Claude Monet foi um dos principais nomes do impressionismo. O pintor era conhecido por dizer que a “natureza era seu atelier” e isso pode ser visto nas suas mais de 2500 obras, que são retratadas ao ar livre. Contudo, um tema fascinava o autor: Lírios d’água ou nenúfares. A pintura “Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios d’Água” é mais famosa dentre as mais de 250 deles com esta temática.
Só que vale destacar que no caso das obras com a temática envolvendo a ponte, são 18, variando apenas o ângulo de visão, mas esta foi a que acabou ficando mais conhecida dentre todas, pintada no ano de 1899. Um dos diferenciais dela é seu formato vertical (92,7 x 73,7 cm).
Monet e sua paixão por Nenúfares
O pintor quando comprou sua casa em Giverny, em 1893, ele pode realizar um antigo desejo: fazer um jardim aquático, onde pudesse colocar essa exótica planta. Ele a importou do Japão e desde então passou a cultivá-la, a ponto de contratar um jardineiro especialmente para cuidar delas e deixá-las sempre limpas para suas obras.
Posteriormente, em 1895 ele manda construir sobre o lago, uma ponte japonesa. O local serviu de inspiração para os últimos 30 anos de vida de Monet, onde cada vez mais ele plantava nenúfares. As diversas pinturas tiveram algumas variações ao longo do tempo.
Primeiramente são as grandes composições, depois as vistas parciais do lago com a ponte japonesa e por fim os pormenores do pedaço de água. Nestas últimas, o céu já está presente através de seu reflexo no ‘espelho da água’, que assim eram designados pelo artista.
A série “Ponte sobre uma Lagoa de Lírios d’Água”
Apesar de esta obra de 1899 ser a mais famosa, dentre as já citadas 18 pinturas relacionadas, nada menos que 12 contam exatamente com o mesmo título. Esta, a única feita na vertical, está atualmente exposta no Metropolitan Museum of Art (inclusive no link vocês podem conferir algumas das obras similares, além de imagens da ponte original).
O próprio Monet comentou sobre essa série de obras:
“Uma paisagem não fica sob a sua pele em um dia. E então, de repente, tive a revelação de quão encantadora minha lagoa era. Eu peguei minha paleta. Desde então, eu quase não tive nenhum outro assunto.”
A curiosidade é que no caso desta, ele busca destacar tanto o espelho d’água como a ponte, por conta disso não vemos o céu nesta pintura. Por outro lado, outras obras da mesma série trazem o céu em diversas colorações diferentes (que podem significar horas variadas do dia que ele optou por pintá-los).
Fatos sobre “Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios d’Água” e os nenúfares
A série de trabalhos mais longeva de Monet traz diversas peculiaridades e curiosidades, confiram:
- Esta não foi a primeira série de Monet. Anteriormente ele fez Palheiros entre 1890 e 1891 e as séries Parlamento e Ponte de Waterloo entre 1899 e 1901. As duas últimas em meio a sua fase dos nenúfares e juntamente com a sua obra mais famosa, “Ponte Sobre Uma Lagoa de Lírios d’Água”;
- A série de pinturas sobre os nenúfares quase não ocorreu. O motivo? Os vizinhos de Monet, preocupados que as plantas pudessem contaminar a água local eram contra a plantação delas, mas o pintor não os ouviu como pudemos ver;
- Posteriormente ele queria expor os nenúfares num espaço que desse a ilusão de um todo infinito e que criasse um ambiente repousante de meditação. Ele chega a um acordo com o Hotel Biron e cria diversas obras para expor no local, onde existe um museu consagrado a Rodin. É feito o plano para um pavilhão suportar 12 painéis no formato circular, mas de última hora o Ministério das Obras Públicas recusa o projeto, sob alegação que era “demasiada honra para o artista”;
- Inconformado, Monet cancela a doação e compradores americanos e japoneses surgem interessados em adquiri-las. No entanto, graças à intervenção de seu amigo Clemenceau, as obras ganham seu merecido espaço no Museu Orangerie (filiado ao Louvre). Hoje existem duas salas ovais dedicadas exclusivamente a Monet e seus nenúfares. No link é possível fazer um tour virtual por ambas e ver os painéis.
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