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O tocador de pífaro: veja mais sobre esta obra-prima de Manet

Um dos grandes mestres da geração dos impressionistas foi Édouard Manet. Apesar de ter como marca muitas obras polêmicas, como “Olympia” e “O Almoço sobre a Relva”, ele também produziu pinturas como “O Tocador de Pífaro”. Esta última, da qual falaremos hoje, é uma das suas principais obras e traz conceitos de grande importância para o movimento artístico da época.  

Um dos grandes mestres da geração dos impressionistas foi Édouard Manet. Apesar de ter como marca muitas obras polêmicas, como “Olympia” e “O Almoço sobre a Relva”, ele também produziu pinturas como “O Tocador de Pífaro”. Esta última, da qual falaremos hoje, é uma das suas principais obras e traz conceitos de grande importância para o movimento artístico da época.  

 O tocador de pífaro: inspirações  

 Em primeiro lugar é interessante observar que está obra surgiu através de uma visita de Manet à Espanha. Ao chegar no Museu do Prado e ver as obras de Diego Velásquez, ele as descreve para seu amigo e artista Henri Fantin-Latour como:  

“Esta é a porção de pintura mais surpreendente que eu jamais vi…o fundo desaparece: é o ar que contorna o homem, todo vestido em preto e vivo”  

 Essa inspiração nas obras do artista espanhol, seguirá Manet nas obras em que ele destaca personagens da multidão em fundos neutros ou trazendo tons nebulosos simbolizando o ar, mas sem distinguir o que é o chão. O resultado foi que apenas um ano depois, ele criou “O Tocador de Pífaro”, usando-se dessa técnica.    

As técnicas aplicadas por Manet na obra   

Primeiramente a questão do fundo neutro traz um grande diferencial para esta obra. Isso porque nos traz uma nova noção de perspectiva, pois quando ele não coloca uma paisagem atrás do menino, o deixa bidimensional. Com isso, sai a relação claro/escuro e entra a relação entre os tons.  

Entretanto, ele não deixa a impressão de que o menino esteja “voando”, pois pode-se distinguir uma leve linha vaporizada no chão. Graças a este fundo, o tocador de pífaro ganha ainda mais destaque, com seus contornos bem demarcados, além do uso de cores fortes.  

A representação também não nos dá aquela noção de espaço ou condição social, que normalmente tínhamos. Sabe-se que o modelo foi um componente da Guarda Imperial, um tocador de pífaro, mas sem nenhum outro contexto envolvido. É uma abordagem mais simples, porém eficiente ao propósito do artista.   

A própria escolha do modelo, uma pessoa comum, altera a noção do protagonismo em uma obra. Agora temos figuras do dia a dia podendo ser destacadas, ao invés de apenas aristocratas ou a nobreza.   

Observando a figura do tocador de pífaro, pode-se notar que além dele, sua flauta e o estojo dela ganham destaque. A escolha pelo dourado forte neste último, chamam a atenção de que observa. Juntamente com ela, o instrumento é bem demarcado, com uma incidência de luz na parte central do objeto.   

Por outro lado, podemos fazer uma comparação com o casaco do menino. O tecido dele mostra pouca fluidez, ganhando contraste apenas por conta dos botões em dourado. Contudo a calça, mesmo sendo em um vermelho opaco, traz os contornos e efeitos de sombra nas dobras do tecido.   

Por fim, vale destacar o sombreamento peculiar, pois ao invés de ele usar uma luz, como se viesse da janela, ela parece incidir na obra de forma perpendicular. Tanto que podemos ver a sombra apenas no pé, na mão e no seu ombro, além claro da calça.   

Curiosidades sobre O Tocador de Pífaro  

  • Apesar de a obra ter como modelo um membro da Guarda Imperial, o rosto do menino seria baseado no filho do artista, Léon;  
  • Esta obra foi rejeitada pelo júri do salão de 1866, mas ao mesmo tempo empolgou o crítico e escritor Émile Zola. Segundo ele “Eu disse mais acima que o talento de Monsieur Manet era feito de justiça e simplicidade, me remetendo principalmente à impressão que esse quadro me deixou. Eu não acredito que seja possível de obter um efeito mais pulsante com modos menos complicados”;  
  • Atualmente a obra encontra-se no Museu D’Orsay, em Paris. 

 

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