Depois de muito tempo sem receber o devido valor, inclusive muitas vezes tratada simplesmente como pichação, o grafite ano após ano vem sendo reconhecido como uma importante manifestação artística contemporânea. Claro, temos brasileiros em posição de destaque no cenário mundial, sendo um deles, Eduardo Kobra, de quem falaremos mais hoje.
Eduardo Kobra: inspirações e estilo
Apesar de ser um artista autodidata, ele teve diversos artistas de rua como inspiração. Entre eles destacamos Eric Grohe (1944- ) Keith Haring (1958-1990), Diego Rivera (1886-1957), além de Bansky, um expoente da arte de rua britânico, mas que nunca teve sua identidade revelada.
Eduardo Kobra viveu diferentes fases na sua carreira, mas atualmente ele se define como muralista. Para quem não conhece, essa é uma manifestação artística que surgiu no México, na primeira metade do século XX.
Como o próprio nome diz, essa arte se utiliza de paredes e painéis permanentes como suporte para suas obras. As primeiras manifestações foram de pinturas rupestres, mas até pela proximidade com o público, logo ela passou a ter como marca, o tom mais crítico das obras.
Inclusive uma das inspirações de Kobra, Diego Rivera, foi um dos principais nomes do movimento e um dos que popularizou o movimento, especialmente pelos seus murais gigantes, que inclusive ele pintou fora do México. Já no Brasil, um dos primeiros nomes do muralismo foi Cândido Portinari.
Biografia
Eduardo Kobra nasceu em 1976, na zona sul da cidade de São Paulo. Ele já garoto era conhecido por pintar os muros da escola (o que lhe rendeu diversas advertências). Posteriormente iniciou como muitos, pichando muros, que inclusive o fez ser detido três vezes, acusado de crime ambiental, por conta dos sprays que utilizava.
Já nos anos 90, ele trabalhou no parque Playcenter, fazendo cartazes, criando imagens decorativas para eventos e pinturas presentes em brinquedos. A visibilidade de seu trabalho o levou a também mostrar sua arte em outras empresas da área, assim como em agências de publicidade.
O reconhecimento no grafite e muralismo
No entanto seu nome no grafite e muralismo só foi ganhar destaque em meados dos anos 2000. Foi no ano de 2007 que ele ganhou fama com o projeto “Muro das memórias”, em que ele trazia diversas fotos antigas de São Paulo pelas ruas da cidade. Esse é uma marca do artista até hoje, que pinta obras que buscam resgatar a história da região.
Dois anos depois, ele começou com a arte de rua tridimensional, que é a principal lembrança dele para muitos. Posteriormente o sucesso dessas obras o levou ao exterior, onde ele deixou sua marca em diversos países diferentes.
Apesar de já estar consagrado até no exterior, ele não deixou de lado às origens, pois em 2015, ele realizou o projeto “São Paulo: Uma Realidade Aumentada”. Durante dez dias, ele passou por diversas regiões da cidade (todas humildes), destacando problemas sociais, além de fazendo campanhas variadas, como de doações de alimentos, roupas, etc.
Em todos os lugares ele deixou sua marca com pinturas, mas apenas em um dos dias ele fez algo diferente, quando usou lambe-lambes (colagens de cartazes), com frases diversas. Juntamente com esse, tivemos outros projetos envolvendo Kobra, como “Recortes da História”, em que trouxe momentos marcantes da história da humanidade.
Além deste também tivemos o “Olhar a Paz”, em que retratou personalidades mundiais que lutaram contra a violência.
Algumas das principais obras de Eduardo Kobra
Ele tem como marca suas obras de imagens hiper-realistas, junto a cores fortes e com alto contraste. Inclusive são muitas delas que estão espalhadas pelo mundo. Contudo para os conterrâneos paulistas, a mais famosa é sem dúvida a de Oscar Niemeyer, pintada na região central da cidade de São Paulo.
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