A Cidade de São Paulo nos últimos meses recebeu importantes adições ao seu já rico cenário cultural e artístico. Primeiramente tivemos a reinauguração do Museu do Ipiranga em setembro de 2022 e em 4 de março teremos aberta ao público a Pina Contemporânea, expansão da Pinacoteca do Estado.
Frente da Pinacoteca do Estado
Inicialmente ela estava prevista para ser inaugurada em 25 de janeiro (aniversário da cidade), mas infelizmente por conta das chuvas, as obras acabaram atrasando, levando ao adiamento. Falaremos adiante um pouco mais sobre como essa expansão impactará as artes não apenas de São Paulo, mas também do Brasil.
Pina Contemporânea: a expansão que tornará o museu o segundo maior da América Latina
Anunciada em novembro de 2021, a expansão Pina Contemporânea será o terceiro prédio do complexo, que atualmente conta com a Pina Luz e a Pina Estação. O projeto de 85 milhões de reais (sendo 55 do governo estadual e o resto da iniciativa privada) tornará a Pinacoteca o segundo maior museu da América Latina, mas que ficará ainda atrás do Museu de Antropologia Nacional do México.
Essa adição deixará o local com 22 041 metros quadrados de área e 9 112 metros quadrados para exposições (O do Mexico tem, respectivamente, 79 700 e 33 445). Segundo o atual diretor da Pinacoteca, Jochen Volz, disse a Veja SP, a escolha do nome Pina Contemporânea se refere a “à ideia de um museu pensado para os nossos dias, com a mentalidade atual”.
Um fato interessante sobre esse projeto, é que falamos do primeiro espaço do complexo realmente pensado desde sua concepção para ser um museu. Isso porque a Pina Luz, projeto de Ramos de Azevedo, inicialmente foi feita para sediar o Liceu de Artes e Ofícios.
Já a Pina Estação, no Largo General Osório, abrigou originalmente os armazéns e escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana. Ali também sediou o Deops/SP (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), entre 1940 e 1983.
O longo caminho até a expansão
Para fazer o projeto da Pina Contemporânea, buscaram o escritório mineiro Arquitetos Associados, que também desenhou partes do Instituto Inhotim, de Minas Gerais. Eles viriam a usar o terreno ao lado da Pina Luz e se valeram de construções já presentes no local, além de um outro projeto do próprio Ramos de Azevedo, parte remanescente da Escola Estadual Prudente de Moraes.
Além dele, um outro prédio construído por Hélio Duarte e que era também parte da Escola, que funcionava ali até 2015. Após ela mudar para um prédio maior, o espaço passou a ser de interesse da Apac (Associação Pinacoteca Arte e Cultura), organização social que administra a instituição.
Desde 2006 eles desejavam fazer essa expansão. Pois havia uma grande preocupação com a falta de espaço para alocar as 11 mil obras presentes na Pinacoteca. Para se ter uma ideia, na atual área disponível estão expostas apenas mil das peças do acervo.
Após muitas negociações, em 2018, o terreno foi cedido para a Secretaria da Cultura e Economia Criativa. Posteriormente, em 2019 a Apac apresentou o projeto de expansão ao governo do Estado, que o aprovou no ano seguinte. O projeto também precisava levar em questão que os edifícios eram parcialmente tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O ousado projeto arquitetônico da Pina Contemporânea
Com a aprovação e um projeto que teve de ser refeito devido à limitação orçamentária e até a algumas mudanças comportamentais do público, fez com que ele chegasse ao que teremos aberto em março. Sendo assim, teremos muito mais espaços abertos e de convivência.
Projeto da expansão
Primeiramente precisamos destacar que se mantiveram os volumes arquitetônicos dos dois blocos de edifícios já existentes no terreno. A partir disso teremos conectando esses dois blocos, uma grande praça pública coberta, com 1.339,2 m². Além dela, teremos um pavilhão onde está localizada a Galeria Praça, com 200 m², dois ateliês para atividades educativas e a loja do museu.
Junto a eles, teremos uma biblioteca (que será uma das mais especializadas em arte brasileira do país) instalada articulando o parque à avenida Tiradentes. Por fim, com 1.000m², a Grande Galeria, situada no subsolo e um mezanino com vista para o parque da Luz, onde está localizada a cafeteria, complementaram o projeto.
Um outro destaque ficará para a grande cobertura de madeira na praça central, que explora a luz filtrada. Feita de madeira laminada colada e que pode ser visto de todas as entradas, com uma cobertura translúcida, ele criará um efeito de “sombra iluminada”.
As primeiras exposições da Pina Contemporânea
Nos dois primeiros semestres, os destaques ficarão para as exposições internacionais da sul coreana Haegue Yang e da chinesa Cao Fei. A primeira propõe uma instalação composta de esculturas feitas com persianas industriais que pendem do teto, como grandes móbiles, combinadas a outras esculturas móveis situadas no chão. Juntamente com ela, teremos “Chão da Praça: obras do acervo da Pinacoteca”.
Já Cao Fei, conta com trabalhos, realizados em mídias como vídeo, instalação e performance. As obras são conhecidas por examinar as subjetividades, fantasias e afetos do presente, num contexto de rápidas transformações sociais atravessadas pelo uso intensivo da tecnologia. Além da artista, Antonio Obá estará na Galeria Praça do edifício no fim de junho.
Abaixo as datas das exposições na nova Pina Contemporânea:
- Haegue Yang: Quase Coloquial – 04/03/2023 a 28/05/2023 na Galeria Praça;
- Chão da praça: obras do acervo da Pinacoteca – 04/03/2023 a 30/07/2023 na Grande Galeria;
- Antonio Obá – 24/06/2023 a 18/02/2024 na Sala 1;
- Cao Fei – 02/09/2023 a 14/04/2024 na Sala 2.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA