Uma tendência que temos observado recentemente no contexto de eventos de arte são as “exposições imersivas”. Trata-se daquelas que mesclam elementos originais com ambientes que replicam grandes obras de determinados artistas de forma dinâmica e interativa. E o mais recente caso de sucesso no Brasil é a de Salvador Dalí.

Ela estreou no dia 1º de maio e ficará até 1º de setembro no Museu de Arte Brasileira da FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado), na cidade de São Paulo.

O que esperar da exposição de Salvador Dalí? 

Chamada “Desafio Salvador Dalí”, ela foi dividida em seis espaços que compreendem diferentes fases da vida do artista espanhol. E são elas:

• Descobrindo Dalí – nesta sala poderemos acompanhar a evolução da trajetória pessoal e artística de Salvador Dalí, em paralelo à história do século XX que tanto o influenciou. Este espaço conta com grandes paredes retroiluminadas que permitem ao visitante ver algumas de suas principais obras ampliadas;
• Dalí Poliédrico – esta parte da exposição trata de ilustrações de Dalí relacionadas a clássicos da literatura, como Dom Quixote e suas cenografias originais desenvolvidas para teatro e cinema, em obras de Luis Buñuel e Alfred Hitchcock;
• Ateliê Daliniano – um dos principais destaques da exposição, este espaço recria o local onde ele trabalhava, em Port Lligat, no litoral da Catalunha, na Espanha. Ele mostra a influência do ateliê nos principais trabalhos do pintor, como El Cristo, os retratos de sua esposa Gala e grandes obras como El Descubrimiento de América;
• Surrealismo – trata-se de um espaço sensorial, onde podemos apreciar alguns quadros mais representativos da obra de Salvador Dalí;
• Imagens de Dupla Interpretação e Estereoscopia – um local que conta com uma iluminação especial e utiliza óculos 3D em parte do percurso;
• A Inspiração de Salvador Dalí – por fim, neste espaço temos a exibição de um conteúdo audiovisual com oito minutos de duração, em realidade virtual, com trilha sonora especialmente composta para a mostra.

Conheça algumas das obras icônicas de Salvador Dalí 

Como pode ver, o local possui diversos espaços que exibem tanto obras e desenhos originais quanto projeções de obras icônicas do artista.

Se você está pensando em visitar a exposição, vamos apresentar aqui algumas das obras icônicas de Salvador Dalí que certamente poderão ser vistas lá, confira:

1 – A Face da Guerra (1940-41) 

Durante a sua vida, Salvador Dalí teve histórias muito controversas sobre sua posição política, mas um fato é que ele tinha horror a guerras. E isso pôde ser visto em seu quadro “A Face da Guerra”, que ele pintou no período em que esteve vivendo na Califórnia.

Ele pinta uma tela que exibe uma grande caveira composta por olhos e bocas que, por sua vez, representam outras caveiras, e dentro delas, ainda mais caveiras. Dessa forma, o artista expressa seu horror diante de tanta brutalidade, especialmente aquela que vivenciou durante a guerra civil espanhola.

2 – Autorretrato com L’Humanité (1923) 

Durante a sua vida, Salvador Dalí teve histórias muito controversas sobre sua posição política, mas um fato é que ele tinha horror a guerras. E isso pôde ser visto em seu quadro “A Face da Guerra”, que ele pintou no período em que esteve vivendo na Califórnia.

Ele pinta uma tela que exibe uma grande caveira composta por olhos e bocas que, por sua vez, representam outras caveiras, e dentro delas, ainda mais caveiras. Dessa forma, o artista expressa seu horror diante de tanta brutalidade, especialmente aquela que vivenciou durante a guerra civil espanhola.

3 – Tristão e Isolda (1944) 

Como citamos acima, Salvador Dalí conta com muitas ilustrações e obras relacionadas a clássicos da literatura e neste período ele estava envolvido em duas frentes, pois além desta obra, ele também colaborava com a coreógrafa Leonide Massine para o balé “Mad Tristan”, inspirado na ópera “Tristão e Isolda” de Wagner, desenhando os cenários e figurinos.

O artista ao criar a obra relata que, na sua opinião, Tristão ficou tão perturbado pelo amor que viu em Isolda “um louva-a-deus devorando sua metade”. E ao criar o cenário para a cena final de Mad Tristan, o artista retratou um herói sangrento usando uma boina de dente-de-leão. A ferida em seu ombro está infestada de formigas.

Do outro lado, temos uma princesa que se aproxima do cavaleiro com as duas mãos, com uma carruagem saindo de suas costas. O palco é emoldurado por duas muletas.

4 – Retrato de Pablo Picasso en el siglo XXI (1947) 

Salvador Dalí era um grande admirador de seu conterrâneo, tanto que, ao chegar em Paris, em 1926, fez questão de conhecê-lo primeiro, ao invés do Louvre. Essa admiração pôde ser confirmada pelas mais de 100 cartas e cartões postais que ele enviou a Picasso.

Apesar da obra ser um tanto curiosa para uma homenagem, ela traz diversos simbolismos. Por exemplo: o cravo, os chifres de cabra ou o bandolim remetem a valores como o intelectualismo, a exaltação da feiura ou o sentimentalismo, presentes na obra de Picasso.

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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA