A PINTURA NA 33ª BIENAL DE SÃO PAULO
Em visita à 33ª Bienal de Artes de São Paulo, no dia 06/10/2018, tive a grata surpresa de ver uma grande quantidade de pinturas, modalidade que nas edições anteriores não teve uma representação tão expressiva, principalmente a pintura figurativa. A mostra tem muita coisa boa entre esculturas, instalações, desenhos, fotografia, vídeos e menos obras que as versões passadas, o que torna menos cansativo para o visitante percorrer os 25.000 m² do prédio da Bienal, projetado por Oscar Niemeyer.
Mesmo assim, uma visita apenas é pouca.
A Bienal deste ano teve a curadoria principal do espanhol Gabriel Pérez-Barreiro, que escolheu sete artista-curadores; dois brasileiros (Sofia Borges e Waltercio Caldas), dois europeus (Mamma Anderson, Suécia e Antonio Ballester, Espanha), dois latinos (Alejandro Cesarco, Uruguai e Claudia Fontes, Argentina) e Wura-Natasha Ogunji, americana que vive na África que, além de suas próprias mostras, organizaram as exposições coletivas.
Meu destaque vai para as pinturas: a paulista Vania Mignone (se pronuncia minhone) apresenta 24 obras recentes, em acrílicos sobre madeira, com colorido bastante intenso e com temática voltada para o pop e o apocalíptico.
Já o goiano Siron Franco traz obras da década de 1980, mostrando a tragédia que ocorreu em Goiânia, em 1987, matando quatro pessoas e causando damos em várias outras.
O artista carioca Waltercio Caldas apresenta várias obras entre pintura e esculturas-objetos, com destaque para uma releitura da obra de Mondrian. O espanhol Antonio Ballester, que ocupa o piso térreo, faz um diálogo com o parque e sua instalação traz dois mil cogumelos feitos por crianças de ONGs de São Paulo.
A mostra, que vai até o dia 09 de dezembro, mescla artistas consagrados do Modernismo brasileiro, como Milton Dacosta, (1915 – 1988), Vicente do Rego Monteiro (1988 – 1970) e Antonio Dias, falecido neste ano, artistas contemporâneos considerados da nova geração, como Sofia Borges (1984 – ), Rafael Carneiro (1985 – ), Ana Prata (1980 – ) e Jennifer Packer (EUA – 1984) e artistas nascidos no século XIX, que tiveram destaque no século XX, como o espanhol Benjamin Palencia (1894 – 1980) o sueco Ernest Josephson (1851 – 1906)
Ao todo são mais de 200 pinturas, com datas bastante variadas, mostrando que Arte Contemporânea não é somente aquela que é feita nos dias de hoje.
O ponto negativo da Mostra fica por conta da péssima colocação das informações sobre as obras, que ficam muito longe das obras, o que dificulta muito, principalmente para quem busca uma associação do autor com a descrição da obra.
Visitas:
ter, qua, sex, dom e feriados: 9h – 19h (entrada até 18h)
qui, sáb: 9h – 22h (entrada até 21h)
fechado às segundas / entrada gratuita
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Parque Ibirapuera
por: Laerte Galesso