A presença de elementos tradicionais africanos em nosso dia a dia está cada vez mais difundida. Para além de uma reparação histórica com uma cultura que tentaram por séculos apagar, também temos o próprio povo da região e seus descendentes podendo usar e mostrar livremente suas origens. E entre eles, um dos mais vistos são os símbolos adinkra, sobre os quais falaremos um pouco mais hoje.
O que são símbolos adinkra?
Os Adinkras consistem em um conjunto de símbolos que representam ideias expressas em provérbios que fazem parte da cultura Ashanti, um importante grupo étnico de Gana, seu local de origem. São representados em formas geométricas estilizadas. quais incluem aspectos da vida vegetal, do corpo humano, elementos geométricos e abstratos, além de aspectos astronômicos.
Um fato interessante é a representatividade de cada símbolo, pois muitas vezes apenas um deles significa um provérbio inteiro.
No início, o uso dessas roupas ocorria apenas em funerais. Isso porque o nome Adinkra significa “dizer adeus”. Porém, ao longo do tempo, eles deixaram de ser uma exclusividade de rituais fúnebres e passaram a marcar presença em diversos outros eventos e materiais.
Qual a origem dos símbolos adinkra?
Atribui-se a criação dos Adinkras aos Abrons de Gyaaman, um povo acã de Gana. Gyaman (Rei Nana Kwadwo Agyemang Adinkra) originalmente concebeu esses símbolos e os denominou ‘Adinkra’.
Os usos mais comuns dos símbolos Adinkra pelos Abrons eram em cerâmica, banquetas, entre outros. Eles se difundiram devido a uma guerra entre o povo de Gyaaman e os Asantes. Com a derrota (e morte) do rei, seu manto, contendo os símbolos Adinkra, foi levado por Nana Osei Bonsu-Panyin, o Asante Hene (Rei Asante), como um troféu.
Diz a história que os designers da guilda que desenharam este tecido para o rei foram forçados a ensinar o ofício aos Asantes. Inclusive, o primeiro filho do rei Gyaman, Nana Kwadwo Agyemang Adinkra, Apau, que se diziam ser bem versado no ofício Adinkra, também foi forçado a ensinar mais sobre a arte dos tecidos.
Vale dizer que este foi um fato que aumentou o desenvolvimento da técnica adinkra. Isso porque os Asantes incorporaram suas próprias filosofias, contos folclóricos e cultura.
O uso dos Adinkras nos dias de hoje
Seu uso hoje é bastante comum em peças de decoração e tatuagens, mas sua presença mais importante segue sendo em tecidos.
Uso em roupas
Como explicamos, os tecidos Adinkra eram tradicionalmente utilizados apenas pela realeza e líderes espirituais em funerais e outras ocasiões muito especiais. A tinta tradicional (adinkra aduru), usada para estampagem, é obtida fervendo a casca da árvore Badie com escória de ferro. Contudo, devido à natureza não fixa da tinta, o material não podia ser lavado.
Os selos são esculpidos no fundo de uma peça de cabaça, medindo entre cinco e oito centímetros quadrados. Eles possuem uma alça na parte de trás, e a estampa apresenta uma leve curvatura, permitindo a aplicação da tinta com um movimento de balanço.
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Uso em outras peças e materiais
O que antes era comum apenas em tecidos, hoje já se pode encontrar símbolos adinkra em muitos itens diferentes. Por exemplo, podemos destacar móveis, esculturas, cerâmicas, camisetas, chapéus e outros itens de vestuário.
Uso em tatuagens
Outro uso dos símbolos é na arte da tatuagem. Temos uma série de símbolos bastante populares entre os adeptos, mas é sempre fundamental lembrar que, para quem quiser tatuar algum, deve procurar saber exatamente o seu simbolismo, para que se adeque à mensagem que você deseja transmitir.
Alguns dos mais utilizados e seus significados:
- Aya – o mais popular e que representa uma samambaia. Seu significado é resistência e desenvoltura para lidar com situações adversas, assim como a planta;
- Sankofa (tanto na versão pássaro mítico quanto coração estilizado) – simbolizam a volta para adquirir conhecimento do passado e a sabedoria. Dando importância ao mapeamento do passado para obter sucesso no futuro;
- Wawa Aba – Como a semente de uma árvore (que ele representa), o Wawa Aba simboliza resistência, vigor e perseverança.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA