Nada movimentou tanto o mundo das artes nos últimos tempos quanto a sigla NFT. Ela significa non fungible token ou “tokens não fungíveis” em tradução direta. Mas o que isso significa? Basicamente falamos de uma nova forma de comercializar artes no mundo digital. No entanto, em sua grande maioria elas são feitas também digitalmente, algo que o projeto “Casa NFT” buscou fazer diferente.
Só que antes de nos aprofundarmos no projeto, explicaremos um pouco sobre o NFT para vocês.
NFT: uma nova forma de negociar artes
Como explicamos antes, NFT quer dizer tokens não fungíveis, mas por que eles são tão importantes? O significado disso é que as obras em questão recebem uma espécie de registro digital. Este prova que além de autêntico, aquele artigo é único e/ou original. Pode parecer estranho o termo “original” ao pensar em obras de arte, mas tem um bom motivo.
A explicação é que as NFT não servem apenas para obras de arte digitais, mas para todo tipo de conteúdo, desde ilustrações, fotografias, músicas ou até mesmo gifs e memes. Por exemplo: o “Desaster girl” (meme em que uma garotinha aparece sorrindo em frente a uma casa em chamas) foi comprado pela bagatela de R$ 2,5 milhões.
Para muitos não faz sentido pensar que uma figura replicada milhões de vezes na internet possa ter um dono. Entretanto neste caso com o código tokenizado, o comprador será o dono da versão original da obra em questão. Usa-se uma tecnologia chamada “Blockchain”, para tornar isso possível. Ela é capaz de rastrear todas as transações que envolveram a arte, funcionando como uma espécie de cartório de registros digital.
Só que temos uma outra peculiaridade: a negociação envolvendo as obras NFT é apenas em criptomoedas. Então mesmo com valores definidos por moeda local, os negócios ocorrem apenas com Bitcoins (um exemplo mais conhecido), ou outras moedas digitais. Finalmente chegamos ao projeto da Casa NFT, que buscou algo diferente do que vemos normalmente nesse mercado.
Casa NFT: obras físicas que existem apenas no digital
Apesar de termos casos como o painel do artista Bansky, que foi queimado antes da sua versão em NFT ser vendida, o mais comum são as obras desse mercado serem criadas já digitalmente. Aí entra a curiosidade da “Casa NFT” e a forma como a idealizaram. Uma mansão localizada no bairro do Morumbi em São Paulo estava prestes a ser demolida para construção de um conjunto de casas.
Só que os empresários Alexandre Travassos e Rodrigo Loli negociaram com a construtora a utilização do local por um período de 10 dias para transformá-la em uma “galeria de arte efêmera”. Posteriormente, convidaram mais de 30 nomes das artes visuais para criarem obras no local. Eles usaram paredes, teto e até mesmo a piscina e a caixa d’água como “telas”.
Entretanto ela não foi aberta em nenhum momento para visitação. Isso porque após o término do período, a casa seria destruída como planejado e todas as obras criadas no local tornar-se-iam digitais. Como a casa já foi destruída em 15 de julho de 2021, atualmente todas as obras criadas dentro dela só poderão ser vistas e adquiridas digitalmente.
Para quem tiver curiosidade de ver algumas delas e também seu processo de criação, pode entrar no Instagram do projeto clicando aqui