Hoje é comemorado o “Dia Star Wars”. O 4 de maio foi escolhido por conta de um trocadilho com sua pronúncia em inglês (“May the fourth be with you”, em relação a clássica frase “may the force be with you” ou “que a força esteja com você”). Falamos de uma franquia que mudou para sempre a história do cinema e que ao longo das décadas expandiu-se por diversas outras artes.
Normalmente muito se fala sobre a atribulada produção do filme, mas aqui nos focaremos nas inspirações e vamos destacar sua expansão para além dos filmes. Isso porque Star Wars foi uma das primeiras franquias cinematográficas que foram para além dos longas.
Star Wars e suas referências teatrais e mitológicas
Para criar a história, George Lucas buscou a estrutura teatral criada pelo romano Aelius Donatus, que consiste em dividir a obra em começo meio e fim. Posteriormente, a estrutura de trilogias passou a ser usada regularmente no cinema, com outras franquias seguindo esta mesma base.
Inclusive a ideia original de Lucas, era fazer nove filmes. Sendo assim, seguiríamos com a mesma estrutura, tendo uma “trilogia de trilogias”. Já na questão do enredo, ele se valeu do conceito do monomito, também conhecido como “jornada do herói”. Essa ideia vem do livro de Joseph Campbell, chamado “O Herói de Mil Faces” de 1949.
Muito da teoria do autor vem de histórias mitológicas antigas, mas também com referências a pessoas comuns. Segundo Campbell, todas as pessoas passam ou vão passar, por alguma espécie de provação, nem que seja pelo menos uma vez na vida. Essa também foi uma forma de trazer a identificação com o público.
A própria forma da narrativa, mostrando o mocinho cheio de dúvidas e questionamentos e o vilão nem tão vilão assim, encontrou bastante aceitação, especialmente por vivermos o auge da era de bronze nos quadrinhos nos EUA. Era essa, que se destacou pelo fim dos maniqueísmos, marca da era de prata.
O sucesso da primeira trilogia e os primórdios da cultura geek como conhecemos hoje
Um dos principais impactos de Star Wars, foi dar origem aos “fãs de produtos”. Ou seja, a partir dali você não apenas tinha os fãs de artistas/celebridades, mas também os fãs que colocavam a franquia acima de tudo.
Fã-clubes, colecionismo, convenções dedicadas, muito iniciou-se a partir de Star Wars. Contudo, é importante destacar que falamos do ocidente, pois no oriente (especialmente no Japão), as coisas tiveram um ritmo diferente, não tão influenciado por esta obra na época.
Aproveitando daquele sucesso estrondoso que foi a trilogia, começamos a ver algo que se tornaria corriqueiro nos dias de hoje: as séries derivadas ou “spin-offs”. Por exemplo: os Ewoks presentes no filme “O Retorno de Jedi” ganharam tanto um desenho de mesmo nome, como um filme, o “Caravana da Coragem” (1984). Ele teve uma continuação, chamada “Batalha por Endor”.
Cena de “Caravana da Coragem” (1984)
Além deles, C-3PO e R2D2 também ganharam uma série, chamada “Droids”.
A segunda trilogia e o renascimento da franquia
Por um bom tempo, Star Wars ficou posto de lado por George Lucas. No entanto, quando ele achou que os efeitos especiais para o cinema, já estavam no nível que ele gostaria, ele resolveu contar a segunda das três trilogias que planejava: a “prequel”. Nela temos por exemplo a origem de Darth Vader, como conhecemos na clássica, nos mostrando-o como Anakin Skywalker.
Ainda que ela tenha dividido opiniões, seu sucesso foi inegável e ele abriu novas possibilidades para a franquia, que podia expandir ainda mais seu universo. Foi quando começamos a ter HQs e mangás (falaremos mais à frente), novos desenhos, livros e até mesmo games trazendo histórias originais.
Normalmente, no caso dos games, faz-se uma adaptação do filme, com a mesma linha narrativa. Contudo, o que tivemos foram histórias originais, com uma inclusive o colocando como um sith, aprendiz do próprio Vader.
Além dela, tivemos pela primeira vez uma animação que trazia histórias canônicas, como foi o caso de Clone Wars (a versão de 2003-05). Após ela, tivemos longas animados, também explorando as guerras clônicas (contadas por alto na saga prequel) e uma nova animação (agora computadorizada) recontando esta parte da saga.
Desenho Clone Wars de 2003-05
Star Wars além das telas: quadrinhos, mangás e livros
Anteriormente a compra da franquia pela Walt Disney, Star Wars recebeu dezenas de quadrinhos, sendo muitos deles abordando histórias que não foram contadas na saga principal.
Muitas delas eram canônicas, mas após a venda, as colocaram apenas como “lendas”. Com o prosseguimento das histórias, vários quadrinhos mais recentes contam com sagas diferentes, já alinhadas ao atual universo da Disney.
Além dos quadrinhos, tivemos também mangás sendo feitos, mas estes recontando apenas quatro, dos seis primeiros episódios para o cinema. Com publicação pela Dark Horse, ele contou com traços de Hisao Tamaki.
Capa mangá Star Wars
Posteriormente a aquisição por parte da Disney, passamos a ter uma nova leva de HQs e também de mangás relacionados à série. Inclusive “The Mandalorian” e o projeto “Star Wars: Visions”, receberão versões com os traços orientais.
Por fim, mas não menos interessante, foram os muitos livros lançados baseados na franquia. Eles foram muito mais além das obras animadas e desenhadas, contando até mesmo a origem dos sith e dos jedis, além de muitas histórias que ocorriam depois dos eventos do episódio VI (último até então).
Star Wars e a pop art
Dentre os muitos tipos de arte que temos, talvez nenhuma tenha se inspirado tanto em Star Wars como a pop art. Sendo esse ícone contemporâneo, mesmo em períodos sem grandes produções, é comum ver diversas obras neste estilo, inspiradas nos mais variados personagens.
A terceira trilogia: séries, animações e anime
Com o lançamento de uma nova trilogia principal, mas esta diferente do que imaginava George Lucas, uma nova leva de produções derivadas também veio. Entretanto, desta vez o grande foco ficou para as séries, com diversas em exibição, ou já anunciadas.
Também tivemos a primeira vez que Star Wars virou anime. E até neste caso foi algo inusitado, pois o projeto reuniu sete estúdios famosos para que criassem nove histórias originais. Nenhuma delas é canônica, mas além das visões de cada estúdio sobre a obra (daí o nome “Visions”), eles trazem os traços característicos de cada um.
Cena de um dos episódios de Star Wars: Visions
Conclusão
Pioneira em expandir a saga para além das telas do cinema, Star Wars transita entre as mais variadas artes conhecidas. Isso porque não citamos John Williams, que compôs a banda sonora dos filmes e é considerado um dos grandes compositores contemporâneos.
A importância para a arte dessa ópera espacial (como George Lucas o definiu) é gigantesca e nos mostra como elementos da cultura pop podem transformar e influenciar os mais variados meios artísticos.
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