Anteriormente na parte 1, explicamos o que é o manhwa, as diferenças entre ele e os mangás japoneses, suas origens e como a versão moderna surgiu. Além disso, mostramos como ele foi se moldando, mesmo durante períodos de forte repressão, quando o país foi dominado por potências estrangeiras.
Agora nesta parte final, falaremos sobre o período pré-ditadura (primeiro de grande crescimento) e como ele chegou ao que conhecemos hoje, quando finalmente ficou livre de qualquer censura. Por fim, mostraremos alguns dos manhwas mais populares que já chegaram por aqui.
A expansão do gênero, a crise e o renascimento
Durante este período de expansão, tivemos uma gama de temáticas surgindo. Entre elas podemos citar: manhwa de ficção científica, o manhwa fantástico, o manhwa histórico e principalmente o sunjeong manhwa ou manhwa feminino (sendo a vertente coreana do shoujo japonês).
Só que após o golpe de 1961, todo esse crescimento sofre um duro golpe, com o retorno da censura e forte repressão. Durante este período, o que tivemos foram principalmente manhwas de aventuras cômicas para crianças e histórias dramáticas para adultos, como forma confortar os coreanos com algum entretenimento. Durante esse período houve a recuperação de muitos romances históricos, o que acabou por servir como meio de críticas veladas ao regime.
Já nos anos 80 (com o fim da ditadura no país), temos a primeira produção que recebe uma adaptação para TV (desenho), além de produtos derivados: Dooly the Little Dinosaur, de Kim Su-jeong. Temos junto com isso o retorno das manhwabangs, que não apenas incentivam a criação de novas revistas de manhwa, como o lançamento de manhwagas (o equivalente aos mangakás japoneses).
Em 1987, após a manifestação de 10 de junho, a censura diminuiu e as primeiras histórias contemporâneas e realistas, além das satíricas, retomaram seu espaço de antes. Tivemos também o retorno do sunjeong manhwa, que havia sido banido nos anos 70.
O manhwa moderno
Tendo um excesso de publicações no período, o manhwa começou a ter uma queda de qualidade e viu seu espaço sendo ameaçado pelos mangás japoneses. Só que usando muitas inspirações das publicações vindas do próprio Japão, como as revistas semanais (por exemplo a Shonen Jump) e a diversificação de temas, ajudaram o quadrinho do país a retomar seu espaço.
As principais publicações do período são a IQ Jump e a Young Champ, que seguiram o modelo das publicações do Japão. Ou seja, essas revistas traziam diversos capítulos de histórias diferentes, que no futuro tornam-se uma edição única da história em questão. Só que com a virada do século, eles conseguiram se adiantar a uma tendência: a das publicações online, ou webcomics.
Plataformas grandes como Naver, Daum, Yahoo e outros começam a investir na área, contribuindo para um grande crescimento dos webtoons, que hoje dominam o mercado de quadrinhos coreanos. Essa antecipação, também fez com que os manhwas se popularizassem rapidamente mundo afora nos últimos anos, pois muitos são feitos já para a telas dos celulares, além de ter até mesmo animações em algumas cenas.
Entretanto, não pensem que isso fez com que as publicações físicas deixassem de ser feitas. Muitas das obras que fazem sucesso na internet, ganham versões fora dela também.
Manhwas famosos
Vamos agora trazer alguns dos manhwas mais conhecidos no Brasil.
Ragnarok
Este é um caso bastante peculiar, pois muitos conhecem o MMORPG, que fez grande sucesso no começo dos anos 2000. Ele baseia-se na obra de Lee Myung-Jin, sendo publicada originalmente de 1998 a 2001, com 10 volumes no total.
Entretanto desde 2001 ele entrou em hiato e não saiu mais. O motivo foi que o autor deixou a obra de lado para se dedicar a parte gráfica do MMORPG da sua obra, Ragnarök Online. Ele chegou a ter um anime, chamado “Ragnarok: The Animation”. Só que ao invés de ser baseado no manhwa ele era baseado no jogo, contando com um total de 26 episódios.
Chonchu – O Guerreiro Maldito
Este é especial no caso do Brasil, já que foi o primeiro manhwa a chegar por aqui. A história gira em torno de Chonchu que foi amaldiçoado ao nascer. Uma profecia dizia que ele seria o filho do demônio e mataria seus pais, reis dos Yemaek. Salvo da morte pela mãe, foi exilado e passou a viver com o clã guerreiro dos Mirmidões, no qual cresceu em meio a batalhas sangrentas tendo que viver o terrível destino de ter que matar para não morrer.
A obra é de 2004, com autoria de Kim Sung Jae, e Kim Byung Ji, mas assim como Ragnarok, não tem fim, só que aqui por conta de brigas entre os dois criadores.
Solo Leveling
Trata-se de outro manhwa com uma história bastante peculiar, mas atualmente é o título mais popular do gênero, inclusive com um anime previsto para 2023. Originalmente ele foi uma web novel lançada em 2016 por Chugong. Só que ele ganhou uma adaptação para webtoon em 2018 sendo ilustrado por Jang Sung-Rak, CEO da Redice Studio, que morreu em 23 de julho de 2022. A obra foi finalizada com um total de 179 capítulos.
Esta é sua sinopse:
“Dez anos atrás, depois do “Portal” que conecta o mundo real com um mundo de montros se abriu, algumas pessoas comuns receberam o poder de caçar os monstros do portal. Eles são conhecidos como caçadores. Porém, nem todos os caçadores são fortes.
Aí acompanhamos Sung Jin-Woo, um caçador de rank E (a mais baixa das classificações). Ele tem que arriscar a própria vida nas dungeons mais fracas, “O mais fraco do mundo”. Sem ter nenhuma habilidade à disposição, mal consegue dinheiro nas dungeons de baixo nível. Isso até encontrar uma dungeon escondida com a maior dificuldade dentro do Rank D! No fim, enquanto aceitava sua morte, ele ganhou um novo poder”.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA