Alfredo Volpi: muito além do "pintor de bandeirinhas" Academia Brasileira de Arte -

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O mês de junho no Brasil é celebrado também como o das tradicionais festas juninas país afora. E um dos principais símbolos dos festejos são as bandeirinhas, que decoram ruas e salões. Nesse cenário, é impossível não lembrar de Alfredo Volpi, que muitos lembram justamente como “o pintor das bandeirinhas”. 

Pensando nisso, hoje traremos sua biografia, pois para além das suas famosas pinturas com bandeirinhas, também falamos de um dos mais importantes artistas da história do país. No entanto, talvez muitos não saibam, mas ele é italiano de nascimento. 

Alfredo Volpi: nascido na Itália, mas desde muito pequeno um brasileiro 

Sua identificação com o Brasil é tanta, que ninguém o associa a Itália. Contudo, Alfredo Foguebecca Volpi é natural da província de Lucca, na região da Toscana. Só que ele chegou em terras brasileiras com apenas 18 meses de vida. Ele veio com seus pais e mais dois irmãos (eles seriam seis ao todo).  

Volpi era de família muito humilde e antes de começar a trabalhar com arte, foi encanador, marceneiro-entalhador e encadernador. Posteriormente, aos 15 anos tornou-se pintor de paredes, mas voltado para a decoração de interiores. Se antes ele apenas havia comprado uma aquarela para desenvolver sua técnica, agora ele pintava painéis e murais de grandes mansões de São Paulo. 

Autodidata, ele próprio buscava aprimorar sua técnica, mas sem ter as referências de grandes nomes do período. Isso porque, pela sua origem simples, ele não tinha acesso a grandes nomes da pintura da época, como aqueles que idealizaram a Semana de Arte Moderna de 22 tiveram.  

Porém, o que chamava atenção desde novo, era o valor que ele dava para produção artesanal. Tanto que ele mesmo fazia suas tintas e pincéis. Enquanto isso, as tintas eram feitas a partir da técnica de têmpera. Para quem não conhece, é quando misturam-se corantes com um aglutinante que normalmente eram ovos (como no caso de Alfredo Volpi). 

Passando longe da Semana de Arte de 22 e a criação do “Grupo Santa Helena” 

Até pelo fato de a Semana de Arte de 22 ter sido organizada pela elite intelectual paulista, Alfredo Volpi, um humilde imigrante na época, sequer fez parte do evento. Para além do fato de não ter o já citado acesso aos artistas europeus que foram inspiração para muitos presentes no evento, ele também ainda precisava trabalhar para se sustentar. 

Porém, tal fato traz algo importante ao estilo de Volpi, pois como ele não teve nenhuma referência de fora, ele desenvolveu uma técnica própria, que até hoje não há igual no mundo da arte. Ou seja, mesmo que alguns até coloquem o artista como um modernista, ele nunca fez parte deste movimento. 

Sua primeira exposição foi em 1925 numa mostra coletiva, que ocorreu no Palácio das Indústrias de São Paulo. Posteriormente, em 27, ele veio a formar junto com vários outros artistas o que ficou conhecido como “Grupo Santa Helena”.  

Este nome quem lhes deu foi o crítico Sérgio Millet, pois eles alugaram um espaço no Palacete Santa Helena, situado na Praça da Sé. O grupo reunia nomes como Francisco Rebolo Gonsales, Mário Zanini, Aldo Bonadei, entre outros e eles criavam principalmente a partir de modelos vivos.  

Além disso, eles constituíram um trabalho voltado para a pesquisa e desenvolvimento de técnicas apuradas.  

A mudança de estilo de Alfredo Volpi e sua primeira exposição individual 

Os anos 30 foram particularmente agitados para Volpi. Primeiramente, em 1936 participa da criação do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Um ano depois, passa a integrar a Família Artística Paulista.  

A presença dele na Família Artística Paulista o leva a participar do evento “I Exposição da Família Artística Paulista”, em 1938. Mas não foi o único, pois ele também marcou presença no Salão de Maio, ambos em São Paulo. 

