Denilson Baniwa: arte e ativismo pelas causas indígenas Academia Brasileira de Arte -

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Falar apenas das obras de Denilson Baniwa parece pouco perto da sua importância dentro do mundo das artes. Isso porque, ele hoje é uma das principais vozes no rompimento de paradigmas, ao abrir caminho para o protagonismo dos indígenas no território nacional. 

Tanto que seu estilo é visto como antropofágico. Ou seja, ele apropria-se de linguagens ocidentais para descolonizá-las em sua obra, mas tudo isso sem deixar de ter a valorização da cultura indígena como tema central delas.

Só que ele faz essa valorização em diversas frentes, pois além de suas obras, ele também age como um ativista das causas indígenas, designer, além de comunicador. Sendo assim, além de sua história, também destacaremos um pouco mais das suas contribuições para dar mais voz aos povos originários do Brasil. 

 

Denilson Baniwa: origem 

Ele nasceu em 1984, na aldeia Darí, conhecida como Barreira, em Barcelos (AM), à beira do Rio Negro. Denilson Baniwa iniciou sua trajetória como artista a partir das referências culturais do seu povo, pois ficava a observar as mulheres construindo utensílios que seriam usados no cotidiano. 

Há uma questão curiosa sobre o nome “Baniwa” que ele usa. Isso porque ele é da tribo dos Walipere, significa “os netos das cinco estrelas”. Os Baniwa na verdade são um conjunto de povos de língua aruak que vivem no noroeste amazônico, entre as fronteiras do Brasil, Colômbia e Venezuela, formando um complexo cultural de 23 povos, estimados em 12 mil pessoas. 

Sendo assim, o nome Baniwa não foi autodesignado, porém é adotado para a representação em contextos não indígenas. Ele morou até o final da adolescência no interior do Amazonas e lá iniciou seus estudos. Neste período teve contato com modelos formais de arte, se destacando e ganhando prêmios na região como desenhista. Por fim, aos 20 anos, muda-se para Manaus. 

 

A chegada a Manaus: desde o começo ligado a movimentos de resistência 

Desde que chegou na capital do Amazonas, ele já se ligou a movimentos indígenas, concentrados em espaços de resistência na região amazônica, o que possibilitou ele a conhecer muitos povos e aldeias.  

Durante seu período em Manaus, ele trabalhou na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e atuou como produtor de programas em diversas rádios. Foi também quando estudou ciências da computação na Universidade do Estado do Amazonas.  

Aqui temos sua primeira contribuição para os povos indígenas, pois ele usa seus conhecimentos tecnológicos para oferecer apoio a projetos de proteção de territórios indígenas. Ele contribui para o uso de sistemas de informação geográfica via satélite (um dos primeiros a fazer uso dessa tecnologia para esta função) no Centro Acadêmico de Formação Indígena que ajuda a fundar em 2004, em Manaus.  

 

A mudança para o Rio de Janeiro de Denilson Baniwa e a entrada no cenário artístico nacional 

Em 2013, Denilson Baniwa se muda para Niterói, no Rio de Janeiro e pouco depois de sua chegada vem sua segunda grande contribuição para os povos indígenas: a Rádio Yandê. Fundada junto com a jornalista Renata Tupinambá e o comunicador Anápuáka Muniz Tupinambá Hãhãhãe. Ele a considera um de seus projetos mais importantes, pois contribui na difusão e valorização da cultura indígena. 

Seu nome significa “nós/nossos” na língua Tupi e é a primeira rádio indígena do Brasil. Atualmente, a ouvem em mais de 70 países, contando com milhares de acessos diários na internet. Seu conteúdo traz programas com informações acerca da realidade indígena no Brasil. Mas não é apenas isso, pois temos músicas de todos os gêneros produzida por indígenas, inclusive tradicionais de cada etnia. 

Junto com esta nova empreitada, ele segue com o ativismo, e a partir de 2015 realiza palestras, oficinas e cursos, atuando fortemente nas regiões sul e sudeste do Brasil e na Bahia. Podemos dizer que sua entrada em definitivo no cenário artístico nacional se dá entre 2017-18.  

