Neste dia 15 de julho, comemora-se o nascimento de Rembrandt Harmenszoon van Rijn, ou simplesmente Rembrandt. O artista plástico holândes é o principal nome da chamada “era de ouro holandesa” do século XVII. Este foi um período em que o país brilhou tanto nas ciências, como no poderio militar (ao tornar-se independente da Espanha) e claro, nas artes.
Pois o próprio Rembrandt, com seu estilo barroco, simbolizou esse período glorioso do país europeu. Inclusive, diferente até de muitos pintores desta época, ele conseguiu fazer um bom dinheiro, chegando até mesmo a morar em uma mansão. Contudo, ele passou por problemas posteriores, que diminuíram de forma considerável seu patrimônio.
Ele conta com um acervo rico de pinturas, com mais de 300. Mas dentre todas elas, uma das mais famosas é “A Ronda Noturna”, da qual falaremos mais a seguir.
A Ronda Noturna: origem da obra
Em primeiro lugar, vale destacar que o nome “A Ronda Noturna” não foi o primeiro nome da obra. Entretanto, ninguém sabe qual era antes desse, sendo ele adotado como oficial. Sua origem é bastante inusitada, pois a pintura originalmente mostrava uma cena de dia. Porém, como o quadro sofreu escurecimento por causa das camadas de verniz e sujeira, ele ficou conhecido assim.
O pedido para a pintura foi feito durante o auge de sua carreira pelo grupo Kloveniers. A milícia tinha o salão de guilda que a abrigava, chamado “Kloveniersdoelen”, que seria o local onde a obra seria colocada. Rembrandt iniciou o pedido em 1639, finalizando no ano de 1642.
A ronda noturna foi um quadro feito para representar a milícia em questão, pois esta era um símbolo do orgulho cívico da região. Para além de funções militares, ela também participava de procissões e paradas.
A Ronda Noturna: análise da obra
Para começar, ela foi revolucionária pela forma como os militares em questão foram pintados. Isso porque na época o comum era que eles posassem e os pintores os retratassem parados. Porém, Rembrandt fez uma cena com todos em movimento, sendo esta a primeira sensação que se tem ao observá-la, de uma cena dinâmica.
Apesar de todos pintados serem membros da elite de Amsterdã, temos dois personagens em evidência. Estes eram os líderes da companhia: o Capitão Frans Banninck Cocq (de preto) e o Tenente Willem van Ruytenburgh. Ambos têm uma maior incidência de luz, de forma a destacar sua importância na milícia.
Só que um outro elemento chama a atenção: a menina com rosto de mulher de branco ao fundo. Segundo alguns historiadores, Rembrandt retratou ali a face de sua mulher Saskia, que faleceu naquele ano. Preso em sua cintura temos um frango de ponta cabeça expondo as garras, junto a uma pistola.
A klauw (garra em holandês) e a kloven (pistola em holandês), eram símbolos dos arcabuzeiros civis, os Kloveniers, que encomendaram a obra. No centro há um quadro com os nomes dos 18 soldados retratados na obra. Entretanto, este não foi pintado por Rembrandt em A Ronda Noturna, mas adicionado em 1715, após sua morte.
Por fim, vale mostrar as muitas características da pintura barroca na obra. Por exemplo, temos nesta cena a teatralidade, o jogo de luz e sombra, o realismo, forte conteúdo emocional, a grandeza, além da representação do espaço em movimento.
Curiosidades sobre a obra
Esta é uma obra que possui alguns fatos bastante inusitados sobre ela. Sendo assim, vamos destacá-los:
- Para caber em um espaço destinado a ela no edifício da Câmara Municipal de Amsterdã, A Ronda Noturna foi cortada na parte superior e dos lados. Posteriormente descobriu-se tal fato porque Frans Banninck Cocq encomendou outras duas cópias do quadro, que permaneceram intactas;
- Os dois homens em destaque, o capitão Frans e o tenente Willem não eram apenas os líderes da milícia, tinha outro significado por trás. O primeiro, era prefeito de Amsterdã e protestante, já o segundo, era católico. Isso mostrava também a união de ambas as religiões na defesa contra a Espanha;
- Como dissemos, o nome da obra foi estranhamente esquecido, que ganhou o nome de “A Ronda Noturna”. Mas se seguirmos os padrões de pinturas com essa temática na época, acredita-se que seu nome seria “A Companhia de Frans Banning Cocq e de Willem van Ruytenburch.”;
- Na diagonal superior esquerda, acima de Frans, temos dois milicianos, mas se observarem bem, há uma pessoa que mal aparece atrás de ambos. Historiadores acreditam ser o próprio Rembrandt, que se pintou no quadro;
- Logo acima do cachorro, há um sinal de corte, pois ele foi alvo de vandalismo, em 1975. Foi um professor desempregado e mentalmente instável, que o atacou com uma faca. Por isso, temos essa pequena falha na obra;
- O Rijksmuseum, onde o quadro está exposto, fez uma promoção de reabertura. O visitante nº 10 milhões, ganharia uma noite com o quadro. O vencedor foi um professor e artista, chamado Stephan Kasper. O prêmio? Dormir em uma cama colocada de frente para o quadro, dentro do próprio museu.
A Ronda noturna, com os pedaços cortados
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