Reconhecida por suas séries de fotografias encenadas, a fotógrafa Flávia Junqueira tem sido um nome de destaque no meio artístico principalmente e por conta das suas criações que exploram o universo infantil por meio de cenários grandiosos, cores e elementos lúdicos e nostálgicos.
Estudar artistas como Flávia Junqueira nos abre portas para entender como a fotografia vai além de um simples registro da realidade, transformando-se em uma linguagem artística. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre a vida e obra dessa artista, que tem enriquecido os trabalhos artísticos contemporâneos.
A formação artística de Flávia Junqueira
Antes de conhecermos melhor sobre o estilo e produções da artista precisamos saber de onde surgiu tamanho talento, vendo um pouco mais sobre a sua história.
Flávia nasceu em São Paulo, em 1985, e desde cedo demonstrou uma afinidade com as artes. Seu caminho na criação artística começou de maneira precoce, revelando uma curiosidade natural em explorar imagens e narrativas visuais, começando seus estudos aos 13 anos na escola Pan Americana de Artes e Design de São Paulo.
Esse interesse se consolidou ao longo dos anos por meio de uma formação acadêmica sólida: graduou-se em Artes Plásticas e Fotografia pela FAAP, o que lhe proporcionou uma base técnica e conceitual para suas criações.
Sempre em busca de aperfeiçoamento, Flávia mergulhou ainda mais fundo na fotografia como linguagem artística, fazendo uma pós-graduação específica na área e, posteriormente, concluindo um doutorado pela UNICAMP.
Sua trajetória também foi enriquecida por experiências internacionais que ampliaram seu repertório e influenciaram sua produção para ter o estilo único que tem hoje.
A infância, a memória e a fotografia ensaiada
Como falamos, Flávia Junqueira é uma artista que brinca com os universos da infância, arquitetura e narrativa visual, mexendo com a nostalgia e emoções, por isso cada elemento presente nas suas fotos possuem um propósito que trazem um significado ao seu estilo.
Por falar nele, seu estilo costuma transformar as fotografias em uma janela que convida as pessoas a revisitarem suas memórias afetivas, mas com um novo olhar, onde a simplicidade infantil se encontra com a complexidade das lembranças reinterpretadas.
Por isso, cada imagem é cuidadosamente planejada, das cores aos cenários, cada elemento tem um papel essencial para criar uma narrativa visual, a qual apresenta uma ponte entre o real e o fictício, entre a inocência da infância e a experiência adulta.
Essa dualidade entre fantasia e realidade instiga o espectador a buscar seus próprios significados na imagem e refletir sobre as memórias que moldam sua identidade.
Obras e exposições marcantes
Flávia Junqueira tem uma trajetória marcada por obras que envolvem o público, por isso tem ganhado cada vez mais destaque e reconhecimento. Então, vamos conhecer um pouco mais sobre suas produções.
A Casa em Festa (2010)
Nesta exposição, a artista explora memórias afetivas por meio de cenários que representam como se fossem uma festa infantil, da qual a própria fotografa participa, como que numa tentativa de autorepresentação.
As fotos resgatando o imaginário das festas infantis e evocando sentimentos nostálgicos e ao mesmo tempo alegres.
Sonhar com uma Casa na Casa (2011)
Dessa vez o cenário é a decadência de edifícios históricos, para construir uma reflexão sobre o abandono de lugares que, no passado, tiveram uma importância.
Neles, a artista acrescenta elementos que chamam a atenção pelo contraste em relação ao espaço, criando uma relação entre um tempo que passa rápido, ou seja, a infância, e outro que não passa, associado à degradação dos edifícios.
O Absurdo e a Graça (2018)
Outra obra de destaque, onde a artista enche teatros vazios com balões, criando uma poética que une o efêmero à grandiosidade desses espaços. Os balões, elementos leves e temporários, contrastam com a imponência dos teatros históricos, reforçando a dualidade entre o fugaz e o permanente.
Extasia (2024)
Realizada no Centro Cultural FIESP, em São Paulo, a exposição mescla o sentimento de êxtase com o delírio da fantasia em uma série de fotografias e instalações imersivas.
O estilo das obras revela o próprio propósito da artista, como ela mesmo afirmou e uma conversa sobre a exposição, “estou continuamente buscando maneiras de conectar o público com suas próprias experiências emocionais, utilizando a arte como uma ferramenta para explorar esse complexo desejo”.
A mostra ficará em cartaz de 18 de setembro a 26 de janeiro de 2025.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA