Uma das principais estreias do cinema em 2021, o filme “Cruella” vai muito além das atuações de Emma Stone (como Estella/Cruella) e Emma Thompson (Baronesa Von Hellman), ou mesmo da trilha sonora repleta de clássicos como Beatles, The Zombies, Nina Simone, The Doors, Queen, The Clash, Blondie, David Bowie, entre outros… Sobretudo, o filme traz um verdadeiro show à parte nos figurinos.
Cruella: uma volta ao movimento punk dos anos 70
A história trata da juventude de Cruella (aqui ainda conhecida como Estella), que vive na Londres dos anos 70, quando estávamos em meio a explosão do movimento punk. E aqui temos o mote principal da história, pois de um lado temos a protagonista sendo “o futuro” e que confronta o tradicional, que no filme é representado pela Baronesa.
A partir disso, o que vemos é um verdadeiro desfile de moda nas roupas de Cruella, com ela utilizando nada menos que 47 figurinos ao longo do filme, sendo que estes têm um papel fundamental na história, pois além de destacar o próprio estilo que ela queria introduzir no mundo da moda (sendo a antítese do que a Baronesa representava), serviam também para mostrar a evolução da personagem ao longo da história.
Um fato curioso no filme é que ao longo da história vemos diversos croquis feitos por Cruella, mas estes não são de autoria de Jenny, como muitos imaginam. Segundo ela relatou em entrevista para a Elle, foi o artista Thom Botwood que desenhou todos, além do display da vitrine da Liberty.
Jenny Beavan: a figurinista peso-pesado por trás de Cruella
A figurinista do longa é uma velha conhecida de Hollywood e também da academia. Jenny Beaven venceu dois oscars: por “Mad Max: Estrada da Fúria” (2016) e “Uma Janela para o Amor” (1987), além de ter sido indicada outras oito vezes ao prêmio. A inglesa de 71 anos simplesmente viveu esse período do filme, tanto que ela destaca em entrevistas a “viagem no tempo” que foi revisitar os designs da época.
Para as personagens, ela comentou em uma entrevista para a Vogue, que suas inspirações foram ” John Galliano e Vivienne Westwood, a cantora alemã Nina Hagen, a marca Bodymap e Alexander McQueen” para Cruella. Por outro lado, para a Baronesa, as principais inspirações dela foram em “Cristóbal Balenciaga e Christian Dior”, sendo este mais focado nos anos 50 e 60 (justamente pensado para dar o ar “levemente antiquado” a estilista).
Uma coisa interessante no filme e que Jenny fez questão de ressaltar ao criar as roupas para a protagonista, era o fato delas servirem como uma “arma”, que não apenas buscava ofuscar a Baronesa, como também questionar as normas da sociedade da época.
Destacando alguns looks do filme Cruella
Depois de tanto falarmos sobre os looks, nada melhor que observarmos alguns, não é? Traremos aqui alguns dos que mais tiveram destaque no filme:
O look acima é o que mais representa o movimento punk dos anos 70. A jaqueta de couro, a calça de motocross dourada com lantejoulas e complementada com a pintura no rosto onde se lê “o futuro”.
Trata-se do vestido de maior destaque do filme (e para muitos um dos mais bonitos do cinema). Jenny Beaven explica que eles o fizeram à base do vestido Tree de Charles James. Segundo ela, o figurinista Ian Wallace decidiu que esse era o caminho a seguir em relação a ele.
Este é especialmente importante, porque trata-se de algo novo feito em cima de um vestido antigo da Baronesa, que Cruella vê em uma loja vintage, o desconstrói e reconstrói. Inclusive Jenny explica que o vestido original foi concebido com uma estola, para garantir que houvesse tecido suficiente para fazer este. Como curiosidade, o vestido branco que pega fogo por cima deste, foi feito por computação gráfica, apesar de haver fios de fogo, que possibilitariam tal efeito também.
O vestido mais extravagante do filme sem dúvida é este do Baile Preto e Branco. O destaque fica para as cerca de 5060 pétalas de organza, costuradas uma a uma, formando a barra que contrasta com o preto. Já na parte superior chama atenção as correntes de ouro e miniaturas de cavalos e carruagens nos ombros, lembrando um general do exército. A ideia ali é justamente a de destacar sua “alta patente” no mundo da moda.
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