Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Rubens Barrichello, Christian Fittipaldi, Felipe Massa e, claro, Ayrton Senna. Para os brasileiros que acompanharam a carreira desses pilotos na Fórmula 1, os capacetes sempre foram referência e uma marca registrada deles. E todos eles têm algo em comum: são criações de Sid Mosca.
Agora, vamos conhecer um pouco mais sobre ele, que é considerado até hoje um dos maiores aerografistas brasileiros da história.
O começo nas pistas de Sid Mosca
Apesar de ser famoso por seus trabalhos fora das pistas, ele também esteve do outro lado. Nascido em Jaú, em 1937, ele entrou para o mundo das corridas nos anos 70. Contudo, o que chamou atenção não foi sua pilotagem, mas o visual agressivo da pintura de seu carro.
Graças a isso, conseguiu chamar a atenção de outros pilotos, que começaram a lhe fazer pedidos de pinturas. Ele acabou por abandonar as pistas e passou a produzir suas obras em sua oficina de pintura e funilaria na época.
Inicialmente, ele pintava carros, como a Brasília azul e laranja n.º 17 de Ingo Hoffmann na Divisão 3, em 1973.

A Brasília de Ingo Hoffmann
Posteriormente, ele pintou o icônico carro da Copersucar, pilotado por Emerson Fittipaldi. E a história sobre a cor amarela é bastante curiosa, como o próprio Sid Mosca relata:
“A cor prata fazia o carro sumir na pista, por isso resolvi pintá-lo de amarelo. Os irmãos Fittipaldi adoraram.”
O que fez Sid ganhar fama internacional foi quando ele, em 1977, pintou em apenas 12 horas a Lotus John Player Special de Mario Andretti no GP do Brasil, que havia sido destruída pelo fogo na tarde do dia anterior ao GP Brasil de F-1 daquele ano.
A carreira de Sid personalizando capacetes
Enquanto pintava os carros, ele também já havia iniciado sua carreira personalizando capacetes, começando justamente em 1973. O primeiro nome de destaque que ele personalizou foi o de Emerson Fittipaldi, inclusive explicando a procura dos irmãos por ele. Além disso, também trabalhou no de Eddie Cheever, que estreou na Fórmula 1 em 1978.

Capacete Eddie Cheever
Os anos 80 marcaram o boom das criações dele, pois naquele momento ele criou capacetes para Nelson Piquet, Keke Rosberg, Ingo Hoffmann, Teo Fabi, Stefan Johansson e, finalmente, Ayrton Senna.

Keke Rosberg e seu capacete
Ayrton Senna: a parceria mais icônica de Sid Mosca
A relação dele com Senna começou quando o piloto tinha apenas 15 anos e foi procurá-lo. Inicialmente, Sid criou um design mais simples, branco e azul, para ele. Posteriormente, ele criou o icônico design que todos conhecemos, com as faixas azul e verde dando a impressão de estarem saindo dos olhos do piloto.
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A primeira versão do capacete de Ayrton Senna
Sid relata que Senna gostou tanto do desenho que um dia apareceu em sua oficina e fez um pedido:
“De maneira humilde e educada, como sempre foi, ele (Ayrton Senna) me pediu para deixá-lo utilizar aquele design para sempre. Eu fiquei admirado, afinal, não precisava me pedir nada, o desenho era dele. Havia pagado por aquilo. Mas ele fez questão de que eu assinasse a autorização. Ali eu já percebi que se tratava de um rapaz diferenciado. Não só assinei, como disse: você será um dos maiores da história, Ayrton. E realmente foi.”
E falamos de algo inédito, pois Ayrton Senna foi o único piloto que nunca mudou o layout de seu capacete ao longo da carreira.

O icônico capacete de Ayton Senna
Outros trabalhos de Sid Mosca na Fórmula 1
Já consolidado como um nome importantíssimo na Fórmula 1, Sid Mosca personalizou também os capacetes de outros grandes nomes mais recentes do automobilismo, como:
- Mika Häkkinen
- Michael Schumacher
- Giancarlo Fisichella
- Christian Fittipaldi
- Felipe Massa
Ele ainda fez uma série limitada de 50 capacetes para comemorar os 50 anos da Fórmula 1. Esse foi um pedido do próprio Bernie Ecclestone, o presidente da FOA (Formula One Association). O próprio Sid relembrou com emoção sobre o pedido feito a ele:

Capacete comemorativo do 50 anos da Fórmula 1
“Ele gostava muito do meu trabalho. E naquele ano haveria uma comemoração dos 50 anos da categoria. Pediu para eu criar uma peça. Era uma maneira dele reconhecer a importância da minha pintura. Inclusive me disse: se hoje o grid é colorido assim, a responsabilidade é sua. Puxa vida, que satisfação. Eu nem sabia o que dizer.”
Infelizmente, no ano de 2011, Sid faleceu aos 74 anos, mas seu filho Alan Mosca continua seu legado até hoje.
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Autoria: Departamento de Pesquisa e Cultura ABRA