Infelizmente, no último mês de março faleceu Akira Toriyama. Sem dúvida, foi uma grande lenda dos mangás que inspirou tanto fãs como outros artistas com suas obras, especialmente Dragon Ball. E para prestarmos uma homenagem a ele, trouxemos algumas curiosidades referentes a sua carreira e suas obras, esperamos que goste.

1 – Antes de Dragon Ball, Dr. Slump tinha marcado época no Japão 

Apesar de ser mais conhecido por conta de Dragon Ball, Akira Toriyama já era bem famoso em território japonês devido à sua primeira grande obra chamada Dr. Slump.

Ela traz uma garota robô chamada Arale, criação do Dr. Sembe Norimaki, que por sua perfeição é confundida com uma humana com superpoderes. A comédia que vemos ao longo de Dragon Ball era o principal foco neste mangá, o que trouxe uma revolução nas histórias produzidas na época

Dr. Slump, o primeiro grande sucesso de Akira Toriyama

Piadas nonsense, de duplo sentido, quebras na quarta parede, muito pastelão e até mesmo fazer chacota com muitos clichês da indústria na época, fizeram que a obra tivesse um imenso sucesso com o público. Para se ter uma ideia, ele ganhou o prêmio de melhor shonen em 1981, além de ter duas adaptações em animes. Porém, o primeiro foi um divisor de águas na cultura pop japonesa. Fenômeno de audiência, essa primeira versão teve seus bordões adotados como gírias e suas canções são hoje clássicos em festivais nipônicos (algo muito similar com o que acontece no Brasil com o próprio Dragon Ball).

Inclusive, a ideia inicial para o próprio mangá de Dragon Ball era seguir uma linha similar, mas por conta de seus editores, Toriyama deu maior foco às lutas. Vale citar também que os personagens de Dr. Slump fizeram uma aparição em Dragon Ball, tanto na fase dele criança quanto mais recentemente na fase Super

Goku e Arale

2 – Jackie Chan foi o responsável por Akira Toriyama criar Dragon Ball 

Pode parecer bem estranha essa afirmação, mas de fato a criação de Dragon Ball foi graças ao Jackie Chan, ou mais especificamente um de seus filmes, a comédia “O Grande Mestre dos Lutadores”, de Jackie Chan, de 1978, em que um rapaz aprende a forma de arte marcial do “macaco bêbado” do seu tio

Cena do filme de Jackie Chan que inspirou a criação de Dragon Ball

Inclusive o próprio Akira afirmou certa vez que “se eu não tivesse assistido a esse filme, eu nunca teria inventado Dragon Ball.”

3 – Inspirações na mitologia chinesa para criação de Son Goku 

Logo no começo do mangá (e isso pode ser visto também no anime) de Dragon Ball, Son Goku tinha a feição muito similar à de um macaco. Isso não era por acaso, já que Akira se inspirou em um mito chinês para criar o seu protagonista.

Chamado “Jornada ao Oeste”, o mito tem como protagonista o rei macaco ou Sun Wukong. Entre algumas similaridades, ele conta com um bastão que cresce e viaja em uma nuvem voadora.

Sun Wukong, o rei macaco da lenda que inspirou a criação de Son Goku

Além disso, temos outras coisas em comum: Wukong é muito forte (consegue erguer 8,1 toneladas) e veloz (com um salto ele consegue superar uma distância de 54.000 quilômetros). Sun pode se transformar em 72 coisas diferentes tais como animais e objetos. Contudo, quando se transforma em pessoas, ele não consegue esconder a cauda. Por fim, também é um grande lutador que consegue enfrentar os generais do céu.

4 – Kamehameha… O rei havaiano? 

Certamente quando você lê esta expressão, já lhe vem à mente o golpe criado pelo mestre Kame e popularizado por Goku. Contudo, a origem dela é bastante curiosa.

Uma vez, Akira Toriyama e sua mulher viajaram para o Havaí e lá ele se deparou com uma estátua do Rei Kamehameha I, que iniciou uma dinastia que durou cinco gerações no arquipélago. Ele foi responsável pela unificação das ilhas em um único reino.

Estátua do rei havaiano Kamehameha I

De volta a história, Akira não conseguia se decidir sobre o nome do golpe e foi quando sua mulher, Nachi Mikami, lhe sugeriu que usasse o nome do rei. E não foi só isso, as poses do golpe como conhecemos também foram ideia dela.

5 – A origem do “Z” em Dragon Ball 

O nome Dragon Ball Z é conhecido pelo mundo inteiro, mas já se perguntaram o motivo da presença do “Z” nele? A resposta dada por Akira Toriyama sobre o motivo disso surpreende pela sua simplicidade.

Em uma entrevista de 2003 com o ilustrador principal do anime Dragon Ball, Katsuyoshi Nakatsuri, ele explicou a razão:

“‘Z’ é a última letra do alfabeto, certo? De qualquer forma, desde aquele tempo, eu realmente já queria encerrar o quadrinho, então dei ao título um “Z” com o significado de ‘é só isso, pessoal’”.

Chega a ser curioso se pensarmos no quanto a fase “Z” durou, assim como o fato de termos continuações, como o GT (este sem envolvimento do Toriyama, por isso acabou não sendo considerado canônico), e o Super (este sim, com participação dele e continuação oficial da série).

6 – As obras de Akira Toriyama 

Toriyama conta com dezenas de publicações, mas na sua imensa maioria são obras de volumes únicos. As mais longas além de Dr. Slump e Dragon Ball são:

• Wonder Island e Today’s Highlight Island – de 1978-1979, com 3 revistas simples; 
• Lady Red – de 1987, com 3 revista simples (este um mangá com temática adulta); 
• Cashman Saving Soldier – de 1991, com 3 revistas simples ou 1 tankōbon; 
• Dub & Peter 1 – de 1992, com 4 revistas simples; 
• Go! Go! Ackman – de 1993, com 11 revistas simples; 
• Neko Majin – de 2000-2005, com 5 revistas simples ou 1 tankōbon/kanzenban. 

Vale destacar a obra dele de 2000, Sand Land, pois ela reapareceu recentemente ao ganhar um longa, um jogo e um anime (com uma temporada de sete episódios).

Sand Land – anime foi um dos últimos projetos que Akira Toriyama participou

7 – Participações de Akira Toriyama em games 

Akira Toriyama também era grande fã de jogos de videogame e teve participação em alguns títulos históricos, como da franquia Dragon Quest e do RPG Chrono Trigger. Além deles, ele também participou dos jogos Tobal e Blue Dragon, sempre como designer de personagem.

Chrono Trigger: histórico RPG conta com os traços característicos de Toriyama

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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA