Quadrinhos Brasileiros: Começa a ditadura - ABRA Academia Brasileira de Arte -

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Depois de trazermos como os quadrinhos brasileiros começaram, passando pelo império, começo da república, chegamos ao período da ditadura. Apesar de se imaginar uma queda inventiva, foi nesse período que tivemos o surgimento de grandes artistas nacionais. Isso porque já tínhamos superado a “barreira” editorial a artistas nacionais, com muitos nessa época já estáveis no mercado. 

Nesta época houve um boom de chargistas, especialmente de oposição ao golpe de 64, mas também tivemos quem buscou manter-se neutro. Agora vamos olhar mais a fundo o período. 

Pós-golpe: Como ficaram Maurício de Souza e Ziraldo

Com o começo da ditadura e o aumento da repressão a conteúdos tidos como “inadequados”, muitos artistas passaram a sofrer com isso. Um dos primeiros reflexos do momento foi o abandono de Maurício de Souza da presidência da Abresp, quando esta começou a sofrer muitas interferências.  

Ainda em 1962 ele criou a “Bidulândia Serviços de Imprensa”, que viria a tornar-se a “Maurício de Souza Produções” que conhecemos hoje. A saída dele também fez com que ele se focasse mais na sua recém-formada Turma da Mônica. Por outro lado, o outro ícone dos quadrinhos brasileiros infantis, Ziraldo teve a revista “A Turma do Pererê” cancelada ainda em 1964. 

Os primeiros quadrinhos brasileiros inspirados em mangás

Foi neste período que surgiram as primeiras publicações no Brasil com referências aos mangás, especialmente de Osamu Tezuka. Foi através de Minami Keizi, que criou “Tupãzinho, o menino atômico”, que tinha traços similares ao Astro Boy, famoso personagem do mangaká japonês. Entretanto a aceitação não foi boa por parte dos editores. 

Aconselhado pelo desenhista Wilson Fernandes, ele refaz seu personagem, mas dessa vez com traços similares ao dos personagens de Warren Kremer. Com isso, chega ao Diário Popular (que depois mudou para Diário de São Paulo), um personagem com traços similares ao de Gasparzinho, Brasinha e Riquinho. 

Só que ele não havia desistido da ideia de trazer o traço do mangá para os quadrinhos brasileiros, o que aconteceria em 1966. Keizi lançou pela Bentivegna Editora o “Álbum Encantado”, com fábulas infantis criadas por ele mesmo. No entanto, na hora de desenhá-las, ele orientou Fabiano Dias, José Carlos Crispim, Luís Sátiro e Antonio Duarte e seguirem o estilo dos quadrinhos orientais. 

Posteriormente ele é convidado por Salvador Bentivegna e Jinki Yamamoto (ambos da Pan Editora, onde ele publicou pela primeira vez os quadrinhos de Tupãzinho) para ser sócio na EDREL. A sigla para “Editora de Revistas e Livro” ganhou o personagem de Keizi como símbolo e tornou-se a pioneira em histórias com inspirações em mangás. 

Na EDREL surgiu outro quadrinista descendente de japonês com histórias inspiradas em mangás: Claudio Seto.  Pela editora ele lançou Flavo (também inspirado em Astro Boy), Ninja, o Samurai Mágico, Maria Erótica e O Samurai. Ainda tivemos outros autores com ascendência japonesa lá, mas eles não seguiam o traço japonês em seus desenhos. 

 Pasquim: os quadrinhos como forma de oposição à ditadura 

O ano de 1969 era um período complexo para as editoras, que começavam a sofrer com problemas envolvendo o recém-decretado AI-5. Entre os quadrinhos de destaque da época, tivemos “O Judoka”, lançado pela EBAL, mas que durou apenas até 1973. Também tivemos “O Estranho Mundo de Zé do Caixão”, inspirado no personagem criado um ano antes por José Mojica Marins. 

Entretanto, nada teve mais impacto que o lançamento de “O Pasquim”. Apesar de ter sido idealizado em 1968, sua primeira edição saiu apenas em 22 de junho de 1969. Idealizado pelo cartunista Jaguar e os jornalistas Tarso de Castro e Sérgio Cabral, ele passou a contar com participações de diversos nomes importantes do jornalismo e também quadrinistas. 

Nomes como Ziraldo (de volta aos holofotes), Millôr Fernandes, Henfil, Prósperi e Fortuna traziam seus desenhos e charges ao jornal, que passou a ser um dos principais de oposição ao regime. Tal fato rendeu diversos problema com a ditadura, começando em 1970, quando parte da redação foi presa por uma charge ironizando Dom Pedro.  

A expectativa de que o jornal parasse de circular não teve resultado, pois Millôr Fernandes (que havia escapado), liderava as publicações, com outros grandes nomes, entre eles artistas, nas publicações. Curiosamente nesse período, o que temos é uma enxurrada de quadrinhos infantis sendo lançados no Brasil. 

Anos 70 e os quadrinhos brasileiros infantis em alta

Novamente chegamos em um período em que as publicações estrangeiras começam a tomar conta, com editoras como a Bloch, Abril, Globo trazendo personagens dos pulps aos heróis da DC e Marvel. Foi também nesta década que a EDREL e O Cruzeiro (a editora) encerraram suas atividades, com suas publicações passando para estas citadas e outras que surgiram.  

Entre os quadrinhos brasileiros, o destaque sem dúvida era Maurício de Souza, com sua cada vez mais consolidada Turma da Mônica, publicada pela editora Abril. Outros que merecem destaque são: Super Cupim, Lobisomem, Múmia (ambas escritas por Gedeone Malagola), Mitoloria (baseada em mitologia grega), O Coveiro e Tenente.  

A chegada de MAD ao Brasil e o surgimento dos quadrinistas undergrounds brasileiros

Também tivemos “os Fradinhos” de Henfil lançados em 1973, com ele já em exílio nos EUA. Merece destaque a publicação da editora Abril chamada “Crás!”. Foi uma tentativa de dar espaço a artistas e personagens brasileiros, como Satanésio Zodiako e Kaktus Kid de Ruy Perotti, Jayme Cortez e Renato Canini. No entanto ela durou apenas dois anos (1974-75). 

Foi em 1974 que chegou ao Brasil a revista MAD. Quem estava à frente era o quadrinista e cartunista Ota, egresso da EBAL e que já havia participado de outras publicações nos anos 70. Esta contava tanto com o material estrangeiro (lá a revista é de 1955), como também de autores nacionais, além de desenhos do próprio editor responsável. 

Em 1975, surge a revista O Bicho criada por Fortuna. Ela publicou histórias de Márcio Pitliuk e Paulo Caruso, do próprio Fortuna, Guidacci, Nani e Coentro, além de resgatar personagens como “O Capitão” de Jaguar. Maurício de Souza em 1976 cria o personagem Pelezinho, baseado no craque Pelé, mas o que era pra ser apenas tirinha, vira revista em quadrinhos um ano depois.  

Essa década ainda conta com o importante lançamento da revista “Balão”. Apesar de durar apenas 10 edições, ela foi o primeiro grande trabalho de Laerte Coutinho e Luiz Gê (autores da revista), que a publicavam junto com alunos da USP. Além deles, ela também revelou grandes nomes como Chico Caruso, Xalberto, Sian e Guido (ou Gus) e muitos outros mais. 

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