Qualquer pessoa que já tenha parado para ver alguns quadros na vida, certamente já se deparou com algum feito usando a técnica de pintura a óleo. Isso porque falamos de uma das técnicas mais tradicionais da pintura e uma das favoritas dos grandes artistas da história.
Mas por que ela se destaca entre as demais? Agora explicaremos justamente os motivos dessa preferência, além de passar também pela história de sua criação.
Tinta a óleo: vantagens e desvantagens
Primeiramente é preciso destacar que mesmo sendo uma técnica muito difundida na arte, ela também é bastante trabalhosa. Contudo, o resultado dela é um dos mais vistosos dentre os materiais utilizados na pintura. A explicação é que ela proporciona mais brilho, melhor polimento e cores mais fortes e vivas às obras.
Ela também possibilita evidenciar detalhes melhor que as outras. Juntamente com isso, ela traz a vantagem de poder fazer correção e ajustes. Isso porque ela tem um processo de secagem muito lento. Para se ter uma ideia, apenas para secar a superfície da pintura, pode-se demorar de um dia a uma semana. Já para ficar seca por completo, de seis meses a um ano.
Tanto tempo para secagem completa da obra, dá muito mais chance de o artista mexer na obra, sem precisar refazê-la. No entanto, ela também apresenta desvantagens, sendo uma delas justamente o fato de precisar de um tempo muito maior para que a obra possa ser considerada concluída.
Outro problema refere-se ao material utilizado em sua composição. O óleo de linhaça, com o tempo pode fazer com que a pintura fique escurecida ou mesmo amarelada. Até por isso recomenda-se o uso de um verniz quando ela estiver totalmente seca. Além disso ela exige um processo mais elaborado para que a obra tenha o resultado esperado. Confira alguns deles:
- Primeiramente, aplicar um selante na superfície, como forma de evitar que os ácidos da tintura penetrem no tecido, aumentando a longevidade da obra. O material mais utilizado é o gesso acrílico;
- Caso se opte por um tecido cru, será necessário antes de usar o selante, fazer uma “imprimação”. Trata-se de uma encolagem prévia, com uma base acrílica transparente. Ela serve para uniformizar os sulcos e evitar que o selante trespasse o verso.
Pintura a óleo: sua origem atualizada
Por muito tempo, acreditou-se que a origem da pintura a óleo data-se do século XIII. Tal fato tinha registros em diversos livros de arte. No entanto, uma tragédia cultural, como foi o caso da explosão das estátuas de Buda pelo Taleban em 2001, acabou mudando a história da arte, no que se refere a está técnica.
A explicação para isso é que posteriormente, pesquisadores japoneses, estadunidenses e de diversos países da Europa foram aos destroços do local. Para a surpresa deles, a explosão do local revelou cavernas atrás das estátuas com o que podemos chamar de tesouros pictóricos.
As cavernas continham pinturas datadas do século V ao século IX com motivos de seres mitológicos e de Buda sentado sobre folhas de palmeiras, usando um manto vermelho-vivo. Só que chamou a atenção dos pesquisadores pinturas datadas do século VII, que utilizavam já a técnica de pintura a óleo. Sendo assim, concluiu-se que séculos antes, já se conhecia a tinta a óleo.
Segundo publicação no Journal of Analytical Atomic Spectrometry, acredita-se que o material usado para preparação das tintas eram nozes ou sementes de plantas da família das papoulas. Apesar de secantes já serem usados desde a Roma e Egito antigo, este era apenas como remédio ou para efeito cosmético.
Posteriormente, no século XIII, pela primeira vez tivemos registros de óleo em tintas na Europa, mas apenas no século XV que ela passou a ser amplamente usada pelos artistas. Hoje em dia, apesar da modernização das técnicas de preparo, basicamente segue-se criando a tinta da mesma forma: óleo de linhaça, com um pigmento e passando por um processo de moagem.