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Tarsila do Amaral e suas obras de destaque na década de 20

Desde o último dia 9 de outubro, uma exposição chama atenção na França, pois é uma das mostras recentes que reúne o maior número de obras de Tarsila do Amaral. Chamada "Tarsila do Amaral, pintando o Brasil moderno", está em cartaz no Museu do Luxemburgo, em Paris e busca celebrar a relação dela com o país europeu, assim como celebrar os quase 100 anos de sua carreira internacional. 

Desde o último dia 9 de outubro, uma exposição tem chamado atenção na França, pois é uma das mostras recentes que reúne o maior número de obras de Tarsila do Amaral. Chamada “Tarsila do Amaral, pintando o Brasil moderno”, está em cartaz no Museu do Luxemburgo, em Paris, e busca celebrar a relação dela com o país europeu, assim como celebrar os quase 100 anos de sua carreira internacional.

A artista passou boa parte da década de 20 na capital francesa, devido aos seus estudos nas artes e por conta de suas duas grandes exposições no país em 1926 e 1928. Pensando nisso, resolvemos trazer algumas das principais obras de Tarsila deste período, que engloba três fases dela: 

  • A fase parisiense (1920-22) - aqui é importante dizer que essa não é considerada uma fase oficial da artista, mas serve para contextualizar o período em que ela teve grande influência dos mestres cubistas;
  • A pau-brasil (1924-28) - em que ela faz forte uso da temática nacional, mas ainda com grande influência cubista;
  • A antropofágica (1928-30) - a fase mais impactante da artista, quando ela fez uso do surrealismo, do cubismo, mas além dos temas nacionais e da paleta intensa de cores, destaca-se a temática que ela utiliza: sonhos, lembranças da infância e outros elementos de seu próprio imaginário.

1 – A Negra (1923) 

A primeira obra que trazemos dela faz parte de sua transição entre a “fase parisiense” e a fase Pau-Brasil.

Podemos perceber isso na forte influência do cubismo e outras vanguardas europeias, mas já começando a incorporar técnicas próprias que caracterizariam o processo “antropofágico” (levando muitos a considerar essa obra como pertencente à fase antropofágica da artista).

Esta obra é muito significativa também pela temática, por exaltar a diversidade cultural do Brasil e trazer uma forte referência às origens africanas do povo brasileiro, tudo isso apenas poucas décadas após a abolição da escravatura no país.

2 – Morro da Favela (1924)

Esta segunda obra já faz parte efetivamente da fase Pau-Brasil de Tarsila do Amaral.

A pintura é um óleo sobre tela com dimensões de 64 × 74 cm. Nela, a artista utiliza uma paleta de cores vibrantes e contrastantes, característica marcante dessa fase, para retratar a paisagem de uma favela carioca.

A composição apresenta formas simplificadas e geométricas, influenciadas pelo cubismo, mas com uma abordagem que enfatiza a brasilidade e a exuberância das cores.

A Lua (1928)

Trazemos agora uma obra da fase antropofágica de Tarsila do Amaral, muito importante dentro deste movimento.

Esta obra é um óleo sobre tela que mede 73 × 60 cm. Nela, Tarsila utiliza uma paleta de cores mais escuras e introspectivas, com predominância de azuis e verdes profundos, contrastando com o brilho da lua. A figura central é um cacto estilizado que se assemelha a um homem, refletindo a influência do surrealismo e do cubismo.

A pintura é significativa na fase antropofágica de Tarsila, pois mostra sua busca por integrar influências europeias com elementos da cultura brasileira.

4 - Antropofagia (1929)

antropofagia

Antropofagia, como o próprio nome indica, faz parte do movimento antropofágico e até mesmo no seu conceito já podemos ver isso, com Tarsila utilizando elementos de “A Negra” e “Abaporu” para criá-la.

A obra mede 125 × 140 cm e Tarsila utiliza uma paleta vibrante, típica de seu trabalho, com tons de verde, azul, vermelho e amarelo. Temos uma obra vibrante e complexa, trazendo cores ousadas e figuras estilizadas, representando a fusão de diversos elementos culturais.

Esta é uma das obras que melhor explora o contexto do movimento, pois mostra a perfeita simbiose entre elementos das vanguardas artísticas europeias e símbolos indígenas, em figuras que mesclam o humano e o animal.

Ela visa justamente isso: celebrar a diversidade cultural brasileira e mostrar como ela se constitui a partir da absorção e transformação de diversas influências.

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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA

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