no Centro Cultural da Universidade Federal Fluminense, Niterói – RJ.

Selva Mãe do Rio Menino: o maior mural feito por um artista indígena no mundo

O ano de 2020 foi bastante especial para Daiara Tukano, pois ela entrou para história ao participar da 5ª edição do Circuito de Arte Urbana (Cura), em Belo Horizonte.

Selva Mãe do Rio Menino

A sua obra, chamada “Selva Mãe do Rio Menino” foi pintada no Edifício Levy, na Avenida Amazonas e traz números impressionantes. Ela conta com 1000 m², sendo 48 metros de altura e 28 de largura. A pintura conta com uma mulher indígena segurando uma criança no colo e traz um significado bastante especial, como explica Daiara Tukano:

“A mulher representa a mãe natureza, a mãe selva, a mãe floresta, a mãe das matas, que carrega o seu filho, um rio menino, que só nasce onde tem mata. É uma maneira de representar a soberania, porque a natureza é soberana, e trazer um sentimento de pertencimento, porque acredito que essa mãe natureza nos segura no colo, nos dá água para beber, ar para respirar, o melhor alimento.”

Apesar de estar em meio a um cenário de pandemia, ela aceitou o convite para pintar o mural, pois acreditava que poderia chamar a atenção para um assunto de extrema importância atualmente: a preservação ambiental.

Trabalhos mais recentes de Daiara Tukano e sua participação na Bienal

Ainda em 2020 ela participa de mais uma exposição coletiva, chama “Véxoa: nós sabemos”, que ocorre na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Este foi um evento marcante, pois pela primeira vez em mais de 100 anos de história do local, ele recebeu uma mostra exclusiva de artistas indígenas.

Este ano contou também com a primeira exposição individual de Daiara Tukano. Participando do Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, ela apresenta a mostra “Pameri Yukese, Cobra-Canoa da Transformação”. Nela temos uma retrospectiva dos últimos quatro anos de trabalhos da artista, em que celebra a cultura do povo Tukano.

Ela segue pelos lados de São Paulo, onde participa das exposições “Moquém Surari”, “Brasilidade Pós-Modernismo” (que ocorre também em Brasília, Belo Horizonte e Brasília), culminando com sua participação na 34ª Bienal de São Paulo. Ela apresenta as séries Dabucuri no Céu, Kahtiri Eoro e Bo’éda Hori.

 

Vista da série Dabucuri no Céu, presente na 34ª Bienal

Em São Paulo também ela pinta outro mural, chamado “Alento”, como parte do Museu de Arte de Rua de São Paulo (MAR). Por fim, temos uma nova empreitada dela no exterior com “Ka’a Body: Cosmovision of the rainforest”, que ocorre na Galeria Paradise Row, Londres, Inglaterra, além de duas exposições em SP: “Contramemória” no Theatro Municipal e “Histórias Brasileiras” no MASP.

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