O uso da perspectiva na arquitetura é algo fundamental para profissionais, como o arquiteto e o engenheiro, mas sem esquecer daqueles que trabalham com a sua versão para desenho artístico. Só que, hoje, nos aprofundaremos mais no primeiro, mostrando sua origem e importância e até mesmo a relação entre ambos. A começar pelo seu próprio nome, que vem do latim perspicere (que significa “ver através”), já nos dá uma base do que se trata tal fundamento.
Perspectiva: o que é e seu desenvolvimento
Primeiramente, é importante entender o conceito básico da perspectiva, que nada mais é do que representar objetos tridimensionais em uma superfície bidimensional (plana). Esta serve para recriar a posição relativa do observador e trazer profundidade aos objetos vistos por ele.
Os primórdios dessa arte vêm da Grécia antiga, quando eles descobriram o encurtamento, que se baseia na ideia de que uma pessoa não pode ver um objeto em sua totalidade de uma só vez. Contudo nessa época a representação não era completa, pois tínhamos apenas um ponto de vista na obra, com os demais sendo ignorados.
O desenvolvimento da perspectiva veio no renascimento, pois nesse período a ideia do artista era ter cópia fiel e exata da realidade. Leonardo da Vinci via como fundamento básico para aqueles que desejavam desenhar a figura humana, a recém-criada técnica da perspectiva. Inclusive em suas obras é possível observar o conceito, juntamente com o do ponto de fuga (falaremos à frente). Por exemplo, na “Santa Ceia”, o ponto de fuga é o próprio Cristo, para onde as linhas convergem.
Perspectiva na arquiterura: da base aos tipos mais usados
Já entrando na perspectiva arquitetônica, Filippo Brunelleschi teve papel fundamental no seu desenvolvimento, pois foi ele a descobrir um de seus princípios fundamentais: o fato dos objetos parecerem menores à medida que nos distanciamos deles. A partir dessa ideia tivemos diversos tipos de desenhos usados por arquitetos e engenheiros, mas aqui destacaremos somente os três mais utilizados por profissionais da área.
Juntamente com Brunelleschi, precisamos destacar o arquiteto romano Marco Vitruvius. Este escreveu o tratado “Os 10 livros da arquitetura”, no qual selecionou os conhecimentos da sua época sobre a teoria e a prática da arquitetura. Como resultado dele, os termos arquitetônicos e a visualização dos elementos tiveram uma mais fácil compreensão, sendo este seu legado.
Enfim, depois dessa passagem pela história, vamos aos três tipos de perspectivas, mais usados em projetos de arquitetura e interiores:
- Axonométrica
- Cavaleira
- Linear ou Cônica.
Axonométrica
Muito utilizada tanto na arquitetura como na engenharia devido a sua simplicidade construtiva, também é chamada de “perspectiva paralela”. Sua principal função é de mostrar com exatidão as dimensões correspondentes ao objeto desenhado.
Além disso, esta possui ainda outras três sub variações: isométrica, dimétrica e trimétrica. Entretanto vale ressaltar que, dessas, a mais utilizada é a Isométrica, muito aplicada em programas de CAD.
Perspectiva Isométrica – a base deste tipo de perspectiva consiste num eixo horizontal, sendo que as linhas da altura ficam perpendiculares a esse eixo, enquanto as linhas da largura e da profundidade ficam com 30 graus em relação a esse eixo. As medidas são as reais da peça ou ambiente.
Perspectiva Cavaleira – Este tipo tem como marca o fato de que a face frontal do objeto estará sempre paralela ao observador e com dimensões exatas. A partir daí, as demais faces são representadas por ângulos de 30°, 45° e 60° graus. A importância destes é para reduzirmos as dimensões das demais faces do objeto e seus valores são respectivamente de 1/3, 1/2, 2/3.
O cálculo aqui é relativamente simples: multiplica-se a medida da profundidade pelo primeiro número da fração e divide-se pelo segundo número da fração correspondente ao ângulo que se deseja representar. Exemplo: se uma peça tem 60 cm de profundidade: 60×1÷3=20 (1/3; 60×1÷2=30 (1/2); 60×2÷3=40 (2/3).
Perspectiva Linear ou Cônica: – Dentre todas as três, a perspectiva linear, também chamada de Cônica é a mais comum. Poder fazê-la à mão livre é um dos seus grandes diferenciais, pois as outras exigem algum tipo de material. No caso dela, temos as seguintes subdivisões: um, dois e três pontos de fuga. Porém antes de falarmos deles, precisamos entender os conceitos básicos que encontramos nelas:
- Linha do horizonte – Esta linha imaginária, situada na altura dos olhos, ajuda a identificar os pontos de fuga e, dessa forma, possibilita determinar a estrutura do espaço a ser projetado.
- Ponto de fuga – os pontos imaginários para onde convergem as linhas de profundidade do desenho.
Com os conceitos básicos, agora podemos falar de cada uma das divisões e seus usos na perspectiva arquitetônica.
Com um ponto de fuga
Este fica na linha do horizonte e trata-se da forma mais comum de representar motivos lineares como estradas, ferrovias e corredores. A essência dele é que as linhas que se afastam do observador, convergem para o ponto de fuga.
Com dois pontos de fuga
Já no caso deste, seu uso mais comum é para desenhar exteriores de edifícios. Aqui cada um deles representa um conjunto de linhas paralelas. O diferencial é que as linhas verticais são perpendiculares ao horizonte.
Com três pontos de fuga
Por fim temos este modelo que é menos usual que os demais. Assim como no anterior, cada uma das 2 famílias de linhas horizontais tem um ponto de fuga. Contudo agora temos a terceira, para qual convergem as linhas verticais. Usa-se essa perspectiva normalmente para desenhar locais visto de baixo ou de cima (como quando você olha um edifício do chão).
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