Até então ele tinha como marca uma arte predominantemente figurativa, com obras inspiradas em bairros pobres da capital e em cidades do interior, sendo esta última graças às excursões realizadas pelo Grupo Santa Helena.  

Um nome muito importante para a carreira a para a mudança do estilo de Alfredo Volpi, foi o italiano Ernesto Di Fiori, que ele conheceu ainda em 1937. Segundo relatos, ele aprende com Di Fiori que o tema da pintura e suas possibilidades narrativas não são tão importantes quanto os elementos plásticos e formais.  

Graças a essas conversas que o artista passa a usar cores mais vivas e foscas, além de um tratamento mais intenso da matéria pictórica. Posteriormente a isso, inicia a série de marinhas e paisagens urbanas de Itanhaém, em 1939.

Mas foi em 1940 que ele se estabeleceu de vez no meio artístico, ao vencer o concurso do IPHAN. O prêmio veio graças aos trabalhos realizados com base nos monumentos das cidades de São Miguel e Embu. Graças ao encantamento de Alfredo Volpi com a arte colonial, seus temas passam a ser predominantemente populares e religiosos.  

Paisagem de Mogi – 1940

Finalmente, em 1944 realiza sua primeira exposição individual, na Galeria Itá, em São Paulo. Nesse período, as paisagens de Volpi se diversificaram, graças as viagens dele para Minas Gerais e Bahia.  

As pinturas de fachadas, a visita à Itália e as primeiras bienais 

Foi no final dos anos 40, que um dos motivos mais famosos de Volpi, as fachadas, começaram a predominar em suas obras, já com um traço bem mais geométrico e caminhando para o abstracionismo  

O ano de 1950 marca sua primeira viagem para fora do país, pois foi quando ele foi para Itália pela primeira vez desde seu nascimento. Lá ele se interessa por pintores pré-renascentistas, especialmente italiano Paolo Uccello (1397-1475). Pois é o estilo dele, marcado por jogos de ilusão em quem às vezes o fundo parece se projetar para a frente, que inspirará as obras futuras do artista. 

De volta ao Brasil, ele participa das três primeiras Bienais de São Paulo. No entanto, a que merece destaque é a de 1953, em que ele divide com Di Cavalcanti o prêmio de melhor pintor nacional. Só que ele não marcou presença apenas na brasileira, pois ele marcou presença com suas obras em quatro oportunidades na de Veneza: em 1952, 54, 62 e 64. 

Casario – 1952

Alfredo Volpi, bandeirinhas, prêmios e homenagens 

Finalmente, ainda durante os anos 50, é que Volpi começara a pintar suas famosas obras com as bandeirinhas de festa junina. Essas acabam por unir de certa forma o tema popular, com o religioso. Inicialmente elas compõem as pinturas de fachadas, mas com o tempo, passam a ser um elemento autônomo em suas obras. 

Mastros e Bandeirinhas – 1960

Um fato curioso é que o próprio Alfredo Volpi era muito reservado e dizia que preferia pintar ao invés de falar. Porém não gostava de ser conhecido apenas como o “pintor de bandeirinhos”. Inclusive ele não falava de suas obras como bandeirinhas, como nesta declaração que ele deu: 

”Um pintor de bandeirinhas eu? Quem pinta bandeirinhas é o Penacchi. Eu pinto formas, cores.” 

Ele segue acumulando premiações nos anos 60, vencendo o prêmio de melhor pintor brasileiro pela crítica de arte do Rio de Janeiro em 1962 e 1966. Além disso, em 1960 ele recebe uma sala especial na VI Bienal de São Paulo.  

Entre os anos 70 e 80 ele passa a receber exposições com retrospectivas de sua carreira, incluindo duas grandes em 1972 e 75 respectivamente no MAM do Rio de Janeiro e São Paulo. No ano de 1986, ao completar 90 anos, ele recebe uma nova exposição no Museu de Arte Moderna paulista, contando com 193 de suas obras. 

Ele morre aos 92 anos, em 1988, vítima de uma parada cardíaca 

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