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Carro feito no Brasil: conheça a história de modelos de sucesso

Quando se fala em carro feito no Brasil, muita gente lembra só do Gurgel — e alguns até citam o Fusca, por causa da versão relançada no governo Itamar Franco. Só que é importante lembrar: o Fusca é um projeto alemão, ainda que tenha sido fabricado por ano

Quando se fala em carro feito no Brasil, muita gente lembra só do Gurgel — e alguns até citam o Fusca, por causa da versão relançada no governo Itamar Franco. Só que é importante lembrar: o Fusca é um projeto alemão, ainda que tenha sido fabricado por anos no Brasil.

O que pouca gente sabe é que vários modelos famosos da indústria automotiva foram desenhados e produzidos 100% aqui, com engenharia nacional. Vamos relembrar alguns dos mais icônicos:


1 - Brasília



O projeto surgiu em 1973, quando a Volkswagen percebeu que precisava de um novo carro para competir com os modelos mais espaçosos da concorrência. O Fusca ainda era popular, mas já começava a perder terreno.

Enquanto na Alemanha a montadora buscava alternativas, no Brasil o então presidente da VW no país, Rudolf Leiding, liberou a criatividade da equipe local de design. Antes limitados pela matriz, profissionais como Márcio Piancastelli, José Vicente Novita Martins (o Jota) e George Yamashita Oba passaram a ter liberdade para criar.

Dessa fase nasceram modelos como o VW-1600 “Zé do Caixão”, a Variant e o TL. Todos foram pensados para oferecer mais espaço interno. Mas Leiding queria algo novo: um carro com base no Fusca, linhas retas e o máximo de aproveitamento interno com o mínimo de comprimento. E havia uma exigência adicional: o novo modelo não deveria substituir o Fusca.

Com isso tudo isso em mente, Piancastelli liderou a criação da Brasília. Mesmo com pouco espaço para bagagem (apesar dos dois porta-malas), o carro oferecia muito mais conforto e espaço interno para os passageiros. O único problema era o barulho interno causado pela presença do motor dentro da cabine.

O sucesso foi imediato. A Brasília chegou até a ser exportada e ganhou até certa notoriedade cultural — como no episódio em que aparece como o carro do Sr. Barriga, no seriado Chaves. 

Foram quase um milhão de unidades vendidas só no Brasil. Ainda assim, sua produção durou pouco: em 1982, foi encerrada, canibalizada pelo Gol.

Apesar de não ter nenhuma unidade produzida há décadas, a Brasília segue presente nas ruas e encontros de carros antigos. Um símbolo da robustez e da identidade visual própria que marcou o design automotivo brasileiro.


2 – Gol e derivados (Parati, Voyage e Saveiro)



Temos aqui o caso de maior sucesso de um carro feito no Brasil. Inicialmente ele surgiu como uma alternativa ao projeto Golf, feito na Alemanha, mas sob a liderança novamente de Márcio Piancastelli, tivemos um projeto totalmente novo feito no Brasil.

O resultado foi um veículo com identidade própria, equipado com motorização transversal refrigerada a água, tração dianteira, e um design moderno e aerodinâmico. O Volkswagen Gol não só incorporou características inovadoras para a época, mas também ofereceu amplo espaço interno e eficiência no consumo de combustível.

Talvez uma das principais razões que expliquem o fenômeno de vendas que ele foi, que resultou em 27 anos de liderança no seu segmento, é que ele sempre foi um modelo que abraçou mudanças e modernizações. Originalmente surgido como 1.3, ele ganhou versões 1.6, 1.8 e a história 2.0 GTi, o primeiro carro do país com injeção eletrônica.


Saveiro


A Volkswagen, aproveitando o sucesso do Gol, desenvolveu uma linha de derivados que utilizavam a mesma base para atender diferentes perfis de público:

·        Voyage: voltado a quem buscava um modelo mais refinado, com visual de sedã e maior status;

·        Parati: ideal para famílias ou quem precisava de mais espaço no porta-malas, mantendo a proposta urbana;

·        Saveiro: projetada para quem utilizava o carro no trabalho, oferecendo versatilidade e capacidade de carga. 


Voyage


Com isso, a montadora conseguiu ampliar sua presença no mercado, oferecendo soluções específicas sem perder competitividade em preço — uma estratégia que consolidou ainda mais o domínio da marca no Brasil. Ele saiu de linha em 2021, deixando saudades até hoje nos fãs do histórico modelo.


Parati


3 – Fiat Toro

O único modelo da lista que ainda está em produção. Lançada em 2016, a Fiat Toro rapidamente se tornou referência no segmento de picapes médio-compactas (ou intermediárias).



Ele foi pensado para atender dois perfis bem distintos: os que buscavam um visual robusto, com estilo de picapeiro urbano, e os que precisavam de um veículo funcional tanto para o trabalho quanto para o lazer.

Projetado e produzido no Polo Automotivo de Goiana (PE), o Toro foi desenvolvido sobre a mesma plataforma do Jeep Renegade, com carroceria monobloco — um diferencial frente às picapes médias tradicionais.

Oferece bom nível de conforto e diferentes versões de motorização: 1.8 flex, 1.3 turboflex (introduzido com o facelift de 2022) e um 2.0 turbodiesel para uso mais intenso.

Mesmo sendo a primeira geração (com nova prevista para 2026), ela já é líder no segmento, superando concorrentes como a Chevrolet Montana, Ford Maverick e até mesmo a Fiat Strada em algumas faixas de preço.


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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA



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