Porém, desde o início ele reforça que o importante é a causa que ele defende ali: a ocupação de espaços na busca de melhores condições para seu povo viver em paz. 

Entre suas primeiras participações, temos em 2017 a “Dja Guata Porã”, Rio de Janeiro indígena. Esta foi concebida a partir da colaboração de povos, aldeias, movimentos e indígenas que residem no estado e na capital carioca, no MAR (Museu de Arte do Rio).  

Curumin Guardador de Memórias, de 2018

Já em 2018, ele realiza a mostra “Terra Brasilis: o agro não é pop!”, na Galeria de Arte da Universidade Federal Fluminense. Ele é parte do projeto “Brasil: A Margem”, que a universidade promoveu na época. Denilson Baniwa também participou da residência artística da quarta edição do Festival Corpus Urbis, realizada no Oiapoque, no Amapá. 

 

O manifesto na Bienal de São Paulo e o prêmio PIPA 

Uma de suas grandes manifestações artísticas ocorre durante a Bienal de São Paulo. Isso porque tratava-se de um evento do qual ele não fazia parte e nem mesmo era um convidado. Ele entra como visitante depois de percorrer a pé um caminho que se inicia no Monumento às Bandeiras, em São Paulo.  

Ao longo do caminho, ele vai recolhendo flores e ao chegar lá, circula pelo espaço com máscara e manto de onça, evocando cantos. Ao longo dessa passagem, ele encontra diversas imagens e objetos indígenas, mas com não-indígenas os apresentando. Ele então vai até a loja, compra um livro sobre a história da arte. 

Ele então retira a máscara e o manto, rasga o livro e enquanto isso, faz um discurso-manifesto declarando que “a arte mantém os indígenas presos no passado sem direito a um futuro”. Assim como explica que a invocação e presença do pajé-onça (um ser mítico que trafega entre mundos) é a liberação de uma energia ancestral que abre verdades.  

Tudo isso foi postado nas redes sociais como “Pajé-Onça Hackeando a 33a Bienal de Artes de São Paulo” e acaba por ajudar na divulgação de seus trabalhos. Acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=MGFU7aG8kgI para assistir.

Ele também atua como curador no Itaú Cultural entre 2016 e 19 no Mekukradjá, evento que promove debates sobre culturas indígenas. 

Até que, em 2019, ele recebe o Prêmio Pipa de Arte Contemporânea na categoria “Pipa Online” com 1.474 votos, e o valor que ele recebe, doa todo à Escola Baniwa.  

 

Exposições fora do Brasil e trabalhos mais recentes

Ainda em 2019 ele extrapola as fronteiras brasileiras, ocupando espaços que vão de exposições a residências artísticas em vários lugares do mundo. Por exemplo: ao lado de artistas indígenas como Jaider Esbell (do povo Macuxi), participou em Toronto, no Canadá, do Arctic Amazon Symposium 2019.  

Esse evento reuniu nativos do Ártico e da Amazônia que dialogaram sobre estratégias comuns para o enfrentamento das questões ambientais da atualidade. Ainda na América do Norte, mas agora nos EUA, ele esteve em um Workshop na Universidade de Princenton “Amazonian Poetics – The Poetics of a Amazonian World”. 

Ele também esteve na França, onde pintou um mural de 42 metros em Bourdeaux na França, como parte do “Climax Festival – Global Warning”. Em 2020 ele traz uma obra que conta com arte digital, além do já característico ativismo: a Brasil Terra Indígena. 

Trata-se de uma projeção a laser sobre o monumento às Bandeiras, que ele faz junto com o Coletivo Coletores. Esta obra mostra uma caravela que afunda pelas forças da natureza e dela emergem elementos, entidades espirituais e iconografias indígenas. Estas se animam e a sobrepõe, criando uma narrativa alternativa sobre a escultura que enaltece uma história da colonização pela ocupação de terras indígenas. 

Ele chega a expor também em Sydney em 2020. No entanto não podemos esquecer que ele já marcou presença em alguns dos mais importantes centros de exposições brasileiros. Por exemplo, temos o CCBB, a Pinacoteca de São Paulo, o CCSP, o Centro de Artes Helio Oiticica, o Museu Afro Brasil, o MASP, o MAR, etc. 

 

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