Entre os movimentos artísticos mais populares da atualidade, está o do hiper-realismo. Suas representações mais comuns são através de pinturas ou esculturas, que nos passam a sensação de estarmos vendo uma foto ou então uma pessoa real.
Inicialmente houve quem a visse mais como uma técnica de pintura, que propriamente um movimento artístico. Contudo, ao observarmos os conceitos sobre “o que é arte?”, nota-se que ela se encaixa em diversos deles, inclusive o de despertar emoções. Por conta disso, essa é uma linha de análise que perdeu espaço nos dias de hoje.
Hiper-realismo: definição
A arte hiper-realista pode ser definida assim: reproduzir uma imagem de uma forma tão real e precisa, que ao vê-la, o espectador se questione se é uma pintura ou uma fotografia. Essa definição pode-se aplicar também às esculturas do movimento, que passam a impressão de serem reais e que se movimentarão a qualquer momento.
Por conta disso, um dos principais objetivos desse movimento é reproduzir os mínimos detalhes de uma imagem, como em uma foto de alta resolução. Para isso, muitas vezes se tem o auxílio de meios mecânicos para reproduzir a imagem na tela.
Os temas das obras são quase sempre voltados para coisas reais como pessoas, paisagens, animais, etc.
Não confundir hiper-realismo com realismo ou fotorrealismo
Muitas vezes comete-se o erro de colocar obras hiper-realistas dentro do realismo, mas principalmente dentro do fotorrealismo. Sendo assim, vamos explicar a diferença nestes dois casos.
Primeiramente em relação ao realismo: este foi o movimento que surgiu na França no século XIX, como oposição ao romantismo. Sua ideia central era representar a realidade da sociedade da época, saindo do estilo vigente da época, que focava-se principalmente na nobreza ou alta sociedade.
A única semelhança entre ambas é o cunho crítico de muitos artistas, pois no Hiper-realismo em muitos casos as críticas vêm em relação a sociedade de consumo (algo em comum também com a pop art, vale mencionar).
Já em relação ao fotorrealismo, a coisa muda um pouco. O hiper-realismo surgiu como uma vertente dela, mas trazendo mais liberdade criativa, que possibilitava diferentes enfoques das imagens. Por outro lado, o fotorrealismo busca a reprodução de forma 100% fiel, sem haver esse “toque do autor” transmitindo emoção à obra, por exemplo.
Origens
Sua origem mistura-se com a do fotorrealismo, tendo início nos anos 60. Ela surgiu com a evolução da tecnologia, que permitia tirar fotos de maior qualidade. A chegada ao mercado de câmeras de alta-resolução fez com que muitos passassem a criar pinturas a partir dessas imagens.
Só que o termo hiper-realismo veio apenas em 1973, através do negociante de arte belga Isy Brachot. Ele a usou como título de uma grande exposição em sua galeria de Bruxelas naquele ano.
Nela estavam alguns dos grandes nomes deste novo movimento como os estadunidenses Ralph Goings, Don Eddy, Chuck Close e Richard McLean. Além deles tinham também nomes importantes da Europa, como Gnoli, Klapheck, Richter e Delcol. Importante dizer que neste momento eles ainda eram tratados como fotorrealistas.
Um fato curioso é que o precursor do movimento veio ainda antes até do termo fotorrealismo (que é de 1969). Seu nome era Edward Hooper, mas ele morreu em 1967, pouco antes do movimento explodir de fato. Nascido em 1882 na cidade de Nova York, ele estudou arte comercial e pintura na própria cidade.
Sua primeira obra em forma de hiper-realismo foi em 1925, com a “Casa ao lado da ferrovia”. Visto como um trabalho clássico, misturando o urbano e o rural, foi o que marcou sua maturidade artística. Ao longo de sua carreira, ele destacou-se justamente na exploração de ambos os temas em suas pinturas.
Casa ao lado da ferrovia – Edward Hooper
Materiais e técnicas usadas no hiper-realismo
Como podem imaginar, por ser uma técnica de altíssima precisão, seu grau de dificuldade também é elevado. Em primeiro lugar, porque não se deve ver traços de pintura, linhas com excesso de tinta, o relevo presente em muitos quadros, etc.
Sendo assim, um dos materiais mais comuns para se pintar é o aerógrafo, na técnica conhecida como airbrush. Usá-lo artista evita marcas, tanto do pincel, quanto dos gestos feitos pelo pintor enquanto cria sua obra. Além disso, permite um controle total do quanto de tinta se usa, deixando a obra sem as texturas comuns em pinturas com pincéis.
Outros materiais fundamentais são aqueles para reproduzir a imagem na tela. Um dos mais comuns é o uso do retroprojetor, mas também usam-se slides, retículas para ampliação, entre outros.
O movimento nos dias de hoje
Após o momento de auge, ele perdeu espaço, mas voltou com força no século XXI, tanto com pinturas, como com esculturas. Atualmente, exposições com obras hiper-realistas costumam atrair grandes públicos. Um dos principais motivos foi a chegada da fotografia digital, que melhorou consideravelmente a resolução das imagens.
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