O mês da mulher, assim como o dia internacional (08 de março) serve principalmente como uma reflexão sobre toda sua luta para conseguir o espaço que deveria ser seu por direito. E um dos meios que elas demoraram para conquistar esse lugar de merecimento foi o da arquitetura, meio que contava com pouquissímas arquitetas no início do século XX.
Inclusive até hoje, muitas pessoas desconhecem obras arquitetônicas importantes que fazem parte do nosso dia a dia ou mesmo reconhecidas mundialmente, que tiveram arquitetas mulheres por trás do projeto.
E pensando nisso, vamos hoje destacar alguns dos mais importantes projetos feitos por mulheres no Brasil e no mundo.
1 – Vale do Anhangabaú – Rosa Kliass
Primeiramente vamos falar sobre Rosa Kliass, que é simplesmente a pioneira da arquitetura paisagística no Brasil. Ela esteve em dúvida entre física e arquitetura, até que optou por fazer Faculdade de Arquitetura e Urbanismo na USP nos anos 50.
Sobre o paisagismo, ela conta como resolveu ir para um mercado que, como ela conta, na época tinha apenas Burle Marx, que morava no Rio:
“No último ano da Faculdade de Arquitetura, entrou uma cadeira que se chamava Paisagismo. Assim, baixou aqui o Roberto Coelho Cardoso. Um americano de família portuguesa, que veio de Berkeley e foi ser o nosso professor. Eu e Miranda [Magnoli] fomos alunas dele e imediatamente entendemos que aquilo era a nossa missão”.
Rosa Kliass tem diversos projetos importantes, entre os quais podemos citar:
- Projetos paisagísticos para a Avenida Paulista (SP);
- Revitalização do Vale do Anhangabaú (SP) – este de 1981, mas que está infelizmente perdido, após nova reforma;
- Parque do Forte (AP);
- Mangal das Garças (PA);
- Parque da Juventude (SP, local do antigo Carandiru).
2 – Flatiron Building – Elmina Wilson
Este icônico prédio situado em Nova Iorque conta com a presença de uma mulher no projeto. Trata-se de Elmina Wilson, que é conhecida por ser a primeira mulher a se formar em Engenharia Civil nos EUA. Além disso, ela também foi a primeira mulher a ensinar engenharia, na Universidade do Estado do Iowa, nos Estados Unidos.
Além da própria Flatiron Building, ela também trabalhou nos projetos da Met Lif Tower (também em Nova Iorque), Helmich House (Tennessee) e Torre de Água Marston (Iowa).
3 – SESC Pompéia – Lina Bo Bardi
Anteriormente falamos sobre a vida e obra de Lina Bo Bardi, uma das mais importantes arquitetas da história do Brasil. Normalmente ao falar dela, sempre vem à mente seu projeto mais famoso, o MASP. Contudo, hoje vamos falar um pouco sobre outro e tão interessante quanto: o do SESC Pompeia, que fica na zona oeste da cidade de São Paulo.
Anteriormente com uma fábrica no local, ela teve um grande desafio para criar aquilo que desejava para lá. Entre os destaques, podemos falar do teatro, pois ao invés do formato tradicional, o público fica dos dois lados do palco, ou seja, um de frente para o outro.
Outro destaque é a forma como os espaços são interligados, algo cuidadosamente pensado por Lina. Segundo ela, os locais “feios e inacabados” para que o próprio público possa construí-los e reconstruí-los e assim ganharem significados. Por fim vale dizer que as janelas “tortas” na verdade são referências as batatas brasileiras, pois estas surpreenderam Lina quando ela chegou ao Brasil.
Além destes, podemos falar da Casa de Vidro, o MAM-BA, Teatro Oficina, a revitalização do centro histórico de de Salvador, entre outros.
4 – Guangzhou Opera House – Dame Zaha Hadid
Trata-se de uma das maiores arquitetas do final do século XX e início do século XXI, Dame Zaha Hadid nasceu no Iraque e que também possuía cidadania britânica.
Atualmente vista como a arquiteta mais famosa do mundo, foi pioneira ao ser a primeira mulher a ganhar o Prêmio Pritzker, em 2004. Além disso, ela foi eleita umas das 100 pessoas mais influentes do planeta em 2010.
Seu projeto do Guangzhou Opera House é bastante impressionante. Ele evoluiu a partir dos conceitos de uma paisagem natural e da fascinante interação entre arquitetura e natureza.
A ideia era poder interagir com os princípios da erosão, geologia e topografia. Inclusive, o desenho da Casa de Ópera Guangzhou foi particularmente influenciado pelos vales fluviais e a maneira em que eles são transformados pela erosão.
Ainda podemos destacar as transições suaves entre elementos díspares e diferentes níveis que continuam esta analogia à paisagem. Unidades personalizadas, moldadas em fibras de vidro reforçado com gesso, têm sido utilizadas para o interior do auditório, continuando a linguagem arquitetônica de fluidez e uniformidade.
E além deste grandioso projeto, ela também foi responsável pelo London Aquatics Center (projetado para as olimpíadas de Londres em 2012), o Riverside Museu, em Glasgow e a Generali Tower, em Milão.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA